Jornalista Andrade Junior

FLOR “A MAIS BONITA”

NOS JARDINS DA CIDADE.

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CATEDRAL METROPOLITANA DE BRASILIA

CATEDRAL METROPOLITANA NAS CORES VERDE E AMARELO.

NA HORA DO ALMOÇO VALE TUDO

FOTO QUE CAPTUREI DO SABIÁ QUASE PEGANDO UMA ABELHA.

PALÁCIO DO ITAMARATY

FOTO NOTURNA FEITA COM AUXILIO DE UM FILTRO ESTRELA PARA O EFEITO.

POR DO SOL JUNTO AO LAGO SUL

É SEMPRE UM SHOW O POR DO SOL ÀS MARGENS DO LAGO SUL EM BRASÍLIA.

sexta-feira, 31 de março de 2017

Erros perigosos, na imprensa e na realidade. Alguns, engraçados, ironicamente

CHUMBROGROSSO

Cá entre nós, será que alguém acredita nos bons propósitos da indústria, qualquer que seja? O que é o recall da indústria automobilística se não a indicação de que puseram no mercado veículos com peças ainda não devidamente testadas? A gigante Volkswagen fraudou sistema eletrônico para manipular índice de emissão de poluentes; no anos 1960, Ralph Nader lançou um livro – “Unsafe at any speed” – em que mostrou a falta de segurança dos automóveis produzidos nos Estados Unidos, principalmente os da General Motors.

O que é o recolhimento de remédios e produtos alimentícios se não a indicação de fraudes ou falta de cuidado na manipulação? Consumir é, cada vez mais, uma loteria, os fornecedores preocupam-se com custo e não com qualidade, basta ver o baixo nível da escrita nos jornais e revistas de uns tempos para cá, a regra nas redações é passar a faca nos salários mais altos, sem levar em conta a capacidade de quem estão demitindo, e contratar … deixa pra lá…

 Além de o problema sanitário, o setor de carnes tem muitos – gravíssimos na área trabalhista. O documentário “Carne e Osso” mostra, com detalhes, quais são. Pode ser visto no Youtube:

https://www.youtube.com/results?search_query=carne+e+osso     

 Alô, alô, TV Globo, não existe presos preventivos, o que há são os presos preventivamente, combinados?  

 (CACALO KFOURI)

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         O erro do ano (sem trocadilho)!

 No Extra

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Obs.: – Não é mais meteorologia, mudou pra proctologia.

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Obs.: – Notem que na primeira correção não perceberam que puseram acento no assento, demoraram para notar que o desastre foi total.

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          Na Folha

 Cidade de Pernambuco abriga esqueletos da transposição

Localizada no coração do semiárido nordestino, a pernambucana Salgueiro foi há até pouco tempo um oásis no sertão, ilha de prosperidade na região mais pobre do país. Atraídos por duas grandes obras de infraestrutura e milhares de empregos, a transposição do rio São Francisco e a ferrovia Transnordestina, trabalhadores de todo o Nordeste chegaram a Salgueiro. Hoje ambas estão paradas, com a maior parte dos canteiros abandonada e trechos já prontos se deteriorando sem proteção contra sol e chuva.

Obs.: – Lula e Dilma também vão fazer comício aqui?  

Crise da carne causou embaraço econômico ao Brasil, diz Temer

Obs.: – Que inocente sou, pensei que tivesse causado um embaraço moral ao mostrar em quanta lama está afundado o país, não há setor em que não sejam descobertos malfeitos.

 Painel

Quantos deputados da lista do [Rodrigo] Janot serão indicados para presidir comissões ou compor o Conselho de Ética?

Do deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ), sobre a atuação na Câmara de parlamentares citados na relação do procurador-geral da República

Obs.: Só espero que não vá beijar a mão de nenhum deles… Não nos decepcione mais uma vez, é dos poucos em que se pode confiar.

 Militantes petistas justificam caixa dois

Artigo publicado nesta segunda (20) no site do PT nacional diz que o partido “provavelmente” usou caixa dois para construir um “espaço de poder” na sociedade brasileira.

“Enquanto as regras eleitorais não fossem modificadas – para todos -, seria quase impossível disputar em condição de obter uma vitória em qualquer nível da federação, (…) não utilizando as regras do jogo que sempre foi jogado”, afirma. “Então, o Partido dos Trabalhadores, provavelmente, se utilizou das mesmas regras que os demais usavam.”

Obs.: – Cara de pau não tem limite pra esta turma. Das duas uma, ou se baseiam no clássico “os fins justificam os meios”, ou no “ah, ele também fez, então não tem problema.”. Aliás, raciocínio muito usado por Lula e Dilma.

 FBI encontra camisa de Brady do Super Bowl

 Uniforme estava com jornalista mexicano credenciado para cobrir a final da NFL

Obs.: – Desonesto e burro, ajuda Trump em sua campanha contra imigrantes.

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No UOL

Pela 1ª vez na década, Brasil deixa de avançar em ranking de qualidade de vida

Pela primeira vez desde 2010, o Brasil manteve, sem evolução, a posição 79 –entre 188 países– no ranking internacional de desenvolvimento humano apresentado pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Obs.: – Uai, como assim? Os governos Lula e Dilma não miraram os pobres??? Expliquem-se, ou será que dirão que a ONU é golpista?

Após quedas, nº de crianças de 5 a 9 anos que trabalham no Brasil volta a crescer

O número de crianças brasileiras de cinco a nove anos que trabalham cresceu, conforme revela um levantamento da Fundação Abrinq divulgado nesta terça-feira (21). Entre 2014 e 2015, houve um aumento de 11% do total de meninos e meninas nesta idade que substituíram o tempo de viver a infância pelas atividades profissionais, seja no campo ou na cidade. A pesquisa tem como base os números mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Obs.: – Gestão da “mãe do PAC”. Junte-se esta à notícia acima e se terá noção do desastre causado pela “gerentona”, mais conhecida como “poste”. Não se trata de pegar no pé, a questão é mostrar o tamanho da cara de pau do criador e da criatura.

