Jornalista Andrade Junior

FLOR “A MAIS BONITA”

NOS JARDINS DA CIDADE.

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CATEDRAL METROPOLITANA DE BRASILIA

CATEDRAL METROPOLITANA NAS CORES VERDE E AMARELO.

NA HORA DO ALMOÇO VALE TUDO

FOTO QUE CAPTUREI DO SABIÁ QUASE PEGANDO UMA ABELHA.

PALÁCIO DO ITAMARATY

FOTO NOTURNA FEITA COM AUXILIO DE UM FILTRO ESTRELA PARA O EFEITO.

POR DO SOL JUNTO AO LAGO SUL

É SEMPRE UM SHOW O POR DO SOL ÀS MARGENS DO LAGO SUL EM BRASÍLIA.

terça-feira, 31 de julho de 2018

Atacado pelos jornalistas, Bolsonaro surpreendeu e se saiu bem no “RodaViva”

Deu em O Globo
Pré-candidato à Presidência pelo PSL, o deputado federal Jair Bolsonaro afirmou que não tem um “plano B” caso haja uma impossibilidade do economista Paulo Guedes seguir em um eventual governo dele. Em entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, na noite de segunda-feira, o político, que já admitiu não dominar o tema, também voltou a se referir ao seu consultor como o “Posto Ipiranga”, a quem tem delegado a função de responder questões sobre o mercado. O presidenciável descartou que possa haver um desentendimento entre os dois no futuro que ponha em risco a estabilidade do país.
— Eu duvido que possa ter uma briga entre mim e Paulo Guedes — respondeu o presidenciável, que garantiu ainda que os dois se manterão saudáveis durante os quatro anos de mandato — Para a tristeza da esquerda e dos estatizantes, nós não morreremos.
Durante a entrevista, Bolsonaro reafirmou ser contra a cota pra negros, justificando que o Brasil não tem responsabilidade sobre os anos de escravidão. “Eu nunca escravizei ninguém. Os próprios negros entregavam os negros. Que dívida é essa, meu Deus do céu?” — questionou.
SUSPEIÇÃO – Bolsonaro afirmou que as eleições deste ano estão “sob suspeição de fraude” pela ausência do voto impresso. O pré-candidato à Presidência disse que a procuradora-geral da República, Raquel Dodge prestou “um desserviço à democracia” ao propor uma ação contra a impressão do voto. No início de junho, o Supremo Tribunal Federal, por oito votos a dois, concordou que a medida para a conferência do resultado da disputa colocaria o sigilo do voto em risco.
“Vamos continuar sob suspeição da fraude. O voto é uma coisa sagrada para a democracia” — disse o presidenciável, autor da proposta de emenda constitucional para a impressão do voto aprovada na Câmara. “Todos nós desconfiamos. Você não tem como comprovar que houve fraude, nem nós que não houve. Temos a dúvida. E nós sabemos que o poder joga pesado”.
MAIS DO QUE LULA – Questionado se vai respeitar o resultado das urnas, o presidenciável não respondeu, mas pontuou que, em suas viagens, tem sido recebido com mais apelo do que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em suas caravanas.
“O sentimento que eu tenho das ruas é que eu tenho muito mais voto que o Lula” — disse.
Pressionado pela bancada de jornalistas sobre o regime militar, Bolsonaro afirmou que “em grande parte as torturas não aconteceram” e sugeriu que elas teriam sido inventadas para comover a população e buscar indenização do estado. O presidenciável afirmou ainda que só se conhece um lado da história, mas adiantou que não vai abrir os documentos para apurar a ação dos militares.
NO PASSADO – “São feridas que não devem ser mais lembradas” — disse o político. “Isso é história. Vamos fazer de tudo para que ela não volte a se repetir” — completou.
O pré-candidato falou ainda sobre o assalto que sofreu em 1995. Embora armado, dois bandidos levaram sua moto e arma. Os bens, segundo contou, foram recuperados dois dias depois.
“Um tempo depois o cara apareceu morto” — disse o capitão da reserva do Exército, que afirmou não ter sido ele o responsável pela morte do assaltante.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– A matéria de O Globo não aborda o clima da entrevista. Desde o início, Bolsonaro foi atacado e imprensado pelos jornalistas, que fizeram o possível e o impossível para que ele perdesse a cabeça, mas isso não aconteceu. Houve vários bate-bocas entre entrevistado e entrevistadores, mas o candidato conseguiu escapar das armadilhas e se saiu muito bem, mostrando que não será presa fácil nos debates eleitorais. Na minha opinião, as melhores entrevistas de presidenciáveis no Roda Viva foram as de Ciro Gomes, Afif Domingos (que nem é mais candidato) e Jair Bolsonaro, que me surpreendeu nesta segunda-feira. (C.N.)
































