Jornalista Andrade Junior

FLOR “A MAIS BONITA”

NOS JARDINS DA CIDADE.

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CATEDRAL METROPOLITANA DE BRASILIA

CATEDRAL METROPOLITANA NAS CORES VERDE E AMARELO.

NA HORA DO ALMOÇO VALE TUDO

FOTO QUE CAPTUREI DO SABIÁ QUASE PEGANDO UMA ABELHA.

PALÁCIO DO ITAMARATY

FOTO NOTURNA FEITA COM AUXILIO DE UM FILTRO ESTRELA PARA O EFEITO.

POR DO SOL JUNTO AO LAGO SUL

É SEMPRE UM SHOW O POR DO SOL ÀS MARGENS DO LAGO SUL EM BRASÍLIA.

quinta-feira, 31 de março de 2016

Pior que a recessão -

 EDITORIAL O ESTADÃO
O estrago imposto à economia brasileira pela gestão petista vai muito além da maior recessão dos últimos 25 anos, da devastação da Petrobrás, do enorme desarranjo das contas públicas e da inflação ainda elevada. Em algum momento – ninguém sabe quando – o fundo do poço será atingido e os negócios voltarão a movimentar-se. Haverá algum aumento da atividade pela mera ocupação da capacidade ociosa. Trabalhadores deverão acionar máquinas e equipamentos hoje desligados. Aos poucos, vagas serão abertas. Mas qual será o ritmo de expansão, quando a ociosidade estiver eliminada, ou quase? Será muito baixo, porque o País perdeu produtividade e potencial de crescimento. Neste ano, como informou oEstado, o governo federal só terá dinheiro para manutenção de rodovias até agosto. O problema é bem mais amplo, mas esse dado já é um bom indicador dos obstáculos.

O Brasil depende em excesso do transporte rodoviário de cargas e isso é uma desvantagem quando se consideram os padrões internacionais. Além de muito caro, esse transporte já funciona mal, por deficiências da malha de estradas. Mas o quadro deve piorar, porque nem os serviços de reparos estão garantidos.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) foi autorizado a gastar R$ 6,5 bilhões neste ano, mas destinou R$ 2,7 bilhões à liquidação de contas em atraso. O resto, R$ 3,8 bilhões, daria para manutenção, mas o governo terá de aplicar R$ 1,5 bilhão em obras indicadas por emendas de parlamentares.

Somam-se aí vários problemas. A acumulação de atrasos de pagamentos é um forte indício de má gestão. Em segundo lugar, o processo orçamentário é ineficiente, com baixa coordenação de prioridades. Em terceiro, pode-se perguntar se os problemas de financiamento seriam tão grandes, se o governo tivesse cuidado com mais interesse e maior competência das concessões de rodovias e de outras modalidades de transporte.

O governo já havia paralisado outras obras de pavimentação e de duplicação de estradas. Esses investimentos seriam necessários para ampliar a capacidade do sistema. Como faltam recursos até para a manutenção da rede, a consequência só pode ser uma redução da capacidade de transporte rodoviário. Isso representa aumento de custos e perda de eficiência e de poder de competição internacional.

Mas a redução do potencial de crescimento resulta de um conjunto mais amplo de problemas. Economistas costumam apontar as dificuldades do cálculo do produto potencial, mas, ainda assim, o conceito é importante. A noção de produto potencial indica até onde pode avançar a atividade sem maiores desajustes inflacionários e sem desequilíbrio das contas externas.

Há anos o Fundo Monetário Internacional (FMI) vem alertando para a perda de potencial de crescimento da economia brasileira. Há uns três anos seus economistas estimavam uma capacidade de expansão de até 2,5%. As avaliações pioraram a partir daí, mas o governo brasileiro nunca deu indício de levar a sério as advertências. Novos cálculos apontam mais enfraquecimento. Segundo economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) citado pelo Globo, o potencial brasileiro chegou a 1,59% em 2014 e a 0,90% no ano passado.

Especialistas poderão discutir essas outras estimativas, mas será difícil de menosprezar alguns dados. O investimento em máquinas, equipamentos e construções vem caindo há anos e é muito inferior aos padrões observados em economias da Ásia e da América Latina. Além disso, parte do capital aplicado nesses investimentos tem sido desperdiçada pelo uso ineficiente e também pela corrupção (vejam-se os escândalos apontados pela Operação Lava Jato). Como complemento é preciso levar em conta a baixa produtividade da mão de obra, atribuível em parte às más políticas educacionais, e o escasso investimento em tecnologia de produtos e de processos. Esses dados compõem parte importante do balanço da gestão petista.