Repasse do Criança Feliz não paga 1/3 de custos do programa, dizem municípios

Lançado em outubro de 2016, o programa Criança Feliz — que tem a primeira-dama Marcela Temer como embaixadora– tem um “grave subfinanciamento”, o que onera os cofres municipais e ameaça o futuro do projeto. A conclusão (é de)(XXX)(está em)(*) um estudo feito pela CNM (Confederação Nacional dos Municípios), que alerta aos prefeitos que o valor repassado aos municípios que aderem ao programa não chega a bancar nem sequer um terço dos custos com a folha de pagamento.

(*) Estudo não conclui nada, ou apresenta o que os autores concluíram ou  mostra informações  para que alguém conclua.

Obs.: – É um programa ou é só mais uma obra de ficção como tantas propostas por vários governos?

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No ParanáPortal

Ministro visita frigorífico investigado e afirma “parceria” com a PF

O ministro também mudou o tom em relação a PF e, após duras críticas a Operação Carne Fraca, classificou a corporação como uma “parceira” do ministério para identificação e resolução de “problemas pontuais”. Blairo Maggi preferiu não especular sobre desdobramentos da investigação, revelando que novas denúncias envolvendo o setor de carnes chegaram a(à)(*) Polícia Federal.

(*) Chega-se a algum lugar e é a PF, portanto, crase (apesar de, hoje em dia, sobrarem na e no).

Obs.: – Maggi, o sub-Trump… Será preocupação de chegar a ele e, por isso, amansou?

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N’ O Globo

Angra 2: desligada pela quinta vez em 60 dias

Obs.: – Cuidado, de olho na conta,  podem cobrar pela energia não fornecida como fizeram no caso de Angra 3!

No centro do governo

Padilha e Moreira são suspeitos de receber dinheiro da Odebrecht à frente da Aviação Civil

“Algumas vezes fui cobrado por Eliseu Padilha a respeito do pagamento que havia sido solicitado por Moreira Franco” Cláudio Melo Filho, Ex-diretor da Odebrecht

Em um dos trechos da delação, o executivo fala especificamente sobre um pedido de dinheiro que Moreira Franco teria feito a ele em reunião na Secretaria de Aviação Civil em 2014, ainda durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff.

Obs.: – Uai, ela não disse que não deixou o “Angorá”  roubar?

Depois da carne, os remédios

 Em relatórios, Anvisa confessa ser quase nula a sua capacidade de garantir a qualidade, a segurança e a eficácia dos medicamentos consumidos pelos brasileiros

Se quiser evitar novas surpresas como a da fraude na vigilância sanitária, com risco real à saúde da população, o presidente Michel Temer deveria refletir sobre algumas medidas preventivas. Uma delas seria a demissão dos dirigentes de agências reguladoras e órgãos de controle e fiscalização de consumo indicados por políticos. A lista dos patrocinados nos governos Lula, Dilma e Temer está disponível no computador de Eliseu Padilha, chefe da Casa Civil, um lance de escada acima do gabinete presidencial, no Palácio do Planalto.

Obs.: – Estamos perdidos, quem acredita que alguma coisa decente sairá da Casa Civil?









































EXTRAÍDADECHUMBOGROSSO

"Politicagem de lado",

 por Pedro Tobias O Globo
 Os equipamentos e a tecnologia que em 2014 e 2015 ajudaram o estado de São Paulo a superar a mais grave seca na Região Sudeste em 80 anos agora estão ajudando populações de Pernambuco e da Paraíba a receber água vital. Mas o PT não gosta nada disso, como demonstrou em artigo publicado no GLOBO (“A estrela do Rubicão”) domingo passado o senador pernambucano Humberto Costa. O líder petista fala como coronel e dono. Tipicamente, gosta da pobreza e não dos pobres, porque dela espera tirar dividendos políticos.
São Paulo é o mais nordestino dos estados brasileiros, um lugar onde milhões de filhos do Nordeste e seus filhos, netos e bisnetos vivem, trabalham, estudam e contribuem decisivamente para o desenvolvimento local e brasileiro. A falácia de que o governador Geraldo Alckmin foi o responsável pela crise hídrica foi inventada e repetida pelo PT para tentar vencer a eleição de 2014 em São Paulo. Naquele pleito, disputado enquanto o governo paulista fazia diligentemente as obras emergenciais que solucionaram o problema, Geraldo Alckmin venceu no primeiro turno, e o candidato petista amargou o terceiro lugar. Um dos emblemas do modo petista de governar, entre tantos, já era a incompetência demonstrada nas obras de transposição do Rio São Francisco.
Já em São Paulo, em pouco menos de três anos, foram entregues à população — além das obras de captação de duas reservas técnicas do sistema Cantareira com os equipamentos hoje emprestados ao Nordeste — 25 novos reservatórios, a nova adutora Rio Grande-Diadema, o sistema de captação de água em mais dois rios, o Guaió e o Guaratuba, a ligação entre os sistemas Rio Grande-Alto Tietê e a ampliação de duas estações de tratamento de água com membranas.
Neste ano ainda serão entregues o sistema produtor São Lourenço (um sistema completo, como o Cantareira e o Alto Tietê, com reservação, captação, tratamento e distribuição) e a ligação entre os reservatórios Jaguari e Atibainha; no ano que vem, as obras de captação de água no Rio Itapanhaú. Ao todo, é um investimento de R$ 3,5 bilhões, que garante mais 22 mil litros de água por segundo para a Região Metropolitana de São Paulo — quase um terço a mais do que havia antes da crise, um volume suficiente para abastecer 7,7 milhões de pessoas, mais que o dobro da população do Distrito Federal. Esse conjunto de obras traz segurança hídrica para São Paulo enfrentar e eventos climáticos ainda mais agudos do que o de 2014-15.
O Rubicão do PT foi bem outro: como disse Brutus de Júlio César, os governantes abusam do poder quando perdem o sentido da compaixão.
Pedro Tobias é deputado estadual e presidente estadual do PSDB-SP


































