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21:12
ANDRADEJRJOR
JOSÉ PIO MARTINS GAZETA DO POVO

“O Estado é um monstro
que, ainda por cima, deseja ser amado”, disse o filósofo Karl Jaspers. A
metástase da corrupção no setor público parece dar razão ao filósofo.
Ronald Reagan, desanimado com as distorções do Estado em seu país,
desabafou dizendo que “o governo é o problema, não a solução”.
No
Brasil, parece difícil entender que o governo não produz riqueza e não
dá nada à sociedade que antes dela não tenha retirado. Não sendo criador
de riqueza, o governo não é capaz de forjar um padrão de vida superior
ao construído pela diligência do indivíduo, pelas organizações
empresariais e pelo trabalho privado.
O governo é necessário em
suas funções clássicas de defesa nacional, segurança interna, Justiça,
educação, saúde e investimento em infraestrutura não atrativa para o
capital privado. Porém, quando o governo incha e quer fazer tudo, a
eficiência econômica é reduzida e a corrupção é expandida.
Se
havia alguma dúvida de que a corrupção não tem partido nem ideologia,
ela foi sepultada. A redução da corrupção depende do que dizia Roberto
Campos: “Em sendo impossível mudar a natureza do pecador, cumpre reduzir
as oportunidades de pecado”. Ou seja, é preciso diminuir o tamanho do
governo. O problema é que o brasileiro padece de esquisita contradição:
protestamos contra a corrupção e a má qualidade dos serviços públicos,
mas pedimos mais Estado e mais governo.
Pesquisas indicam
expressivo apoio ao monopólio do petróleo, aprovado na Era Vargas sob o
argumento de tratar-se de um setor estratégico. Ora bolas, o petróleo é
apenas um combustível, não mais importante que qualquer produto capaz de
atender alguma necessidade básica. O petróleo não é mais estratégico
que os alimentos. Nem por isso o agronegócio é estatal. A humanidade não
é alimentada pelo Estado, mas pela agricultura privada, sob a ação do
indivíduo e o trabalho exaustivo das pessoas.
Na Revolução
Industrial, os dois combustíveis nobres e “estratégicos” eram o carvão e
a lenha. Nem por isso os países europeus criaram monopólios estatais
desses produtos. Que o governo queira ter uma empresa estatal de
petróleo, tudo bem. O que não faz sentido é proibir outras empresas de
atuar no setor. Para a autossuficiência de petróleo, nada melhor que
atrair capitais privados nacionais e internacionais, o que teria o
efeito colateral de obrigar a Petrobras a competir e ser eficiente.
Retomo
o exemplo do petróleo porque o assunto está na moda, em razão da
tragédia na Petrobras. O Estado brasileiro quer se meter em tudo,
asfixia o indivíduo e inibe o empreendedorismo. A ânsia estatal de
intervir na vida das pessoas é exasperante. Em alguns casos, beira ao
ridículo, como a proposta dos vereadores de Juiz de Fora de que os
cavalos usem fraldões para não emporcalhar as ruas; ou aquela de
Salvador, que proíbe tocar música estrangeira durante o carnaval.
O
brasileiro é amante do Estado, e privatização é palavra abominada por
aqui. Trata-se de um cacoete cultural estimulado por desconhecimento do
funcionamento da economia. Adotamos um capitalismo envergonhado, sem ver
que os recursos carreados para as empresas estatais são os mesmos que
faltam para combater as mazelas sociais. Ademais, o excesso de
intervenção estatal na vida das pessoas e das empresas acaba inibindo o
crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e atrasando o desenvolvimento
social.
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