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'Prioridade' da dupla corrupta Lula-Dilma, Nordeste acumula o maior número de obras paradas do país

Gabriel Mascarenhas, Veja
A região do país que mais precisa de melhorias urgentes encabeça o ranking de desperdício de dinheiro público.
De 2015 para cá, 7,8 bilhões de reais foram pelo ralo de 1 170 obras que estão paradas nos nove estados do Nordeste, segundo um levantamento da CNI.
Há uma penhasco de distância para a segunda colocada, região Sudeste, onde o poder público desembolsou 2,2 bilhões de reais com 593 intervenções à espera de conclusão.
Depois, vêm os estados do Norte, com 406 obras largadas pelo caminho e 1,3 bilhão de reais jogado fora.
No Sul, há 386 projetos abandonados e saldo de 2,4 bilhões de desperdiçados. Espalhados pelos estados do Centro-Oeste existem 241 obras paralisadas, que consumiram 900 000 milhões de reais.














extraídaderota2014blogspot

O DESERVIÇO prestado a sociedade pela TV Cultura.

Claudia Wild, brasileira, mineira, advogada, residente na Alemanha, fez uma excelente análise do que a TV Cultura tentou fazer com  Jair Bolsonaro no programa Roda Viva, no dia 30/7.
O dia em que ex-guerrilheiro, militantes e desarmamentistas tentaram “fuzilar” Bolsonaro

Não, não foi uma sabatina. E, definitivamente, não foi uma entrevista! Foi um convescote entre marxistas engajados na causa e um homem odiado que não poderia entrar no 'Clube dos Iluminados'.

Ali estava a estupidez ideológica sobrepondo ao dever profissional do jornalismo, que é informar a verdade dos fatos para que o cidadão forme sua opinião.

O que se viu no Roda Viva, ontem, foi um clássico exemplo do jornalismo militante brasileiro. O jornalismo que perdeu completamente a vergonha de mostrar a que veio, para quem trabalha e o que pretende manter.

A começar pela escolha da bancada: todos militantes, defensores declarados da causa socialista. De ex-guerrilheiro do MR-8 até órfão choroso de Fidel Castro.

Não fizeram perguntas, apresentaram libelos acusatórios sem direito ao contraditório: “racista, fascista, homofóbico, defensor da tortura", ou era “ista”, ou era o  “óbico”. Abusaram de afirmações rasteiras já devidamente esclarecidas pelo entrevistado em outras oportunidades. Não fizeram uma única pergunta relevante, inteligente. Sabem por quê?

__Porque o Brasil não interessa O que importa é a manutenção da ideologia que defendem. Foi o ‘conversê' politicamente correto dos aduladores de Fidel Castro, que se dizem preocupados com a democracia nacional;  com as minorias ( massa de manobra ); com a superação da “terrível" ditadura militar; com a dívida histórica  e outros temas tão amados pelos engajados militantes do jornalismo.

Não houve preocupação com  os planos de governo, suas estratégias para enfrentar os enormes problemas da nação. Ninguém se mostrou indignado com os 14 milhões de desempregados, com os mais de 65 mil homicídios anuais,  com a péssima educação nacional, com a  sofrível saúde pública, com a farta bandidagem armada; com o nefasto aparelhamento estatal; com a  falta de saneamento básico para quase metade da população do país, com o  peso dos impostos escorchantes, com o tamanho do Estado, com a dívida interna etc. O importante foi acusar, inventar e repetir mantras & mentiras para que eles se tornassem, talvez,  verdades e, assim, consigam  “abater” o candidato em pleno voo.