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O homem do terno de ouro

 IstoE

Flagrado num mega esquema de corrupção pela pela força tarefa da operação Lava Jato, o ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral adquiriu 20 ternos da grife italiana Ermegildo Zena, uma das mais conceituadas do mundo, por meio de depósitos fracionados em dinheiro, no valor de R$ 18 mil a 150 mil. Todos os trajes eram feitos a mão, o que requer um processo absolutamente artesanal. Primeiro, um mestre alfaiate precisa se reunir com o cliente, para definir o modelo. A medição começa no topo do corpo – uma lição da casa italiana, que faz costumes a mão há 40 anos. Primeiro pescoço, depois ombros, peito, braços, costas e cintura. Todos os itens do terno podem ser definidos: a forma das lapelas, o corte, os bolsos e o tipo de abotoamento, simples ou duplo. Um detalhe muito importante é que a feitura é toda na sede da empresa, em Trivero, no norte da Itália, onde também fica o Lanificio Zegna. O processo tem cerca de 30 estágios e pode durar até 90 dias. A última etapa é a costura em dourado da etiqueta, que vem com o nome do proprietário do terno. A seguir, alguns detalhes só possíveis nos costumes com mais de três dígitos:




















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"O sigilo e a lei",

editorial do Estadão
 Assiste razão ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), quando critica os vazamentos de investigações sigilosas que vêm ocorrendo com crescente frequência, o que deveria preocupar a Procuradoria-Geral da República (PGR). “Quando praticado por funcionário público, vazamento é eufemismo para um crime que os procuradores certamente não desconhecem. A violação do sigilo está no artigo 325 do Código Penal”, lembrou Gilmar Mendes.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, reagiu com maus modos à advertência de Mendes, como se estivesse numa peleja de rua, sem se dar conta de que o que se esperava dele eram providências eficazes para fazer cessar a irregularidade denunciada.
De fato, o art. 325 do Código Penal tipifica o crime de violação de sigilo funcional. À ação de “revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação”, atribui-se a pena de detenção de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave.
A habitualidade dos vazamentos faz parecer, no entanto, que tal artigo anda bem esquecido por algumas autoridades. Como alerta o ministro Gilmar Mendes, “mais grave é que a notícia (do vazamento) dá conta dessa prática dentro da estrutura da PGR. Isso é constrangedor”. A isso ser verdade, é grave que essa prática venha sendo aceita sem maiores contestações, como se fosse coisa menor ou até mesmo benéfica, já que ajudaria a desmascarar a corrupção, ao tornar público, por exemplo, quais são as pessoas investigadas em tal ou qual operação e quais são os crimes que se lhes atribuem.
É um equívoco achar que os vazamentos contribuem para combater a corrupção. Sua prática fere o bom Direito, sendo instrumento, não raro, para difamação seletiva. Vaza-se o que interessa politicamente vazar e mantém-se o restante sob o sigilo da lei. Esse modo de tratar as informações às quais se tem acesso pelo cargo público, arbitrando o que se guarda e o que se vaza, é grave distorção da função pública.
Não assiste razão, porém, ao ministro Gilmar Mendes quando dá a entender que o vazamento de depoimentos de delações premiadas seria motivo suficiente para nulidades processuais. É certo que a quebra do sigilo pode levar, em determinadas circunstâncias, à anulação de algum procedimento. Tal avaliação, no entanto, requer cuidado e rigor, sem generalizações. A previsão de que alguns defeitos processuais possam acarretar nulidade representa importante garantia num Estado Democrático de Direito. Os procedimentos investigativos e o processo penal devem respeitar rigorosamente a lei, sob o risco de legitimar arbitrariedades. Dessa realidade não se infere, porém, qualquer necessidade de aventar genericamente nulidades processuais, o que, por sinal, soa como música nos ouvidos dos criminosos.
A confusão causada pelos vazamentos evidencia uma esquizofrenia no modo de tratar a lei. De um lado, autoridades vazam com espantosa licenciosidade informações que estão sob sigilo legal. Cada vez mais tal prática é feita sem qualquer pudor, como se fosse da sua competência definir arbitrariamente o que ficará restrito e o que se tornará público. Em contraste com o relaxamento desses modos, atribui-se com enorme facilidade caráter sigiloso a um sem-número de informações, como se os trabalhos investigativos necessitassem de tanto rigor e segredo.

O habitual deve ser a transparência e a publicidade. Raras são as ocasiões em que há motivo para decretar sigilo e, nos casos em que houver motivo suficiente para tanto, o sigilo deve ter tempo determinado. Em geral, muito breve. Sigilos eternos indicam que as investigações não estão andando e, o que seria ainda pior, podem sinalizar um desvio no uso do poder inerente ao cargo público. Mais do que auxiliar nas investigações, a longa manutenção do sigilo poderia ser ocasião para conferir a quem tem acesso às informações sigilosas um poder de intimidação sobre os investigados que a lei de modo nenhum confere.
















