Com Blog Felipe Moura Brasil - Veja
A reportagem sobre Collor detalha como ele foi aceito no pomar mágico dos petistas, com a bênção de Lula.
Reproduzo um trecho, que começa descrevendo a Operação Politeia,
deflagrada na terça-feira:
“No episódio mais emblemático da ação, os agentes devolveram ao
noticiário político-policial a antológica Casa da Dinda, a residência do
ex-presidente Fernando Collor, cenário do escândalo que, nos anos 90,
levou ao primeiro impeachment de um presidente da República.
Os policiais apreenderam documentos, computadores e três carros de luxo
da frota particular do atual senador: um Lamborghini Aventador top de
linha (3,5 milhões de reais), uma Ferrari vermelha (1,5 milhão de reais)
e um Porsche (700 000 reais). Nem o bilionário empresário Eike Batista
em seus tempos de bonança exibia modelos tão exclusivos – e caros.
Collor, até onde se sabe, é um empresário de sucesso. Sua família é
proprietária de emissoras de televisão e rádio em Alagoas, terrenos,
apartamentos, títulos, ações, carros… A relação de bens declarados pelo
senador soma 20 milhões de reais, o suficiente para garantir vida
confortável a qualquer um.
Collor, apesar disso, não resistiu à tentação e adentrou o pomar
petista. Em 2009, ele assumiu a presidência da Comissão de
Infraestrutura do Senado. Com significativo poder para fiscalizar os
destinos das obras do PAC, a vitrine de campanha da então candidata
Dilma Rousseff, o senador se apresentava como um obstáculo para o
governo.
A maçã lhe foi oferecida. O ex-presidente Lula entregou ao senador duas diretorias da BR Distribuidora,
uma subsidiária da Petrobras – a diretoria da Rede de Postos de Serviço
e a de Operações e Logística. No comando desse feudo, segundo os
investigadores, Fernando Collor criou o seu balcão particular de
negócios dentro da maior estatal brasileira, o que lhe renderia milhões
em dividendos.
Segundo depoimentos colhidos na Lava-Jato, o esquema obedecia a uma
lógica simples. As empresas que tinham interesse em assinar contratos
com a BR acertavam antes ‘a parte do senador’. Foram dezenas de
contratos. A polícia já identificou dois que passaram por esse crivo.
Num deles, de 300 milhões, um empresário do ramo de combustíveis pagou a
Collor 3 milhões de reais em propinas para viabilizar a compra de uma
rede de postos em São Paulo.
A operação foi revelada pelo doleiro Alberto Youssef em acordo de
delação premiada. Encarregado de providenciar o suborno ao senador,
Youssef fez a entrega de ‘comissões” em dinheiro, depósitos diretos na
conta do parlamentar e transferências para uma empresa de fachada que
pertence a Collor.
O
Lamborghini, até recentemente o único do modelo no Brasil, está em nome
da tal empresa, o que fez os investigadores suspeitar que o carro foi
bancado com dinheiro desviado da Petrobras. Desde o ano
passado, quando explodiu a Operação Lava-Jato e as torneiras da
corrupção se fecharam, o IPVA do carro não é pago pelo ex-presidente.
A dívida acumulada é de 250 000 reais. Mas não é desapego do senador.
Zeloso, ele só usava o carro para passeios esporádicos a um shopping de
Brasília. Quando isso acontecia, o Lamborghini permanecia sob a
vigilância de dois seguranças do senador, que fixavam um perímetro de
isolamento em torno do veículo para evitar a aproximação dos curiosos.
A frota de luxo de Collor – revela Lauro Jardim, na seção Radar – conta
com um Rolls-Royce Phantom 2006, mais exclusivo ainda do que o
Lamborghini.”
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