O que se viu foi um show de imaturidade, mediocridade e parvoíce. Apresentaram um nível subginasiano  de interpretação de palavras, de um inacreditável pré-analfabetismo. Transbordaram sangue nos olhos e uma soberba descomunal! Uma arrogância que tentava desmerecer, humilhar  o acusado, digo entrevistado. O candidato saiu-se muitíssimo bem diante da situação bizarra onde entrevistadores se transformaram em inquisidores.

O convescote mostrou ainda que a mídia não está em sintomia com os anseios de uma maioria exausta de tudo que deu errado no país. Ele deixou claro que, a mídia mainstream não percebe o quanto é arrogante em não respeitar um homem patriota, que deu voz a milhões de brasileiros. Fosse ela inteligente e olhasse  além de seu próprio e dilacerado umbigo, tentaria compreender o que se passa no Brasil da atualidade. Mas, não! Ela prefere continuar em sua empáfia para iludir-se na continuidade da manipulação das massas, tal qual o bêbado que crê na sua sobriedade.

Ademais, o jogo que se propuseram a jogar apenas encurtará o caminho de Jair Bolsonaro até seu objetivo. Escolheram a mentira para enfrentar os fatos. Escolheram o ataque baixo, achando que a defesa não será utilizada, pois acostumaram-se com as dóceis ovelhas nas mãos de seus algozes. Mal sabem eles que os tempos mudaram. Que não são mais os donos da informação e da formação da opinião.

Assim, a lamentável hostilidade só teve um vencedor: o Capitão. Provavelmente, nenhum outro candidato sobreviveria politicamente ao que Bolsonaro sobreviveu. A situação fez dele um candidato mais forte, e, para o desespero de militantes, ex-guerrilheiros e defensores da democracia cubana... Em uma disputa limpa, ele será praticamente imbatível. Tentaram um fuzilamento com balas de festim.     
#Texto de Claudia Wild
















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Livro revela a “compra e venda” de Medidas Provisórias no Congresso

Frederico Vasconcelos
Interesse Público
Sob o título “Centrão repagina o mapa da mina”, a jornalista Maria Cristina Fernandes publica artigo no suplemento semanal do jornal Valor em que trata do livro “Dinheiro, Eleições e Poder”, de Bruno Carazza. O autor é especialista em políticas públicas e gestão governamental do Ministério do Planejamento. Editado pela Companhia das Letras, o livro expõe a engrenagem dos despachantes de interesses no Congresso Nacional.
Carazza é mestre em economia pela UnB e doutor em direito pela UFMG. É autor do blog “O E$pírito das Leis”, da Folha, onde analisa interesses em jogo e possíveis efeitos dos projetos em discussão no Congresso.
MERCADO LIVRE – A repórter Maria Cristina Fernandes registra que o autor “destrinchou uma a uma as relatorias das medidas provisórias”, acrescentando que “as MPs oferecem o melhor campo de trabalho para os traficantes de interesses no Congresso.
Como o atacado das doações eleitorais minguou, o “Centrão” concentrará suas forças no “varejo congressual”, na definição do cientista político Bruno Carazza.
Segundo a articulista, o “Centrão” privilegia a unidade do bloco, em detrimento da disputa presidencial, porque concentra suas apostas no Congresso. É a partir de seus postos de poder que os partidos têm a prerrogativa de indicar presidentes de comissões e relatores de projetos prioritários.
JUCÁ É O CAMPEÃO – Eis alguns destaques do livro:
Ao longo do primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma média de 36% dos relatores receberam doações de setores vinculados às MPs nas quais tinham plenos poderes.
A partir de 2007 até o fim do primeiro mandato da ex-presidente Dilma Rousseff, o negócio bombou: 68% dos relatores haviam sido financiados pelos setores das MPs sob sua responsabilidade.
O senador Romero Jucá (PMDB-RR) é identificado como o protótipo do parlamentar cujo papel na negociação das propostas legislativas fez dele interlocutor privilegiado do setor privado [“resolvedor-geral da República”, segundo define um lobista].
Dos 81 senadores, apenas 23 foram relatores de medidas provisórias na Casa entre 2001 e 2017. Mais da metade dos relatores foram escolhidos nas hostes do PMDB, principal partido no Senado. Deles, o campeão absoluto é Jucá. De 238 medidas provisórias aprovadas ao longo desses 16 anos, o senador relatou 73.