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Dilma repete os erros de Fernando Collor -

 RAYMUNDO COSTA VALOR ECONÔMICO
Faltava pouco para o início da votação do impeachment de Collor quando um jatinho alugado pela tropa de choque do presidente taxiou numa das pistas do aeroporto internacional de Brasília. Nele embarcaram dois deputados federais do Paraná. Aquela não era a primeira leva de parlamentares que escapavam de Brasília para não votar a destituição de Fernando Collor de Mello, o primeiro presidente da República eleito pelo voto direto, após 25 anos.

Dias antes, um dos coordenadores da tropa de choque montada por Collor para enfrentar o impeachment havia decretado, durante uma reunião: "Ausência vale tanto quanto o voto". A mesma sentença, agora, enche de esperanças a presidente Dilma Rousseff e seu cada dia mais reduzido círculo de aliados. Dilma não precisa necessariamente cravar 172 votos no painel da Câmara dos Deputados para impedir o impeachment. Seus adversários é que precisam cravar 342 votos.

Por isso a ausência vale tanto quanto o voto para quem se opõe ao impeachment. Grosso modo, se apenas os 58 deputados do PT e os 13 do PCdoB votarem em Dilma, mas a oposição não conseguir os 342 votos, o impeachment será recusado. Parece a solução dos problemas para um governo que precisaria juntar 172 deputados com coragem para ir ao microfone e dizer "não" ao impeachment, em pleno ano eleitoral, quando Dilma e o PT estão em baixa. Na prática, trocar voto por ausência indica governo em fase terminal.

O governo Collor alugou aviões para retirar deputados aliados de Brasília, porque eles não queriam assumir publicamente o voto contrário ao impeachment. Naquele 29 de setembro de 1992, cerca de 500 mil pessoas foram às ruas em 17 cidades brasileiras - este ano, só a Avenida Paulista reuniu este número de manifestantes, segundo o cálculo do Datafolha, em geral bem abaixo daqueles anunciados pela organização dos protestos e pela Polícia Militar.

Se serve de exemplo para a tropa de choque da presidente Dilma, a experiência do impeachment de Collor comprova que de fato ausência vale tanto quanto voto, mas também mostra que quem falta é justamente quem poderia dizer "não" ao afastamento da presidente. Não será surpresa, portanto, para os coordenadores do impeachment, se o maior número de ausentes for justamente daqueles partidos mais próximos da presidente da República. Alguns do PT e do PCdoB, principalmente se forem reeditadas as manifestações do domingo 13 de março. Dos 28 votos do PRN, o partido do presidente Collor, 18 votaram a favor do impeachment.

A autorização da Câmara para o Senado processar o presidente Collor foi aprovada com os votos de 441 deputados (eram necessários apenas 336, pois à época a Casa tinha 503 integrantes, contra os 513 atuais). Houve apenas uma abstenção e 38 deputados preferiram enfrentar a opinião pública favorável ao impeachment e votar "não". Ou seja, 15 a mais que os 23 que se ausentaram por qualquer motivo, seja pressão do governo ou outro motivo qualquer, como doença. O deputado Roberto Campos (1917-2001) foi votar "sim" em cadeira de rodas.

Um outro tipo de ausente pode ser registrado também no impeachment de Collor: aquele que aparece para votar só na segunda chamada, geralmente quando o placar já está definido. Em 1992, um desses exemplares foi o atual presidente do Tribunal de Contas da União, Aroldo Cedraz. Era deputado de primeiro mandato, eleito pelo PRN (partido de Collor) graças a sua proximidade com o homem-forte da Bahia, Antonio Carlos Magalhães, que até o fim brigou contra o impeachment do presidente.

Para não desagradar o cacique, que costumava ser implacável com os aliados infiéis, Cedraz não respondeu à primeira chamada. A votação era nominal. Na repescagem, quando Collor já estava no corredor da morte do impeachment que separa o salão verde (Câmara) do salão azul (Senado), Cedraz correu ao microfone, quando seu nome foi chamado, e gritou pausadamente, a pleno pulmões - "Sim, pelo povo de Valente".