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1964: Marco Antônio Villa

UM POUCO DA VERDADE  - entrevista do professor Marco Antônio Villa em 2014
Vídeo do programa, Mônica Teixeira entrevista o professor Marco Antônio Villa, da Universidade Federal de São Carlos. Ele é autor do livro Ditadura Brasileira 1964-1985: a democracia golpeada à esquerda e à direita. O professor acredita que o período de 1964 até 1968 não pode ser considerado como ditadura, visto que em 1965 houve eleições diretas para governador e, além disso, também aconteceu a passeata dos 100 mil e festivais de música popular. 

1964 é um programa que entrevista historiadores e pesquisadores com o intuito de entender como era o Brasil na década de 1960, quais eram os desafios da sociedade e como ela os enfrentou.














video e texto publicação original no youtube

"A reforma do povão"

 Carlos Alberto Sardenberg: O Globo
 A Previdência brasileira, incluindo o pessoal do INSS e servidores de todos os níveis, fechou o ano passado com um déficit de R$ 316 bilhões. Esse é o resultado do total de contribuições pagas pelos trabalhadores e pelos patrões, incluídos os governos, menos o total de aposentadorias e pensões pagas. Isso significa que o governo federal e os estaduais tiraram dinheiro de outros impostos e contribuições para pagar aos aposentados. 
Como o déficit é crescente, está na cara que, se não for contido, os governos acabarão tendo de usar toda a receita arrecadada para financiar o sistema de aposentadoria. Claro que essa é a situação impossível — a hipótese apenas indica que vai faltar dinheiro.
Como há déficit tanto no INSS quanto nos sistemas de aposentadoria de servidores, todos devem entrar na reforma, certo?
Não é bem assim.
O presidente Temer resolveu tirar do projeto de reforma todos os servidores estaduais — sistema esse que fez um déficit de R$ 89,6 bilhões no ano passado. Já estavam de fora os militares, cujo sistema teve um rombo de R$ 34,1 bilhões.
Portanto, daquele déficit total de R$ 316 bilhões, nada menos que R$ 123,7 bi, ou 40%, estão excluídos do projeto de emenda constitucional, a PEC da Previdência.
Como os servidores são os que têm maior poder de pressão sobre deputados e senadores que vão votar a reforma, não se exclui a hipótese de que os funcionários civis federais também sejam tirados da atual PEC. No ano passado, o déficit aí foi de R$ 43,1 bilhões.
No total, ficaria de fora um rombo de R$ 166,8 bilhões, referente a três milhões de aposentados, com os melhores rendimentos.
E assim ficaria na reforma só pessoal do INSS que, de fato, apresenta o maior déficit: R$ 149,7 bilhões. Só que para pagar 30 milhões de brasileiros, sendo que quase 60% recebem um salário mínimo.
Seria a reforma do povão.
CORRUPÇÃO NA CARNE
Pessoal diz que se o fiscal estava achacando o frigorífico, então é lógico que a indústria estava produzindo carne podre.
Certo?
Pode não ser.
É perfeitamente possível, provável até, que o fiscal estivesse exigindo propina para não criar dificuldades. Isso acontece direto e não apenas na indústria da carne. A legislação brasileira é complexa, minuciosa e confusa, nos três níveis de governo, e para todos os setores da economia. Um fiscal mal intencionado e bem experiente acha pelo em ovo com facilidade.
Podem perguntar ao contador ou ao advogado trabalhista de qualquer empresa séria: você tem certeza de que está tudo certinho? A resposta honesta será algo mais ou menos assim: até onde a gente consegue ver, parece correto, mas nunca se sabe.
Esse ambiente, claro, favorece a propina.
Acrescente ao quadro o aparelhamento do Estado brasileiro, sistema em que os partidos ou grupos políticos trocam apoios por nomeações dos companheiros para as mais diversas funções de governo. E assim chegamos à corrupção política.
Muitos políticos, inclusive aqueles que se encontram no grupo dos honestos, sustentam que não há problema nas nomeações quando o indicado é tecnicamente aparelhado para o cargo.
É falso porque o nomeado sabe que está lá não por suas qualidades técnicas, mas pela força da indicação política. Os diretores da Petrobras apanhados na Lava-Jato eram qualificados para os cargos.
No governo FHC foi feita uma reforma administrativa com o objetivo de profissionalizar a gestão pública. Parte importante foi a criação das agências reguladoras, que deveriam ser independentes do aparelho político de governo.
Teve um funcionamento inicial razoável. Mas logo avacalharam. Especialmente a partir do governo Lula, os cargos nas agências foram loteados da mesma maneira que, digamos, uma diretoria sanitária do Ministério da Agricultura.
Em resumo: a “Operação Carne Fraca” parece ser um fiasco. Mas mostrou de novo aquilo que a Lava-Jato escancarou, que a corrupção política é sistêmica e geral.
E poderosa. Não é que muita gente está tentando aproveitar a falha da Polícia Federal nesse caso para melar todas as investigações? Algo assim: a carne não era podre, logo vamos cancelar as delações.
Não é fácil acabar com um sistema entranhado na cultura e na prática políticas.
NO ESTRANGEIRO
Pode parecer exagerada a reação dos governos que embargaram a importação de carne brasileira. Afinal, o Brasil é o maior exportador mundial, a superpotência do setor, estabelecido no negócio há muito tempo, vendendo boi, frango e porco há décadas a mais de uma centena de países. Como não consta que os fregueses estrangeiros tenham adoecido com a carne brasileira, então qual o problema com uma operação policial limitada e equivocada?
O problema é que o Brasil está no noticiário internacional por causa da grossa corrupção na Petrobras, inicialmente, apanhada por uma famosa operação policial.
Ou seja, limpar a imagem da carne brasileira exige também apanhar a corrupção.






