Os setores que mais contribuíram com financiamento de campanha foram construção, alimentício e bebidas, financeiro, siderurgia e metalurgia, mineração e farmacêutica.


























EXTRAÍDADETRIBUNADAINTERNET

Campanha pelo fim do quinto constitucional gera crise entre magistrados

Mônica Bergamo
Folha
A campanha de entidades da magistratura pelo fim do quinto constitucional, em que advogados e procuradores preenchem vagas dos tribunais sem fazer concurso, já gera ruído em cortes do país. Ela foi disparada depois que o desembargador Rogério Favreto, indicado ao TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) pela regra, ordenou que Lula saísse da prisão.
Na Bahia, um desembargador se desfiliou da Anamages (Associação Nacional dos Magistrados Estaduais) depois que o presidente da entidade, Magid Láuar, afirmou que, com exceções, só advogados “fracassados” preenchem as vagas do quinto.
OFENSA GRAVE – “Não sou um profissional fracassado de parcos conhecimentos jurídicos”, afirmou o desembargador Sérgio Cafezeiro em carta a Láuar. Ele acusa o dirigente de fazer “ofensa de descomunal gravidade” a todos os magistrados que “tiveram acesso aos tribunais” pela regra.
Láuar diz que enviou carta ao colega. “Não estamos agredindo os atuais integrantes dos tribunais, pessoas dignas, honestas e que trabalham. Mas queremos que [o quinto] acabe, ponto. Ele nasceu fadado ao fracasso.”
Láuar compara a situação dos magistrados do quinto à do “senador biônico, que não foi eleito e era nomeado pela ditadura. Quer ser juiz? Faça concurso!”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGSe não houvesse esse sistema do quinto constitucional e da livre escolha de ministros do Supremo pelo presidente da República, a Segunda Turma do Supremo nem existiria e José Dirceu não estaria curtindo férias na Bahia, às custas da indevida aposentadoria que recebe como ex-deputado. Político não deve ter regalia. Tem de ser considerado como um trabalhador comum. Este seria um bom tema para a reforma da Previdência, mas o Supremo logo alegará que existe “direito adquirido”.  (C.N.)






























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RAZÕES PARA JOGAR FORA TODO O MARXISMO

