por Nelson Motta O Globo
Em nome da ‘causa popular’ vale tudo, extorsão, suborno, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, agir como uma máfia para destruir os adversários e se eternizar no poder
Posso até acreditar que João Vaccari não ficou com um tostão dos
pixulécos milionários que arrecadou para o PT na Petrobras. Mas isso não
faz dele um guerreiro do povo brasileiro e nem é atenuante para seus
crimes; é agravante.
Em países civilizados, de maior tradição jurídica do que o Brasil, como a
Itália, a Alemanha e a Inglaterra, a motivação política é um agravante
dos crimes, aumenta a pena. Porque o produto do roubo servirá para
fraudar processos legais, para atentar contra as instituições
democráticas, para prejudicar adversários políticos, e terá
consequências na vida de todos os cidadãos que tiveram seus direitos
lesados em favor de um plano de poder de um partido.
O ladrão em causa própria dá prejuízos pontuais a pessoas físicas ou
jurídicas. O que usa o dinheiro sujo para fraudar o processo eleitoral e
manipular a vontade popular, para corromper parlamentares e juízes,
para impor o seu projeto político, causa irreparáveis prejuízos a todos
porque desmoraliza a democracia, institucionaliza a impunidade e
interfere — sejam lá quais forem as suas intenções — de forma decisiva e
abusiva nos direitos e na vida dos cidadãos que sustentam o Estado.
Uma das mais nefastas heranças do PT no poder foi a institucionalização —
e absolvição — do roubo com motivações políticas, com mensaleiros e
tesoureiros corruptos ovacionados como guerreiros e heróis pela
militância cega, surda e bem empregada. Por essa ética peculiar, em nome
da “causa popular" vale tudo, extorsão, suborno, lavagem de dinheiro,
formação de quadrilha, agir como uma máfia para destruir os adversários e
se eternizar no poder. Em nome do povo, é claro...
É claro que na maioria desses “roubos políticos", chamados de
“expropriação” no tempo da luta armada de Dilma e Dirceu, os guerreiros,
diante de tanto dinheiro e tão fácil, não resistem a cobrar seu próprio
pixuléco, como registram as históricas imagens de Waldomiro Diniz,
braço direito de José Dirceu, pedindo a sua comissão de uma “doação” do
bicheiro Carlinhos Cachoeira ao partido, no início da era Lula.
Esse tempo acabou, lugar de ladrão é na cadeia.
extraídaderota2014blogspot





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