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A
faixa de renda entre dois e três salários mínimos era a que agrupava a
maior fatia dos que possuem diploma universitário (16% do total).
Apenas 5,3% dos trabalhadores com ensino superior tinham remuneração média superior a 20 mínimos.
Entre
trabalhadores com mestrado e doutorado, o percentual dos que recebiam o
teto de quatro mínimos no ano passado era de, respectivamente, 36% e
23%.
Os
dados --que foram levantados pela Folha na Rais (Relação Anual de
Informações Sociais), do Ministério do Trabalho-- são um retrato da
realidade salarial do país. "Os salários pagos no Brasil, de forma
geral, ainda são baixos, apesar de a renda ter aumentado", afirma o
economista Naercio Menezes Filho, do Insper.
Menezes
Filho e outros especialistas destacam também que os dados podem
refletir diferenças na qualidade dos cursos de ensino superior.
"Existe uma heterogeneidade grande na formação superior", diz Fernando Veloso, economista da FGV.
Um
estudo de Menezes Filho mostra que, nos últimos anos, os salários pagos
em carreiras com grande número de formados caíram. É o caso de áreas
como enfermagem, administração de empresas e marketing.
Já carreiras como medicina, engenharias, economia e ciências sociais registraram aumento de salários.
"Parece
existir um efeito de mudanças de demanda e oferta no mercado, mas
fatores como diferenças na qualidade da formação também podem
influenciar os salários", diz Menezes Filho.
"PRÊMIO" SALARIAL
Economistas
ressaltam, no entanto, que a recompensa em termos de renda a mais
("prêmio" salarial) por um diploma universitário no Brasil permanece
elevada, embora tenha caído.
Em 2011, trabalhadores com diploma universitário tinham remuneração, em média, 160% maior do que aqueles com ensino médio.
Segundo
dados da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico), esse "prêmio" era o segundo maior em um grupo de 34 países
desenvolvidos e emergentes grandes.
Isso
se explica, em parte, pela fatia ainda baixa --embora crescente-- da
população adulta (25 a 64 anos) com ensino superior no país.
De
acordo com a OCDE, em 2011, esse percentual era de apenas 12%, o mais
baixo entre os países para os quais a instituição tem estatísticas.
Os
dados da Rais mostram que a parcela dos trabalhadores no mercado formal
com ensino superior aumentou pouco. Entre 2007 e 2013, passou de 15,2%
para 17,8%.
As
estatísticas da Rais incluem tanto trabalhadores regidos pela CLT
(Consolidação das Leis do Trabalho) quanto servidores públicos com
estabilidade (estatutários) e sob regime especial.
Em 2013, o total de trabalhadores computado na Rais era de 48,9 milhões.
O
economista Simon Scwhartzman, presidente do Instituto de Estudos do
Trabalho e Sociedade afirma que a ampliação de bolsas e do financiamento
estudantil representa um incentivo a mais para a conclusão do ensino
superior no Brasil: "Como o custo do ensino superior é baixo e muitos
cursos são à noite e não requerem muito estudo nem formação anterior,
acho que vale a pena".
EBC/Folha





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