por Luis Milman
Desejo propor uma reflexão sobre o princípio da dialética hegeliana, que Marx e Engels importaram para o materialismo. Trata-se do princípio da irracionalidade, de acordo com uma análise que qualquer pessoa, mesmo não versada em lógica, pode entender sem muito esforço. Hegel e, sobremodo, Marx, seu seguidor materialista - não o único, mas aquele que produziu especulações mais arrogantes e danosas - montaram sistemas com base na negação dos princípios da não-contradição e do terceiro excluído. E, por isso, sustento que suas cosmovisões, termo que considero adequado para designar a síntese entre a pseudológica e a metafísica que erigiram, não passam de verborragia solene.
De uma sentença contraditória se segue qualquer outra sentença. Este é o chamado Princípio da Explosão. Se temos p e não p então temos c, seja qual for o c. É fácil demonstrar essa lei da lógica clássica, contra a qual Hegel investiu. Vejamos no exemplo: afirmo que serpentes são viscosas e não não são viscosas e, para efeito de raciocínio, considero que esta sentença é verdadeira. Com base no que considero, pretendo provar que a Terra é quadrada. Da afirmação de que serpentes são viscosas e não são viscosas, se segue que serpentes não são viscosas e quem não entender isto precisa urgentemente consultar-se com um psiquiatra, porque sofre de alguma disfunção cognitiva grave. Assim, Se está provado, pela aceitação da verdade da antinomia, que serpentes não são viscosas, podemos avançar para a prova terminal de que a Terra é quadrada, do seguinte modo: temos que serpentes não são viscosas. Desta forma, formulo nova sentença, desta feita, disjuntiva, a saber, ou serpentes são viscosas ou a Terra é quadrada. Daí se infere que a Terra é quadrada, porque, conforme demonstrado pela premissa que aceitamos, a saber, que serpentes não são viscosas, é impositivo concluir que a Terra é quadrada.
Ora, os defensores da dialética, como tenho afirmado, não entendem nada de lógica, porque esta singela Lei da não-contradição, se violada, trivializa qualquer teoria. O mesmo vale para o Princípio do Terceiro excluído, a saber, que uma sentença ou verdadeira ou é falsa, não havendo uma terceira opção para que compreendamos o que ela significa. Assim, a opção " a sentença s é verdadeira e falsa" é, do ponto de vista lógico, inaceitável. Por trivializar, por turno, entenda-se precisamente a consequência de que qualquer afirmativa pode ser resultante da aceitação de uma contradição. Uma teoria é dita trivializada se se depara com uma contradição. Isto a inutiliza. Mas, acentue-se bem: isto não quer dizer que todas as teorias, do ponto de vista da lógica matemática, estejam imunes a paradoxos. Não estão, como a história da ciência e da própria matemática comprovam. Se aceitamos o Princípio da Explosão, que se impõe a partir da Lei da não-contradição, não podemos, seja lá por qual motivo, continuar fazendo uso de uma teoria que implique uma contradição. Mas afirmar a imunidade à contradição é outra coisa. Ninguém pode fazer isto de forma antecipada, ou como Kant dizia, a priori. Autores contemporâneos como Quine e Popper montaram sistemas de compreensão de como funcionam as teorias com base justamente na sua característica falível; teorias são sistemas hipotético-dedutivos submetidos permanentemente a testes empíricos que podem torná-las falsas; e não podemos antever todas os possíveis desdobramentos lógicos de sua aplicação, porque não somos, ao contrário do que, acentuadamente, os senhores Hegel e Marx, pensavam, seres oniscientes que divisam, a um só tempo, todos os mundos possíveis ou todas as possíveis hipóteses que as ciências podem propor.
Não desconheço que alguns lógicos contemporâneos trabalham com o conceito de lógica paraconsistente, não-clássica. O mais destacado deles é o australiano Graham Priest. A lógica paraconsistente admite a existência de contradições, como as com que nos deparamos na linguagem corrente. Exemplos: "esta sentença é falsa" e "estou mentindo agora", que Priest chama de dialetéias. Entretanto, marxista algum pode fazer uso dos recursos conceituais desta lógica não-clássica para sustentar seu edifício de sandices. Uma coisa é admitir a existência de contradições e estabelecer parâmetros para um cálculo não-clássico. Outra, porém, é dizer que todo o ser é devir e na sua essencialidade está o conflito de opostos, como fazem os hegelianos e marxistas. Os defensores da lógica paraconsistente não afirmam que todas as coisas que dizemos ou que pensamos são contraditórias. Eles afirmam que algumas delas são. Já os dialéticos, se comprometem com um rendezvous trivialista, que pode ser resumido no seguinte antilema: tudo se segue de tudo e qualquer coisa decorre de qualquer outra coisa. O gênio de Jena, que pretendeu ter descoberto a lei motriz do Universo, na verdade desvelou uma senhora tolice. Dela partiram seguidores entusiasmados pela nova "lógica da revolução" (Engels), para cujo horizonte moral nada importava senão a higidez da totalidade em marcha incontida para sua consumação na sociedade sem classes. No caminho revolucionário, Marx e Engels já o diziam e está documentado, em correspondências e artigos na Gazeta Renana, soçobrariam pilhas de cadáveres, daqueles contra os quais era impositivo pegar em armas e daqueles outros, de nações pré-industriais, que seriam trazidos a fórceps para o seio da nova ordem comunista.