Em retrospectiva, Dilma repete muitos dos erros que foram cometidos pelo ex-presidente Collor e sua tropa de choque. Outro deles é abrir o cofre, na expectativa de ter alguma correspondência no fisiologismo. Na semana passada, o governo alocou mais R$ 9 bilhões para gastar em obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), na tentativa de fisgar votos nas bancadas. No governo Collor, o Ministério da Ação Social, nos três meses que antecederam a votação do impeachment, liberou US$ 60 milhões - nos cinco meses anteriores, mal havia autorizado US$ 1,07 milhão. Não deu certo.

Há outros paralelos entre a história do impeachment de Collor e o processo em curso contra a presidente Dilma Rousseff. Coordenador político e um dos principais chefe da tropa de choque do presidente, o deputado pernambucano Ricardo Fiuza (1939-2005) sugeriu ao presidente renunciar ao mandato. Arrogante, Collor respondeu que iria ficar (enquanto era julgado no Supremo) e "apostar nas besteiras do Itamar [Franco]", o vice que assumiu em seu lugar. Dilma já ouviu a proposta de renúncia de mais de uma pessoa.

Fiuza comandava sobretudo a tropa de choque congressual. Antes da votação, ele chegou a reunir 300 deputados na casa do amazonense Ezio Ferreira. O presidente do Banco do Brasil, Lafaiete Coutinho, cuidava do resto. De todo o resto. Fora ele o responsável pelo aluguel do jatinho que naquela tarde de setembro decolou rumo a Curitiba levando dois deputados com base na tese de que ausência vale tanto quanto o voto. O avião já estava no ar quando a votação nominal foi aberta no plenário da Câmara, exatamente às 17h45.

Mas no Congresso nem tudo é o que parece. O jatinho já estabilizara quando o deputado Onaireves (Severiano, ao contrário) pediu para o piloto dar meia volta. Havia esquecido a mala no aeroporto. O piloto obedeceu. No hangar, Onaireves telefonou para o deputado Benito Gama, hoje no PTB, que presidira a CPI do PC Farias, cuja investigação resultou no processo contra Collor. Informado do que acontecia, Onaireves correu para a Câmara onde chegou ainda a tempo de votar pelo impeachment do presidente. Desolado, Lafaiete se deu conta de seu erro: não avisara o piloto que aquela viagem só deveria acabar em Curitiba.









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Sem choro nem vela -

JOSEF BARAT O ESTADO DE S. PAULO
Não é preciso chorar nem acender vela para este governo agonizante. Basta uma fita verde e amarela - sem o nome dela. Apesar da ruína, o Brasil está vivo e com esperança num futuro melhor. Está consciente de quanto custou a incompetência de um governo dedicado obstinadamente a errar. A impressionante mobilização popular mostrou que a absoluta maioria dos que trabalham (ou perderam seu emprego) e pagam pesados impostos não quer mais ser refém dos que se julgam eternos donos do poder.

Diante deste ambiente angustiante de recessão, desemprego, inflação, descontrole total das contas públicas e descrédito internacional, o que se tem como resposta? O governo nos oferece arrogância, perda do senso do ridículo, falta de respeito e insistência em repetir os erros. Emendas são alardeadas - cada vez mais mambembes que os sonetos - num jogo de prestidigitação que envergonha mágicos profissionais. E que razões levam às ruas multidões? Elas se sentem atingidas pela afronta, desfaçatez e deboche. E por que um ex-presidente que deixou um legado importante se presta a protagonizar um papel ridículo e degradante?

E importante entender como foi meticulosamente gerado o caos econômico. O primeiro governo Lula tirou partido de uma conjunção favorável: preservação do poder de compra pelo controle da inflação, expansão e diversificação do consumo com suporte da expansão do crédito e o câmbio favorável às importações. Além disso, baratearam-se os bens industriais de consumo, em razão das cadeias produtivas globalizadas. Um legado inegável foi o maior alcance dos programas de redistribuição de renda e inclusão social. O cenário internacional favoreceu o grande impulso nas exportações, apoiado num prolongado ciclo de valorização das commodities. Houve, ainda, continuidade na atração do capital privado para investimentos, inclusive em infraestrutura. Por fim, preservaram-se a credibilidade e a atratividade do País, que obteve o grau de investimento.