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Depois da carne, os remédios

José Casado: Publicado no Globo
Se quiser evitar novas surpresas como a da fraude na vigilância sanitária, com risco real à saúde da população, o presidente Michel Temer deveria refletir sobre algumas medidas preventivas. Uma delas seria a demissão dos dirigentes de agências reguladoras e órgãos de controle e fiscalização de consumo indicados por políticos. A lista dos patrocinados nos governos Lula, Dilma e Temer está disponível no computador de Eliseu Padilha, chefe da Casa Civil, um lance de escada acima do gabinete presidencial, no Palácio do Planalto.
Outra providência é a revisão da megaestrutura da Anvisa. Moldada na referência americana da FDA, essa agência estatal é responsável pelo controle e vigilância sanitária da galáxia de medicamentos, alimentos, cosméticos, sangue, produtos e serviços médicos, vendidos no país ou exportados.
Sobram razões para revisão dessa superestrutura, mostram os relatórios da agência ao Tribunal de Contas da União. Neles, a Anvisa confessa ser praticamente nula a sua capacidade de garantir a qualidade, a segurança e a eficácia dos medicamentos que estão no mercado.
Auditores passaram um ano examinando informações da agência. Em outubro, confirmaram: “Análises de medicamentos não estão ocorrendo desde 2012”. Significa que há cinco anos os brasileiros consomem remédios sem controle ou fiscalização depois que chegam às farmácias. A rede estatal de laboratórios para testes é rarefeita (Alagoas, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Piauí e Sergipe não têm). Onde existe, quase sempre “não está em funcionamento”.
As falhas da Anvisa começam na subnotificação de eventos adversos no uso de medicamentos. Países com população e consumo menores registram muito mais notificações que o Brasil — Chile três vezes mais e Peru, dez vezes mais. A agência opera com dois bancos de dados, incomunicáveis e desligados do sistema de São Paulo. Quem quiser saber por que 5.762 medicamentos novos, genéricos e similares tiveram seus registros cancelados desde 2011, precisará fazer pesquisa manual no acervo de 126.902.000 de páginas de documentos. A Anvisa é um repositório de registros de remédios, mas não analisa mudanças no perfil de segurança dos produtos que possam motivar, ou não, alterações no registro do medicamento ou ainda, sua retirada no mercado. Dos 1.585 pedidos que recebeu em 18 meses de 2015 a 2016, só analisou dois.
Na prática, atua como guichê de renovação automática de registros. Há situações estranhas, como a do Cicladol, usado em terapia de dores agudas. Registrado em 2000, teve a renovação pedida em 2004. A Anvisa rejeitou, a empresa recorreu, e o caso foi suspenso para “análise de eficácia e segurança” do remédio. Mesmo com a desconfiança técnica, o registro foi renovado automaticamente duas vezes, e o medicamento segue em circulação.
A Anvisa nasceu duas décadas atrás, na esteira do caso das pílulas de farinha do laboratório Schering, cujos anticoncepcionais ineficazes, Microvlar, chegaram aos consumidores. A boa ideia original, para controle e fiscalização de medicamentos, acabou no loteamento político das agências reguladoras. O resultado está aí: da carne ao remédio sobram burocracia, ineficácia, insegurança e um histórico de impunidade aos que deixam em risco a saúde coletiva.
































EXTTRAIDADEBLOGDEAUGUSTONUNESOPINIAOVEJA

FALANGES MIDIÁTICAS, ACADÊMICAS E PASTORAIS

por Percival Puggina.
 Os que empurraram as esquerdas para suas vitórias e o Brasil para o fracasso retomam as antigas práticas. Astutamente, tendo suas opiniões perdido credibilidade nas questões internas, usam e abusam da cena internacional para continuar ministrando "lições" à opinião pública.
 Recordemos. Durante décadas, formadores de opinião, "trabalhadores em educação" e seguidores da Teologia da Libertação arrastaram o corpo social brasileiro para a valeta esquerdista. Era uma força irresistível a alavancar o PT para a condição de grande partido nacional, levar Lula à presidência da República e arrastar o Brasil para o caos. Nos microfones, as falanges midiáticas não poupavam sequer o público dos programas futebolísticos. Nas salas de aula, tornos e marretas ideológicas faziam cabeças em linha de produção. A CNBB e o clero dito progressista esmeravam-se em documentos e campanhas cujo cunho religioso se consumia em brevíssimas referências à Santíssima Virgem; tudo mais era perdição eufemística da mensagem cristã a serviço de determinada política. Certa feita, anos 90, designado pelo admirável arcebispo de Porto Alegre, D. Cláudio Colling, participei dos eventos que compunham o projeto da CNBB chamado "O Brasil que queremos". Nos bastidores de todos os eventos e mesas de trabalho, os assuntos mais abordados pelas pastorais presentes eram eleição vindoura e Lula-lá... A tudo testemunhei porque, como peixe fora d'água, lá estava.
Assim, ao longo de muitos anos, o povo brasileiro foi orientado pelos corregedores da opinião pública a pensar com critérios esquerdistas, estatistas, coletivistas. Toda a análise sociológica, histórica, política e econômica era promovida com lentes marxistas. Quando, nos anos 90, o Leste Europeu sacudia do próprio lombo sete décadas de opressão, ferrugem e lixo comunista, o Brasil da teologia da libertação, dos progressistas, dos movimentos sociais mantidos pelos inesgotáveis fundos petistas estava ávido de importar tudo para cá.
O que aconteceu após 13 anos do sucesso eleitoral de 2002 foi o inevitável fracasso operacional e moral de 2014, quando já não podia mais ser ocultado. E tudo fica bem resumido nestas estrofes narrativas e proféticas de Miguezin de Princesa em "Nunca recebi propina":
Prometeu melhores dias
Para um bocado de gente,
Vivia quase montado
No pescoço do vivente,
Mas, na hora de comer,
Só comeu quem foi parente.
Agora no xilindró,
Com saudade do faisão,
Come pão com margarina
E almoça rubacão
E diz: - Esse povo ingrato
Inda beija meu retrato
Nessa próxima eleição!
O poder petista, como tal, acabou. Junto com sua parceria, virou caso de polícia. A conexão publicitária entre esquerda e progresso, a ninguém mais convence. Com os foguetes queimados para levar o PT ao poder, torrou-se o prestígio de seus apoiadores. Por isso, leitor, você não ouve mais qualquer discurso esquerdista.
Que fazem, então, as falanges midiáticas, acadêmicas e pastorais? Reconhecidas as próprias limitações, dedicam-se a: 1) combater quem esteja à sua direita no arco ideológico, jogando rótulos entre os quais os de "ultradireita" e "fascista" são os mais recorrentes; 2) atacar propostas que busquem desfazer os estragos promovidos por um quarto de século de governos de esquerda; 3) investir contra conservadores e liberais como sendo os vilões a serem evitados.
Observe, então e por fim, o quanto se valem para isso do cenário internacional. Ali está o campo de prova onde reiteram suas convicções e "ensinamentos", sem que o passado os condene. Não, as falanges não se penitenciam nem redimem. Apenas mudam de estratégia. Agora, pretendem nos ensinar a compreender o mundo com seus olhos.
