No início dos anos 60, ainda se recitava a cartilha marxiana com suas categorias não maquiladas. É certo que os partidos comunistas da época não estimulavam muito, junto aos jovens que iam buscar no movimento estudantil e nos operários, a discussão filosófica dos Manuscritos Econômico-filosóficos (1844) e de Para a Crítica da Economia Política (1859). Era mais apropriado esquematizar o pensamento marxiano em pontos-chave, por meio da pregação apostilhesca elaborada, entre outros, pela chilena Marta Harnecker (Os conceitos básicos do materialismo histórico), ela discípula de Louis Althusser e Alain Badiou. Pontos bem básicos mesmo. E tolos. Vejamos um sinal importante deles em Marx, quando este define, no Prefácio de Para a Crítica da Economia Política, as relações entre estrutura e superestrutura: "na produção social da sua vida os homens entram em determinadas relações necessárias, independentes da sua vontade, relações de produção que correspondem a uma determinada etapa de desenvolvimento das suas forças produtivas materiais. A totalidade destas relações de produção forma a estrutura econômica da sociedade, a base real sobre a qual se ergue uma superestrutura jurídica e política, e à qual correspondem determinadas formas de consciência social. O modo de produção da vida material é que condiciona o processo da vida social, política e espiritual. Não é a consciência dos homens que determina o seu ser, mas inversamente, seu ser social que determina a sua consciência."
Note-se que o modo como Marx caracteriza a consciência é reducionista. O ser social determina a consciência individual. Mas o que determina o ser social? O ser material, que é o homem (gênero aqui) na sua condição natural. A afirmativa apenas desnuda a tese materialista de que somos organismos fisiológicos, em primeiríssima instância, condicionados pelo invariante impulso da autopreservação, uma ideia que Darwin desenvolveu mais tarde. Em seu desenvolvimento, a vida salta para o estágio da produção social e, como Marx não está falando de lagostas, mas do homem, especulo: seu ponto de partida antropológico é a luta pela vida (alimentação, reprodução) dos agregados humanos para inicialmente manterem-se em estado de subsistência.
Percebe-se que nesta evolução, de uma etapa material, fisiológica, para uma social, a mente cumpre papel decisivo, mas não pode ser outra coisa que não o cérebro. Nos Manuscritos Econômico-Filosóficos, Marx apresentara sua crítica ao princípio de identidade de Hegel e desenvolvera a ideia segundo a qual os homens produzem a si mesmos mediante o trabalho, dali extraindo a conclusão de que é da práxis coletiva que resulta o ser humano.
Não são poucos marxistas que defendem, hoje ainda, a tese de que os Manuscritos são um texto humanista. Neste texto, ele apresenta o comunismo, como a "superação positiva da propriedade privada, enquanto auto-alienação do homem, e, por isso, como apropriação efetiva da essência humana através do homem e para ele; por isso, como retorno do homem a si mesmo enquanto homem social, isto é, humano; retorno acabado, consciente e que veio a ser no interior de toda a riqueza do desenvolvimento até o presente. Este comunismo é, como acabado naturalismo igual a humanismo, e como acabado humanismo igual a naturalismo; é a verdadeira solução do antagonismo entre o homem e a natureza, entre o homem e o homem, a resolução definitiva do conflito entre existência e essência, entre objetivação e auto-afirmação, entre liberdade e necessidade, entre indivíduo e gênero. É o enigma resolvido da história e se conhece como esta solução" (Karl Marx, Manuscritos, III, p. 8, Os Pensadores, Abril Cultural, São Paulo, 1978).
