REINALDO AZEVEDO
José
Miguel Vivanco, diretor para a América Latina do Human Rights Watch,
concede uma esclarecedora entrevista à VEJA.com sobre o papel do Brasil
na América Latina quando se tem como foco a crise na Venezuela (ver post
anterior). Seu cargo o obriga a ser comedido, moderado, embora ele diga
o que precisa ser dito. Nós não precisamos desse comedimento e podemos
chamar as coisas pelo seu nome.
Como
esquecer Marco Aurélio Garcia — então assessor especial de Lula e hoje
ocupando o mesmo cargo de aspone de Dilma —, com seu chapéu Panamá,
embarcando num helicóptero que supostamente iria libertar pessoas
sequestradas pelas Farc (os narcoterroristas colombianos), numa operação
organizada por Hugo Chávez? Estava mais do que claro que o Beiçola de
Caracas, que o Diabo já levou, atuava em parceria com o narcoterrorismo.
Mas o Brasil estava lá, claro! A expedição não deu em nada!
Pior! O
Exército colombiano apreendeu com as Farc armamento privativo das Forças
Armadas Venezuelanas, o que evidenciava que Chávez estava armando a
bandidagem. O Brasil se negou a reconhecer a evidência. Celso Amorim,
então ministro das Relações Exteriores, disse que faltavam provas. A
desmoralização veio quando o próprio presidente venezuelano reconheceu
quer as armas eram, sim, de seu país. Mas inventou: elas teriam sido
roubadas!
Chávez já
havia fechado veículos de comunicação independentes e já tinha posto
suas milícias para bater nos adversários, e o Lula presidente afirmou
que, na Venezuela, havia “democracia até demais”. A intimidade é de tal
ordem que João Santana, o marqueteiro do PT, foi emprestado para fazer a
campanha de Chávez a uma das reeleições e a de Nicolás Maduro.
Dilma,
como sabem, em parceria com Cristina Kirchner, promoveu a suspensão do
Paraguai do Mercosul — que havia deposto, segundo a lei, o esquerdista
Fernando Lugo — e aproveitou a falseta para levar a Venezuela para o
bloco, desrespeitando o tratado do bloco, que exige que os países
membros sejam democracias.
Na mais
recente manifestação de indignidade, o Itamaraty participou de uma
conspirata para impedir a então deputada de oposição, Maria Corina, de
falar na OEA. O Panamá lhe cedeu a cadeira para que denunciasse a
ditadura em seu país, e ela teve seu mandato cassado, acusada de servir a
um governo estrangeiro.
Não para
por aí. O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mantém um
escritório na Venezuela que se dedica à nobre tarefa de justificar os
descalabros econômicos do bolivarianismo. Achando pouco, essa frente
avançada se dedica ainda a atacar as oposições da venezuelanas e
brasileiras.
O governo
petista está com as mãos sujas de sangue, sim! É conivente com um
governo que massacra o seu próprio povo. O governo Dilma não é omisso. É
cúmplice.





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