Mas, no segundo governo Lula, já se viam sinais de esgotamento do ciclo baseado na expansão do consumo e baixa capacidade de investimento. Buscou-se como alternativa para dinamizar o crescimento um novo nacional-desenvolvimentismo, uma visão ideológica reciclada que apostou na economia cada vez mais apoiada no voluntarismo do Estado intervencionista. Foram resgatados antigos conceitos da liderança estatal nos investimentos, expansão do crédito e concessão de benefícios fiscais a setores "estratégicos". A política econômica foi dispersiva e sem coordenação de objetivos.

O primeiro governo Dilma herdou as dificuldades geradas pelo esgotamento do ciclo de expansão do consumo e, atingido pela crise de 2009, optou por aprofundar mais as ações intervencionistas. Alterou a direção da política econômica, com a chamada nova matriz econômica. A média da inflação nos primeiros quatro anos foi de 6%, batendo no teto da meta estabelecida. O represamento das tarifas dos combustíveis e da energia elétrica impediu que a inflação ultrapassasse o teto. Excetuando o crescimento de 2010 (7,5%), o desempenho do PIB foi medíocre no período. A taxa de investimento, com média de 18%, continuou a ser o grande fator restritivo para um crescimento mais forte e continuado.

A nova matriz cedeu mais espaço para os ideológicos, afrouxando os controles sobre os gastos públicos e os objetivos de superávit primário. Pôs em risco o controle da inflação - sempre batendo no teto da meta. Aprofundaram-se, ainda, as medidas pontuais de isenções fiscais e favorecimentos de crédito pelos bancos oficiais. O segundo mandato, mal iniciado, já revelava uma economia com gastos públicos sempre crescentes, inflação fora de controle, desemprego em dois dígitos, queda forte e continuada do PIB e aumento da dívida pública.

Não foi surpresa, portanto, o País quebrar e mergulhar na mais prolongada e grave recessão de sua história. Não tendo mais a quem culpar, os donos do poder perderam a compostura e partiram para o achincalhe.









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Por que tanto ódio? -

RODRIGO CONSTANTINO O GLOBO
Esquerda em geral e o PT em particular têm segregado o Brasil há anos, colocando mulheres contra homens, negros contra brancos, gays contra heterossexuais


O PT e a “gangue do pixuleco” estão dispostos a “fazer o diabo” para não largar o osso, para manter suas benesses estatais. É atitude de perdedor deselegante, de quadrilha, de máfia. Mas, em meio a essa iminente e inevitável debacle, há um fenômeno interessante: caíram as máscaras de “paz e amor” dessa gente. O que se vê é a feiura da carranca em sua essência, sem a maquiagem de marqueteiros corruptos.

Sério, gostaria de perguntar a esses que ainda defendem o PT o motivo para tanto ódio. Por que odeiam tanto a democracia, por exemplo, a vontade popular expressa nos milhões de patriotas que foram às ruas de forma espontânea demandar o fim desse desgoverno incompetente e corrupto?

Por que odeiam tanto a classe média trabalhadora, que sustenta este país? Por que a baba de ódio ao acusarem de “fascistas” todos os que discordam do socialismo, sendo que está claro quem realmente adota postura fascista nessa história? Por que um Guilherme Boulos da vida, do MTST, fala em “incendiar o país” com tanto ódio irresponsável? Por que o presidente da CUT, Vagner Freitas, incita tanto a violência e faz ameaças absurdas?

Por que o público intolerante reagiu de forma tão raivosa quando um ator simplesmente falou em prender um ex-presidente ladrão no musical de Chico Buarque? E por que o sambista resolveu impedir o uso de suas músicas no espetáculo depois, demonstrando intolerância com quem pensa diferente politicamente? Por que, aliás, Chico elogia até hoje a mais cruel ditadura do continente?

A esquerda em geral e o PT em particular têm segregado o Brasil há anos, colocando mulheres contra homens, negros contra brancos, gays contra heterossexuais, empregado contra patrão. Por que tanto ódio disfarçado de defesa das “minorias”? Por que os socialistas, sempre tão invejosos, odeiam aquele que foi bem-sucedido no mercado, acumulando patrimônio por mérito próprio em vez de esquemas corruptos com o governo?

Sabemos que o problema da esquerda não é com o rico em si. Lula é milionário, como Chico Buarque e tantos outros. Mas por que odeia tanto o empresário que ficou rico criando empregos e riqueza, oferecendo produtos demandados de forma mais eficiente? Por que vocês odeiam tanto o indivíduo independente que se sustenta pelo próprio esforço, sem depender de esmolas estatais?