O livro é o primeiro da trilogia propriamente criítico-filosófica de Marx, que se completa com A Sagrada Família (1844) e a A ideologia Alemã (1845, ambos com Engels). Nos Manuscritos, o humanismo, que se identifica com o comunismo, é materialista, naturalista, se preferirem, e está circunscrito pela noção da dialética do trabalho alienado e de sua consequência, a propriedade privada, fonte, para Marx e Engels, de todos os males da civilização. Somente poderemos recuperar nossa condição humana depois da extinção da propriedade privada. Observo aqui, mais uma vez, que não estamos a tratar de um método de exposição de ideias, mas de uma descrição metafísica da dialética como movimento de contrários ativos na natureza e na sociedade. Marx cria, a partir da ideia de comunismo, sua própria filosofia da identidade, que ele contrapõe à de Hegel, tendo no comunismo a síntese de todas as realizações humanas ou, segundo seu léxico próprio, a superação da auto-alienação humana.
Convém destacar que, se considerarmos um espectro de discussão mais amplo, a hipótese que identifica mente e cérebro é ainda hoje muito poderosa. Poderosa, porque todos querem, em ciência, evitar lidar com entidades que não sejam materiais, ou seja, aquilo que, em última instância, nós podemos perceber pelos sentidos. Os empiristas ingleses diziam que nossas idéias, todas elas, provêm dos sentidos e que as mais abstratas delas são produtos de operações mentais. A atual escola materialista em filosofia da mente sustenta haver uma identidade entre fenômenos mentais e fenômenos neurofisiológicos, mas tem dificuldades em lidar com estas coisas que chamamos de ideias e estados mentais, como as crenças e os desejos, pela razão que apontarei logo a seguir.
Locke, que foi um grande filósofo do materialismo clássico, teve problemas ao tentar explicar a mente em seu funcionamento, porque, para isso, ele era obrigado a supor a própria mente em funcionamento, ou seja supor o que pretendia explicar. Bem lá no fundo de seus corações, os materialistas sabem, que estão errados, porque a mente não é algo que podemos simplesmente reduzir ao cérebro e este não pode simplesmente ser discernido pela neuroanatomia. Sua complexidade não é similar a de uma engenhoca sofisticada.
Teses materialistas esfarelam-se pelo reducionismo. Uma máquina fisiológica, que, por hipótese, funciona segundo o modelo conexionista neurológico-matematizável, não pode gerar a si mesma e, muito menos, pode gerar a matemática que a põe em operação. O problema da origem da máquina e da origem de seu programa é demasiado intrincado para ser abordado por um enfoque materialista, para o qual o surgimento da vida, é na mais branda das hipóteses, ocasional. Além disso, se pensarmos a vida como mera matéria, que razão haveria para nos preocuparmos com questões tais como o sentido da vida, o valor do humano, a beleza de uma paisagem ou a inefabilidade da angústia?
Marx não se deteve nestes aspectos, dando-os por inabordáveis. Ele era, segundo Eric Voegelin, um trapaceiro intelectual. O reino da necessidade é tudo para a crítica marxiana. O reino da liberdade não está aqui. Para ele, as relações inter-humanas (relações de produção), são necessárias e não dependem da vontade de ninguém em particular, mas das etapas em que as forças produtivas se encontram, estas moldando a consciência dos indivíduos. Ideias e estados mentais, como os estados conscientes - Marx chama tudo isto de consciência - no entanto, são, para dizer o mínimo, dificilmente redutíveis a estados materiais. Como os demais materialistas, Marx tem que lidar com alguns problemas. Exemplo: estados da mente são intangíveis, dificilmente pode-se alegar que estão situados no espaço físico. Além disto, possuem muita mobilidade, de modo que não há nada de implausível na hipótese de que duas ou n pessoas podem ser portadores da mesma crença, por exemplo, mesmo que se encontrem em distintos estados neurofisiológicos. No que se segue, mostrarei como certas características da mente fazem da tese materialista de Marx um rebotalho em termos metafísicos.
Força produtiva, para Marx, era trabalho e máquina ou, se quiserem hoje, aparato tecnológico. A roda, a máquina a vapor, o motor a combustão criam novas etapas das relações humanas. Para ele, tais relações eram necessariamente determinadas, significa dizer, involuntárias e se davam à revelia do indivíduo. Neste ponto, temos o problema: se a consciência do sujeito se define pelo papel que este cumpre no contexto das relações de produção de seu agrupamento ou agregado social, ele, em nível psicológico, não tem como se desvencilhar deste papel. Se é operário, suas ideias têm de ser as de um operário, se é burguês, as de um burguês. Da mistureba de antropologia, sociologia e materialismo fisiológico (que é uma premissa oculta no argumento), surge o problema: como Marx explica o seu próprio pensamento, aquele que ele diz ser determinado pelo modo de produção material?