extraídadepuggina.org

quinta-feira, 30 de março de 2017

A verdade sobre o 31 de março de 1964

ARTIGO ORIGINAL ESCRITO EM 2004
Publicado originalmente em 24 de março de 2004 – NR
Às Forças Armadas cabe zelar para a manutenção da lei, da ordem, e evitar o caos. Não tínhamos que defender o governo; tínhamos que defender a nação.
A deposição de João Goulart e a luta contra o terror comunista no Brasil envolveram realidades muito diferentes das que hoje são difundidas pela propaganda esquerdista na mídia e salas de aula.
No dia 31 de março próximo faz quarenta anos (hoje, 31 de março de 2017 são 53 anos)  que foi deposto o Presidente da República, João Goulart. Uns chamam esse acontecimento de golpe militar, outros de tomada do poder, alguns outros de Revolução de 1964. Eu prefiro considerá-lo como a Contra-Revolução de 31 de março de 1964.
Vou lhes explicar o meu ponto de vista ao longo deste artigo. Espero que ao final vocês tenham dados suficientes para julgar se estou certo. Vocês foram cansativamente informados por seus professores, jornais, rádios, TV e partidos políticos de que:
– os militares tomaram o poder dos civis para impedir que reformas moralizantes fossem feitas;
– para combater os “generais que usurparam o poder” os jovens da época uniram-se e lutaram contra a ditadura militar e que muitos deles morreram, foram mutilados, presos e torturados na luta pela “redemocratização” do país;
– os militares assim agiram a mando dos Estados Unidos, que temiam o comunismo instalado no Brasil;
– jovens estudantes, idealistas, embrenharam-se nas matas do Araguaia para lutar contra a ditadura e pela redemocratização do país.
Com quantas inverdades fizeram a cabeça de vocês! E por que essas mentiras são repetidas até hoje? Foi a maneira que eles encontraram para tentar justificar a sua luta para implantar um regime do modelo soviético, cubano ou chinês no Brasil.
Por intermédio da mentira, eles deturparam a História e conseguiram o seu intento. Vocês, que não viveram essa época, acreditam piamente no que eles dizem e se revoltam contra os militares.
Vamos aos fatos, pois eu vivi e participei dessa época.
Em março de 1964 eu era capitão e comandava uma bateria de canhões anti-aéreos do 1º Grupo de Artilharia Anti-Aérea, em Deodoro, no Rio de Janeiro.
A maioria dos oficiais que serviam no 1º Grupo de Artilharia AAe, entre eles eu, teve uma atitude firme para que o Grupo aderisse à Contra-Revolução.
Eu era um jovem com 31 anos. O país vivia no caos. Greves políticas paralisavam tudo: transportes, escolas, bancos, colégios. Filas eram feitas para as compras de alimentos. A indisciplina nas Forças Armadas era incentivada pelo governo. Revolta dos marinheiros no Rio; revolta dos sargentos em Brasília. Na minha bateria de artilharia havia um sargento que se ausentava do quartel para fazer propaganda do Partido Comunista, numa kombi, na Central do Brasil.
Isso tudo ocorria porque o governo João Goulart queria implantar as suas “reformas de base” à revelia do Congresso Nacional. Pensava, por meio de um ato de força, fechar o Congresso Nacional com o apoio dos militares “legalistas”.
Vocês devem estar imaginando que estou exagerando para lhes mostrar que a Contra-Revolução era imperativa naqueles dias. Para não me alongar, vou citar o que dizem dois conhecidos comunistas:
Depoimento de Pedro Lobo de Oliveira no livro A Esquerda Armada no Brasil: “Muito antes de 1964 já participava na luta revolucionária no Brasil na medida de minhas forças. Creio que desde 1957. Ou melhor, desde 1955… Naquela altura o povo começava a contar com a orientação do Partido Comunista.”
Jacob Gorender, do PCBR, escreveu no seu livro Combate nas Trevas: “Nos primeiros meses de 1964, esboçou-se uma situação pré-revolucionária e o golpe direitista se definiu, por isso mesmo, pelo caráter contra-revolucionário preventivo. A classe dominante e o imperialismo tinham sobradas razões para agir antes que o caldo entornasse.”
Diariamente eu lia os jornais da época: O Dia, O Globo, Jornal do Brasil, Tribuna da Imprensa, Diário de Notícias, etc… Todos eram unânimes em condenar o governo João Goulart e pediam a sua saída, em nome da manutenção da democracia. Apelavam para o bom senso dos militares e até imploravam a sua intervenção, para que o Brasil não se tornasse mais uma nação comunista.
Eu assistia a tudo aquilo com apreensão. Seria correto agirmos para a queda do governo? Comprei uma Constituição do Brasil e a lia seguidamente. A minha conclusão foi de que os militares estavam certos ao se antecipar ao golpe de Jango.
Às Forças Armadas cabe zelar para a manutenção da lei, da ordem, e evitar o caos. Não tinhamos que defender o governo; tinhamos que defender a nação.
O povo foi às ruas com as Marchas da Família com Deus pela Liberdade, no Rio, São Paulo e outras cidades do país. Todos pedindo o fim do governo João Goulart, antes que fosse tarde demais.
E, assim, aconteceu em 31 de março de 1964 a nossa Contra-Revolução.