A retórica de vítima da esquerda serve para ocultar esse ódio todo que sente dos que não precisam desse amuleto falso para subir na vida. Ao se colocarem do lado “oprimido” contra os “opressores”, esses “progressistas” simulam um “amor à Humanidade” que mascara esse profundo ódio ao próximo, de carne e osso. O discurso verdadeiro da esquerda não é de amor, mas de ódio. Basta observar.

Os “professores” marxistas odeiam os trabalhadores de verdade, que querem apenas melhorar sua qualidade de vida, e não fazer a “revolução”. O “intelectual” ama o “povo” enquanto abstração, mas não suporta o povo real que ocupa as ruas pedindo o impeachment de uma presidente claramente incapaz, autoritária e conivente com o crime. Por que tanto ódio, gente?

Os esquerdistas falam o tempo todo em “diversidade” e “pluralidade”, mas tentam calar de forma agressiva, intimidando todo aquele que ousa pensar diferente, defender uma visão conservadora legítima de mundo. O uso do termo “coxinha” já demonstra esse ódio, essa raiva ao Outro, ao diferente. O sonho de todo esquerdista é um mundo de pessoas exatamente iguais, como insetos gregários, e todos feitos, claro, à sua própria imagem e semelhança. As diferenças lhe são insuportáveis, talvez porque lhe falte amor próprio.

Mas por que não tratar desse recalque todo, desse ressentimento, de uma forma mais pessoal e construtiva, mais corajosa? Por que se deixar levar pelas piores emoções, as mais mesquinhas? Está claro que o esquerdismo pode ser uma doença mental, que aprisiona a pessoa numa camisa de força ideológica, causando forte dissonância cognitiva no contato com suas contradições e hipocrisias. Só que não é destruindo o mundo à sua volta que se resolve tal angústia. Essa é a postura dos terroristas islâmicos!

O governo petista produziu apenas corrupção, alta inflação e desemprego, tendo enriquecido os empreiteiros no processo. Por que tanto ódio dos mais pobres, que sofrem na pele com tanta incompetência e safadeza? Por que esse ódio da mudança necessária para evitar um destino trágico como o venezuelano? Por que a esquerda é tão reacionária, apegando-se a esse antigo regime fracassado, que pune os mais pobres para favorecer os políticos e empresários corruptos?

Rodrigo Constantino é economista e presidente do Instituto Liberal











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O petismo verde -

KIM KATAGUIRI FOLHA DE SP
Nos aparentemente intermináveis debates sobre impeachment, "golpe" e o futuro pós-PT, uma figura bastante relevante está sendo esquecida: Marina Silva. A ex-petista, após aparecer como preferida para as eleições presidenciais, decidiu sair da toca.

Toda a mística que cerca a possuidora de "sonhos humildes" e defensora da "nova política" faz com que tudo que saia da sua boca pareça ser uma solução mágica. Apesar de admitir a obviedade de que impeachment não é golpe, Marina se nega a apoiá-lo. Diz acreditar que a cassação da chapa Dilma-Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) seja a solução de que o país precisa.

O que a ex-senadora esquece de mencionar é que o processo do TSE é muito lento. Na melhor das hipóteses, conseguirá adiantar as eleições de 2018 em 2 ou 3 meses. Marina sabe disso. E é por isso que diz o que diz.

O que ela realmente quer é aumentar seu capital político em cima do desgaste do governo - e, consequentemente, da desgraça do país - para garantir uma eleição tranquila em 2018. Muito nobre da parte daquela que "não desistiu do Brasil", não é?

A aura amazônico-messiânica de Marina Silva é tão intocável que não se suja nem mesmo com a lama da realidade. O gigantesco desastre ambiental em Mariana, que arruinou a vida de incontáveis famílias, passou absolutamente despercebido pela ambientalista. Até a Dilma, que, vale lembrar, é... a Dilma, teve a consciência de marcar presença e se solidarizar com as vítimas da tragédia.

"Ah, mas ela tem uma equipe liberal!", dizem alguns dos meus colegas. Dilma indicou e manteve Joaquim Levy como ministro até quando pôde. O que ele fez? Tudo o que o governo permitiu. Ou seja, praticamente nada. Não importa que peso o mercado financeiro dê para o nome que ocupa a Fazenda; no fim, o que realmente vale são as convicções e o projeto do presidente. É ingenuidade demais cair no mesmo golpe duas vezes.