Determinado é uma palavra forte. É o mesmo que forçado. Logo, Marx, que era um advogado e jornalista, filho de funcionário público e que nunca entrou numa fábrica, não poderia ter elaborado a ciência proletária. Não é, afinal, o ser social, subdeterminado pelo ser material, que determina a consciência? Não é a estrutura (a totalidade das relações de produção) que determina a superestrutura (o aparato político e jurídico da sociedade)? E onde estava o ser social de Marx, ou de Engels, que era endinheirado e que, como passatempo, tinha o hábito de caçar raposas? Marx travou na mobilidade das ideias, não se deu conta de que um sistema de crenças consistente, seja em termos de filosofia moral, seja em nível de ciência dura, ultrapassa o que ele chamou de ideologia e que proposições universalmente aceitas podem ser teoricamente elucidativas, independentemente da "condição de classe" de um indivíduo. Um argumentador marxista, para contraditar, poderia alegar, neste ponto, que o que vale para uma classe não vale para todos os membros desta classe. Marx era pequeno burguês de origem, mas tinha instrução suficiente para superar esta condição e deslindar a mentalidade obreira. É o enfoque de Gramsci sobre os intelectuais. Marx tinha os pés na burguesia, mas a cabeça no proletariado. Com isto, entretanto, o argumento, aquele segundo o qual as relações de produção determinam a consciência, se autodestrói. Elas não determinam mais, podem no máximo influenciar, mas não além disso. Assim, tudo desaba na hipótese da determinação. Se aduzirmos à análise deste ponto a crítica do materialismo, então torna-se sem dúvida inevitável jogar fora todo o marxismo.
As tentativas neomarxistas e freudomarxistas, a chamada Teoria Crítica da Escola de Frankfurt ou a hipótese dos aparelhos ideológicos de Althusser, são tentativas heroicas de sustentar a tese de que, em que pese a determinação, a superestrutura injeta valores e conceitos da classe dominante na classe dominada. Libertar a consciência do proletariado- e isto o próprio Marx dizia- exigiria não apenas uma crítica da superestrutura que o oprime, mas também a clarificação dos interesses e valores genuínos na classe operária. Tarefa político-revolucionária, difícil e jamais levada a cabo com êxito pelos marxistas no mundo real, porque a esmagadora maioria dos operários, ao longo da história, insiste em permanecer "acrítica" com relação àqueles que seriam, segundo Marx, seus legítimos interesses.
Em outras palavras, eles nunca estiveram nem aí para o palavrório revolucionário, para não falar do metafísico, este opaco para o leigo, quanto mais para o homem que vive, segundo Marx, sendo explorado no trabalho e que não tem tempo para instrução sofisticada. Gramsci tentou aqui fazer uma ponte entre esta instrução, que é típica dos intelectuais, e a "classe" operária. Um intelectual orgânico, que entende as contradições do capitalismo, deve poder ser capaz de ajudar "as massas" a entendê-las também. É preciso que estes intelectuais estejam presentes nas instituições existentes, na educação principalmente, para auxiliar a gente simples a ultrapassar a fase que ele chamava de "filosofia primitiva do senso comum". Gramsci é o autor que instrumentaliza o marxismo, a filsofia da práxis como ele o chamava, para os intelectuais petistas. O esforço dele, assim como o dos neomarxistas, está atado às amarras da dialética hegeliana e, por isso, descontado o fato de que se mantém no plano mental de um Tarso Genro ou de uma Marilena Chauí, nas democracias representativas, a tal praxiologia marxiana pariu apenas revoluções de rebeldia junto a estudantes europeus que misturaram, no final dos anos 60, elementos de rebeldia e utopia, sexo livre, drogas e rock and roll. Tudo se reduziu a um culto enfantiano. Mas, em favor dos insistentes marxistas, não se pode esquecer das qualquer coisa se segue de uma antinomia, inclusive o ser, por negação, do nada (é incrível isto, mas Hegel o disse). Assim, os hoje seguidores de Marx, dentro do PT e nos demais partidos de extrema esquerda, pulam por sobre as montanhas de mortos que suas idéias implantadas à força produziram.
Vejo nisso tudo mais um problema, um problemão em verdade, para eles, além do trivialismo, que é a desqualificada hipótese de que todas as teorias são antinômicas. E penso que é por este tipo de pregação, que ignora a mobilidade e a intangibilidade de estados mentais e que a todo instante mutila a si mesma, que nada no comunismo foi ou pode vir a ser experimentado com suavidade. Na história, só conhecemos comunismo empregado na base da força, mais anda, da força furiosa, da brutalidade opressiva.

* Possui graduação em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1982), mestrado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1989) e doutorado em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1998).
































extraídadepuggina.org

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