Os jornais da época (O Estado de S. Paulo, O Globo, Jornal do Brasil; Tribuna da Imprensa e outros ) publicaram, no dia 31 e nos dias seguintes, editoriais e mais editoriais exaltando a atitude dos militares. Os mesmos jornais que hoje combatem a nossa Contra- Revolução.
Os comunistas que pleiteavam a tomada do poder não desanimaram e passaram a insuflar os jovens, para que entrassem numa luta fraticida, pensando que lutavam contra a ditadura. E mentiram tão bem que muitos acreditam nisso até hoje. Na verdade, tudo já estava se organizando. Em 1961, em pleno governo Jânio Quadros, Jover Telles, Francisco Julião e Clodomir dos Santos Morais estavam em Cuba acertando cursos de guerrilha e o envio de armas para o Brasil. Logo depois, alguns jovens eram indicados para cursos na China e em Cuba. Bem antes de 1964 a área do Araguaia já estava escolhida pelo PC do B para implantar a guerrilha rural.
Em 1961 estávamos em plena democracia. Então para que eles estavam se organizando? Julião já treinava na época as suas Ligas Camponesas, que eram muito semelhantes ao MST de hoje, só que sem a organização, o preparo, os recursos, a formação de quadros.
E foi com essa propaganda mentirosa que eles iludiram muitos jovens e os cooptaram para as suas organizações terroristas.
Então, começou a luta armada.
Foram vários atos terroristas: o atentado ao aeroporto de Guararapes, em Recife, em 1966; a bomba no Quartel General do Exército em São Paulo, em 1968; o atentado contra o consulado americano; o assassinato do industrial Albert Boilesen e do capitão do Exército dos Estados Unidos Charles Rodney Chandler; seqüestros de embaixadores estrangeiros no Brasil .
A violência revolucionária se instalou. Assassinatos, ataques a quartéis e a policiais aconteciam com freqüência.
Nessa época, eles introduziram no Brasil a tática de obter dinheiro com assaltos a bancos, a carros fortes e a estabelecimentos comerciais. Foram eles os mestres que ensinaram tais táticas aos bandidos de hoje.Tudo treinado nos cursos de guerrilha em Cuba e na China.
As polícias civil e militar sofriam pesadas baixas e não conseguiam , sozinhas, impor a lei e a ordem.
Acuado, perdendo o controle da situação, o governo decretou o AI-5, pelo qual várias liberdades individuais foram suspensas. Foi um ato arbitário mas necessário. A tênue democracia que vivíamos não se podia deixar destruir.
Para combater o terrorismo, o governo criou uma estrutura com a participação dos Centros de Informações da Marinha (CENIMAR), do Exército (CIE) e da Aeronáutica (CISA). Todos atuavam em conjunto, tanto na guerrilha rural quanto na urbana. O Exército, em algumas capitais, criou o seu braço operacional, os Destacamentos de Operações de Informações ( DOI). Para trabalharem nos diversos DOI do Brasil, o Exército seleciononou do seu efetivo alguns majores, capitães e sargentos. Eram, no máximo, 350 militares, entre os 150 mil homens da Exército.
Eu era major, estagiário da Escola de Estado Maior. Tinha na época 37 anos e servia no II Exército, em São Paulo. Num determinado dia do ano de 1970, fui chamado ao gabinete do comandante do II Exército, general José Canavarro Pereira, que me deu a seguinte ordem: “Major, o senhor foi designado para comandar o DOI/CODI/II Ex. Vá, assuma e comande com dignidade”.
A partir desse dia minha vida mudou. O DOI de São Paulo era o maior do país e era nesse Estado que as organizações terroristas estavam mais atuantes. O seu efetivo em pessoal era de 400 homens. Destes, 40 eram do Exército, sendo 10 oficiais, 25 sargentos e 5 cabos. No restante, eram excelentes policiais civis e militares do Estado de São Paulo. Esses foram dias terríveis! Nós recebíamos ameaças freqüentemente.
Minha mulher foi de uma coragem e de uma abnegação total. Quando minha filha mais velha completou 3 anos de idade, ela foi para o jardim da infância, sempre acompanhada de seguranças. Minha mulher não tinha coragem de permanecer em casa, enquanto nossa filha estudava. Ela ficava dentro de um carro, na porta da escola, com um revólver na bolsa.
Não somente nós passamos por isso! Essa foi a vida dos militares que foram designados para combater o terrorismo e para que o restante do nosso Exército trabalhasse tranqüilo e em paz.
Apreendemos em “aparelhos” os estatutos de, praticamente, todas as organizações terroristas e em todos eles estava escrito, de maneira bem clara, que o objetivo da luta armada urbana e rural era a implantação de um regime comunista em nosso país.
Aos poucos o nosso trabalho foi se tornando eficaz e as organizações terroristas foram praticamente extintas, por volta de 1975.
Todos os terroristas quando eram interrogados na Justiça alegavam que nada tinham feito e só haviam confessado os seus crimes por terem sido torturados. Tal alegação lhes valia a absolvição no Superior Tribunal Militar. Então, nós passamos a ser os “torturadores”.
Hoje, como participar de seqüestros, de assaltos e de atos de terrorismo passou a contar pontos positivos para os seus currículos, eles, posando de heróis, defensores da democracia, admitem ter participado das ações. Quase todos continuam dizendo que foram torturados e perseguidos politicamente. Com isso recebem indenizações milionárias e ocupam elevados cargos públicos. Nós continuamos a ser seus ” torturadores” e somos os verdadeiros perseguidos politicos. As vítimas do terrorismo até hoje não foram indenizadas.