O partido de Marina, a Rede Sustentabilidade, tem servido como uma espécie de saída honrosa para petistas e protopetistas. O deputado Alessandro Molon (RJ), por exemplo, iniciou sua carreira política no PT e lá permaneceu durante mais de uma década, tornando-se uma das mais importantes figuras do partido.

No ano passado, ao perceber o tamanho do furo no barco petista, fugiu para a proteção das asas da maga das selvas. Randolfe Rodrigues (AP), que era o único representante no Senado do PSOL, desembarcou do partideco que diz fazer "oposição à esquerda" para não admitir a simpatia pela canalhice petista e também buscou refúgio nos cipós de Marina. Alguém acredita que esses nomes mudaram de convicção tão facilmente quanto mudaram de legenda?

O fim do governo do PT não significa o fim do petismo. Lula e Dilma já estão eleitoralmente acabados. Mas o espírito de seu método de governo permanece vivo e representado por uma poderosa força política, que, assim como o PT de outrora, apresenta-se como messias da honestidade, de "origem humilde" e alternativa para os que querem "mudança".

Por isso, temos de ficar em alerta. Não importa quantas penas o adornem, quantos cipós o envolvam ou quanto urucum lambuze o seu rosto: o petismo será sempre petismo.









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Como dois e dois são quatro -

Ferreira Gullar - Folha de São Paulo
A delação premiada de Delcídio Amaral teve seu impacto atenuado pela condução coercitiva que obrigou Lula a depor na Operação Lava Jato e ocupou o noticiário.A publicação pela revista "Isto É", naquela semana, assustou de tal modo a presidente Dilma Rousseff que ela convocou seus ministros e, numa espécie de pronunciamento solene, afirmou que tudo o que Delcídio dissera a seu respeito era mentira.E sublinhou que ele o fizera para se vingar dela e de seu governo que não o apoiaram quando foi preso pela Operação Lava Jato.Todo mundo esperava que ela armara aquele pronunciamento solene para solidarizar-se com Lula, mas não foi.Sobre sua condução coercitiva, ela disse apenas algumas palavras; o resto de seu pronunciamento foi para desacreditar a delação de Delcídio.
Sim, porque o que ele afirmara a respeito dela a compromete seriamente mostrando-a, sem dúvida, implicada em várias trapaças na Petrobras.
Uma delas é a compra da refinaria de Pasadena, quando Dilma era presidente do Conselho da empresa.
Revelado o escândalo, ela afirmou que concordara com a compra da refinaria porque a informação submetida a sua apreciação omitia os dados que ocasionaram o prejuízo.
Delcídio, em sua delação, afirmou que Dilma sabia do esquema de superfaturamento que envolveu a compra da refinaria, o que, aliás, foi confirmado por Nestor Cerveró, gestor da compra. Essa trapaça causou à Petrobras um prejuízo de 792 milhões de dólares.
Nestor Cerveró que, antes de ser preso, garantia ter a compra da refinaria obedecido a critérios objetivos e honestos, mais tarde, em delação premiada, admitiu que a transação baseou-se em um resumo técnico falho, sem informações fundamentais.
Apesar dessa compra desastrosa, Dilma –segundo afirmou Delcídio– fez tudo para manter Cerveró na diretoria internacional de Petrobras, da qual foi demitido por pressão do PMDB.
Segundo Delcídio, Dilma lhe teria telefonado várias vezes a fim de que Cerveró fosse nomeado para a diretoria da BR Distribuidora, o que aconteceu.
Tudo isso indica que, ao contrário do que procurou mostrar, na qualidade de presidente do Conselho da Petrobras, Dilma fazia valer sua autoridade, mesmo porque, conforme todos sabiam, fora posta ali por decisão pessoal do então presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.
Hoje, está claro que, quando chefe do governo, Lula mandava e desmandava na Petrobras. Ele não só aprovou a compra da refinaria de Pasadena, como também determinou a aquisição de outra refinaria, no Japão, transação igualmente desastrosa para a estatal.
Também, por decisão sua, a empresa assumiu o compromisso de montar refinarias no Maranhão, no Ceará e em Pernambuco.
As duas primeiras, que não saíram do papel, resultaram no entanto em prejuízo de mais de R$ 2 bilhões. Dessas refinarias, só uma foi construída, a de Pernambuco, com resultados igualmente lamentáveis.
Tudo isso nos leva a supor que a nomeação de Dilma Rousseff para o Conselho da Petrobras fez parte do projeto de Lula para ter nas mãos a grande empresa estatal.
A ser isso verdade, era inevitável que ela, como representante do presidente da República, não só estava par dessas compras, como opinava em nome de Lula.
Tal hipótese se justifica em face das delações feitas por Delcídio Amaral.
A gravidade dessas delações é tanto maior se se considera que Delcídio era o representante da presidente Dilma no Senado e, como todos sabiam, homem de confiança dela e de Lula.
Por isso mesmo, estava a par do que os dois pensavam, faziam ou o usavam para fazer.
Tentar agora apresentá-lo como alguém que não merece qualquer credibilidade, não convence ninguém.
Ou devemos crer que eles escolheram um mau caráter para representá-los no Senado da República?
Em tempo: lamentável o modo chulo como Lula se referiu às mulheres filiadas a seu partido. E pensar que ele foi presidente da República do Brasil e acaba de ser nomeado superministro!











