VOTO AÉCIO NEVES 45
Líder da Rede precisa tomar cuidado para que “Nova Política” não vire política velha
Aécio
Neves, candidato do PSDB à Presidência, concedeu a entrevista coletiva
de todo dia, e o tema principal, como não poderia deixar de ser, foram
as exigências feitas por Marina Silva, da Rede, para declarar apoio à
sua candidatura. Entre outros itens, ela quer que o presidenciável
retire o apoio ao projeto do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), seu
vice, que permite que, em situações excepcionais, menores a partir dos
16 anos possam ser processados criminalmente, o que só seria feito
depois de ouvidos o Ministério Público da Infância e da Juventude e a
Justiça. Marina, tudo indica, resolveu transformar essa questão num de
seus cavalos de batalha.
Ela
também quer que o tucano se comprometa com o passe livre estudantil,
que se comprometa com metas do MST, que se comprometa com o
desenvolvimento sustentável, que… Bem, Marina quer, tudo indica, tomar o
lugar de Aécio na chapa. Isso não é negociação.
Na
coletiva, a fala de Aécio foi impecável do ponto de vista da lógica do
processo: “O essencial hoje é a mudança. O caso não é de abrir mão de
propostas. É aprimorarmos. Se formos reconstruir o projeto desde o
início, não estamos fazendo uma aliança. Aliança tem que acontecer em
torno do essencial. O essencial hoje é a mudança. E eu, pela vontade de
grande parte dos brasileiros, tenho a responsabilidade de conduzir essa
mudança”.
O
candidato voltou a defender a proposta de Aloysio e lembrou que a
alteração atingiria apenas 1% das infrações cometidas por jovens entre
16 e 18 anos. Mas disse ver convergências com o programa defendido por
Marina nas eleições: “Nosso programa tem muita inserção social, educação
e sustentabilidade. Mas, quando se busca um apoio no segundo turno,
isso não pode nos levar também a abdicar daquilo que acreditamos que
seja essencial para o país. Vejo muito mais convergências entre o que
tenho ouvido das propostas da candidata Marina do que divergências.”
E
fez uma avaliação correta e historicamente fundamentada: “As mudanças
não são uniformes. As pessoas que esperam mudanças se distinguem em
determinados aspectos ou temas. Na articulação em torno de Tancredo
Neves, tinha desde partidos comunistas à Frente Liberal, considerados
por alguns da ‘direita conservadora’. Fizeram isso porque Tancredo
representava a possibilidade de reencontrarmos a democracia no Brasil.
Uma aliança no segundo turno se dá em torno de objetivos maiores: um
governo eficiente e ético”.
É
isso! Nada a opor ou a acrescentar. Ou talvez acrescente uma coisa: só o
PT, entre os oposicionistas, ficou fora daquele arco de alianças que
apoiou Tancredo. E ainda expulsou três deputados que votaram no Colégio
Eleitoral: José Eudes, Bete Mendes e Airton Soares. Marina Silva, em
2014, não deveria repetir o PT de janeiro de 1985, há quase 30 anos. É
política velha, não nova política.
FONTE ROTA2014





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