Houve 120 mortos identificados, que foram assassinados por terroristas (estima-se que existam mais cerca de 80 que não foram identificados). 43 eram civis que estavam em seus locais de trabalho; 34, policiais militares; 12, guardas de segurança; 8, militares do Exército; 3 agentes da Polícia Federal; 3 mateiros do Araguaia; 2 militares da Marinha; 2 militares da Aeronáutica; um major do Exército da Alemanha; um capitão do Exército dos Estados Unidos; um marinheiro da Marinha Real da Inglaterra.
A mídia fala sempre em “anos de chumbo”, luta sangrenta, noticiando inclusive que , só no cemitério de Perus, em São Paulo, existiriam milhares de ossadas de desaparecidos políticos. No entanto o Grupo Tortura Nunca Mais reclama um total de 284 mortos e desaparecidos que integravam as organizações terroristas. Portanto, o Brasil, com sua população e com todo o seu tamanho, teve na luta armada, que durou aproximadamente 10 anos, ao todo 404 mortos, dos dois lados.
Na Argentina as mortes ultrapassarm 30.000 pessoas; no Chile foram mais de 4.000 e no Uruguai outras 3.000. A Colômbia, que resolveu não endurecer o seu regime democrático, luta até hoje contra o terrorismo. Ela já perdeu mais de 45.000 pessoas e tem um terço do seu território dominado pelas FARC.
Os comunistas brasileiros são tão capazes quanto os seus irmãos latinos. Por que essa disparidade? Porque no Brasil dotamos o país de leis que permitiram atuar contra o terrorismo e também porque centralizamos nas Forças Armadas o combate à luta armada. Fomos eficientes e isso tem que ser reconhecido. Com a nossa ação impedimos que milhares de pessoas morressem e que esta luta se prorrogasse como no Peru e na Colômbia.
No entanto, algumas pessoas que jamais viram um terrorista, mesmo de longe, ou preso, que jamais arriscaram as suas vidas, nem as de suas famílias, criticam nosso trabalho. O mesmo grupo que só conheceu a luta armada por documentos lidos em salas atapetadas e climatizadas afirma que a maneira como trabalhamos foi um erro, pois a vitória poderia ser alcançada de outras formas.
Já se declarou, inclusive, que: “a ação militar naquele período não foi institucional. Alguns militares participaram, não as Forças Armadas. Foi uma ação paralela”.
Alguns também nos condenam afirmando que, como os chefes daquela época não estavam acostumados com esse tipo de guerra irregular, não possuíam nenhuma experiência. Assim, nossos chefes, no lugar de nos darem ordens, estavam aprendendo conosco, que estávamos envolvidos no combate. Segundo eles, nós nos aproveitávamos dessa situação para conduzir as ações do nosso modo e que, no afã da vitória, exorbitávamos .
Mas as coisas não se passavam assim. Nós, que fomos mandados para a frente de combate nos DOI, assim como os generais que nos chefiavam, também não tínhamos experiência nenhuma. Tudo o que os DOI faziam ou deixavam de fazer era do conhecimento dos seus chefes. Os erros existiram, devido à nossa inexperiência, mas os nossos chefes eram tão responsáveis como nós.
Acontece que o nosso Exército fazia muito tempo que não era empregado em ação. Estava desacostumado com a conduta do combate, onde as pessoas em operações têm que tomar decisões, e decisões rápidas, porque a vida de seus subordinados ou a vida de algum cidadão pode estar em perigo.
Sempre procurei comandar liderando os meus subordinados. Comandei com firmeza e com humanidade, não deixando que excessos fossem cometidos. Procurei respeitar os direitos humanos, mas sempre respeitando, em primeiro lugar, os direitos humanos das vítimas e, depois, os dos bandidos. Como escrevi em meu livro “Rompendo o Silêncio”, terrorismo não se combate com flores. A nossa maneira de agir mostrou que estávamos certos, porque evitou o sacrifício de milhares de vítimas, que aconteceu nos países vizinhos. Só quem estava lá, frente a frente com o terroristas, dia e noite, de arma na mão, pode nos julgar.
Finalmente, quero lhes afirmar que a nossa luta foi para preservar a democracia. Se o regime implantado pela Contra -Revolução durou mais tempo do que se esperava, deve-se, principalmente, aos atos insanos dos terroristas. Creio que, em parte, esse longo período de exceção deveu-se ao fato de que era preciso manter a ordem no país.
Se não tivéssemos vencido a luta armada, hoje estaríamos vivendo sob o tacão de um ditador vitalício como Fidel Castro e milhares de brasileiros teriam sido fuzilados no “paredón” ( em Miami em fevereiro, foi inaugurado, por exilados cubanos, um Memorial para 30.000 vítimas da ditadura de Fidel Castro).
Hoje temos no poder muitas pessoas que combatemos e que lá chegaram pelo voto popular. Esperamos que eles esqueçam os seus propósitos de quarenta anos passados e preservem a democracia pela qual tanto lutamos.









Carlos Alberto Brilhante Ustra


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