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O preço, hoje, do voto contra o impeachment de Dilma

 Com Blog do Noblat - O Globo
Está em curso um golpe às escondidas para impedir a realização de um desejo da esmagadora maioria dos brasileiros – o de ver o governo da presidente Dilma pelas costas.
Sabe quanto custará o golpe na boca do caixa? O que está sendo oferecido a deputados para que votem contra o impeachment ou se abstenham de votar.
Os que votarem contra receberão R$ 1 milhão para a construção de obras em seus redutos eleitorais. Os que faltarem à votação, R$ 400 mil. Fora  cargos. Isso era o que o governo oferecia até ontem à noite.
Mas o mercado de votos para derrotar o impeachment está com viés de alta. E é por isso que dirigentes de partidos e deputados individualmente preferem esperar para decidir na próxima semana.
Até lá, o preço do apoio ao governo ficará mais caro. O dinheiro sairá via liberação de emendas apresentadas pelos parlamentares ao Orçamento da União. O governo só libera tal dinheiro quando carece de apoio.
Nunca careceu tanto como hoje, quando se vê ameaçado de não chegar ao fim do mandato de Dilma. Dito de outra maneira: quando vê o fim do mandato se aproximar velozmente.
O governo precisa de 172 votos ou de 172 abstenções para sobreviver ao impeachment. Dilma foi dormir, ontem, imaginando contar com 130 fechados. A oposição foi dormir contando com 306.
Para aprovar o impeachment, a oposição precisa que 372 deputados, dos 513, comparecam ao plenário da Câmara no dia marcado e votem “sim”. Não vale abster-se. A meta dela é chegar lá com 380 votos.
A meta do governo é chegar no dia da votação com 290 a 300 votos ou abstenções. Nos 130 que diz já ter, estão apenas sete votos do PMDB, dono de uma bancada de 59 deputados federais.
A mais recente pesquisa nacional do IBOPE, divulgada ontem, mostrou que 69% dos brasileiros consideram o governo de Dilma péssimo ou ruim. Ótimo e bom, só 10%.
Não confiam em Dilma: 80%. E 82% desaprovam sua maneira de governar. Para 80%, o segundo governo Dilma está sendo pior do que o primeiro, e 68% acham que o restante dele será ruim ou péssimo.
Entre as pessoas que têm até a quarta série do ensino fundamental, 70% desaprovam e 24% aprovam a maneira de governar de Dilma. Entre os que têm educação superior, 87% desaprovam e 9% aprovam.
Entre dezembro último e a este mês, a desaprovação ao governo saltou de 17% para 60% entre as pessoas que ganham até um salário mínimo, justamente as mais pobres e beneficiadas pelos programais sociais do PT.
Políticos mais críticos apelidaram o Congresso de “Clube da Falsa Felicidade” Na maior parte do tempo, deputados e senadores se comportam como se Brasília fosse um local muito distante do Brasil.
Qualquer pesquisa que ouça apenas deputados e senadores registrará avaliações bastante diferentes daquelas registradas por pesquisas que ouvem os brasileiros comuns pelo país a fora.
É quase unânime no Congresso a opinião de que o governo é ruim, e Dilma pior do que ele. No entanto... Os políticos têm seus próprios interesses que nem sempre coincidem com os dos seus eleitores.
No momento, eles querem extrair de um governo débil tudo o que ele ainda tenha para dar. No dia da votação do impeachment, a depender das circunstâncias, poderão votar contra o impeachment, abster-se ou votar a favor.
Por circunstâncias, entenda-se: o clima do país nas ruas; as pressões via redes sociais; o que receberam ou não do governo para ajuda-lo; e o que esperam receber de um eventual governo Temer.
 
