APÓIO AÉCIO NEVES 45
Dora Kramer
O PT comemora a recuperação de alguns pontos positivos para a
presidente Dilma Rousseff nas pesquisas e atribui a boa nova à ofensiva de
difamação contra a ex-senadora Marina Silva.
Na avaliação do comando, depois de alguns desacertos a campanha
acertou a mão. Por "acerto" entenda-se a seguinte narrativa da
propaganda eleitoral petista: Marina é candidata dos banqueiros a quem pretende
entregar o País caso seja eleita presidente, permitindo que aquela gente
malvada leve à miséria o povo brasileiro.
Se ao uso de invencionices é atribuído o resultado das pesquisas
que apontam o empate entre a presidente e a ex-senadora - representando o
estancamento da queda de uma e a parada da subida de outra -, evidentemente o
recurso será cada vez mais utilizado. Aliás, já está sendo.
A campanha do PT não está preocupada com a verdade dos fatos
porque não está falando para os informados. Aposta na massa que não dispõe de
dados nem discernimento suficientes para cotejar os fatos e conta uma história
que parece fazer sentido.
Exatamente para esse público no horário eleitoral a presidente
Dilma agora resolveu "explicar" didaticamente como, quando e porque
seu governo deu combate sem trégua à corrupção, tema até então evitado na
propaganda e só abordado em entrevistas mediante provocação.
Segundo ela, os escândalos dos últimos anos foram apenas uma
"falsa impressão" de aumento da corrupção. Nessa nova versão esses
casos viraram notícia só porque o governo assim decidiu.
Isso a despeito de nenhum deles ter sido descoberto por
iniciativa oficial, todos terem sido em princípio desmentidos, vários dos
personagens envolvidos demitidos depois reincorporados aos ministérios,
investigações escancaradamente barradas e denúncias reiteradamente ignoradas.
Está claro, pois, que a campanha do PT achou um atalho mais
fácil para travar o atual combate: no lugar de tentar convencer, prefere
enganar o eleitor. Campo no qual se sente bastante à vontade.
Melhor de três. O
senador Aécio Neves disse na entrevista ao Globo que se perder a eleição será
um oposicionista. Como não se pode levar em conta a hipótese de uma composição
com governo do PT, resta o subentendido de que se referia à recusa de adesão no
caso de vitória de Marina Silva.
A declaração pode ser compreendida de diversas formas. A mais
simplesinha, a admissão prévia de que está fora do páreo. Outra: como
presidente do PSDB vai se empenhar para que o partido fique de fora de um
hipotético governo do PSB.
Uma terceira seria o reconhecimento de que uma nova disputa
presidencial precisaria ser precedida de uma posição atuante, com mais atenção
à ligação com a sociedade e menos confiança nos resultados da política de
bastidor.
Destaques. Enquanto
as pesquisas não revelam grandes alterações no cenário da disputa presidencial,
nas eleições estaduais os números trazem algumas novidades.
Em Pernambuco, a virada de Paulo Câmara (candidato de Eduardo
Campos). Saiu de 13% para 39% passando à frente de Armando Monteiro, que
liderava com 47% e agora tem 33%.
No Rio Grande do Sul, a candidata Ana Amélia se distancia no
primeiro lugar do governador Tarso Genro, cumprindo até agora a tradição gaúcha
de não reeleger governadores.
No Distrito Federal ocorre um paradoxo. José Roberto Arruda,
ficha suja concorrendo a poder de recurso, está em primeiro lugar para o
governo. Ao Senado, o candidato disparado é o deputado José Antonio Reguffe
cujo capital é a ficha limpa: não usa cota de passagens, devolve salários
extras, defende redução de verbas e gabinete e recusa auxílio moradia.
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