 
 
 
extraídaderota2014blogspot

Tentativa desesperada com o velho fisiologismo -

 EDITORIAL O GLOBO
Governo vai para a troca de cargos por votos, agora contra o impeachment, com o objetivo, que pode ser frustrado, de impedir novas debandadas

Consumada a formalização da saída do PMDB da base do governo, nos três minutos da reunião-relâmpago realizada anteontem no Congresso, o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, logo definiu o novo momento do Planalto como de “repactuação”. Quer dizer, de redistribuição dos postos desocupados pelo PMDB entre aliados, para que permaneçam apoiando a presidente Dilma.

Parece manobra fadada ao fracasso. Afinal, a constelação de pequenos partidos talvez não tenha condições de compensar, em plenário, a migração de votos que seguirão os peemedebistas para dar sustentação ao impeachment.

Atrás do PMDB, ou de parte dele — o partido, sabe-se, tem como característica fazer apostas múltiplas — já foi o PSB, o PP ameaça fazer o mesmo, e por aí se vai. É visível que hoje o poder de sedução de um possível governo Temer está na praça. Mesmo que amanhã não venha a ser aprovado o impeachment da presidente Dilma.

Ela, enquanto insiste no discurso vazio de que o processo de seu impedimento é “golpe”, já exercita o jogo do toma lá, dá cá do fisiologismo, a fim de manter aliados no Congresso e garantir o mínimo de 172 votos para impedir o impeachment e/ou ausências de deputados em plenário que impeçam a oposição de somar os 342 votos correspondentes a dois terços da Câmara, requeridos para a aprovação da demissão da presidente pela Casa.

Com a debandada do PMDB, estima-se entre 500 e 600 o número de cargos à disposição do Planalto para praticar esta rodada de fisiologismo. Há, nessa barganha, preciosos gabinetes de ministros, e isso deve dar um razoável poder de barganha ao Planalto.

A prática do fisiologismo não é novidade nos governos petistas. Trata-se de “tecnologia” dominada, desde o primeiro governo Lula, quando ministérios foram doados a partidos como capitanias hereditárias, ao mesmo tempo em que a máquina pública era aparelhada por companheiros. (Em 2014, com a Lava-Jato, começou-se a ter a dimensão dos estragos que esta política havia causado à Petrobras e ao país).

A própria Dilma tentou fazer uma faxina no Ministério, no seu primeiro governo, cuja equipe inicial foi escolhida com a assessoria do ex-presidente Lula. Logo mais adiante teve de voltar atrás e recolocar em ministérios esquemas políticos que havia afastado naquele surto de limpeza ética.

A presidente não é portanto neófita no ramo do fisiologismo. Infelizmente, o toma lá, dá cá — cargos em troca de votos contra o impeachment — degradará ainda mais a qualidade já baixa dos serviços públicos.

A Saúde é um exemplo, por ter sido entregue ao deputado peemedebista Marcelo Castro quando o país começava a ser atingido pelo surto de zika, motivo de preocupação mundial. Às favas com a população. É sempre este o lema que acompanha o fisiologismo.







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A médica que dispensou o filho da petista -

 DAVID COIMBRA ZERO HORA
Quando li a notícia sobre a médica que se recusou a atender uma criança porque a mãe dela era do PT, fiquei revoltado. ´E o Juramento de Hipócrates!´, pensei, olhando para o Leste, na direção de onde suponho que se esparramem as ilhas gregas. ´O que Esculápio, Hígia e Panaceia pensarão disso?´.

Pior: o presidente do Sindicato dos Médicos, Paulo de Argollo Mendes, disse que a médica estava certa em se negar a prestar atendimento. ´Por favor!´, ralhei, ainda pensando na ética da velha e sábia avó Grécia. ´Nem se Hitler estivesse precisando de atendimento, o médico poderia recusar!´.

Continuei com minhas exclamações, até que entrevistamos o presidente do Sindicato, ontem, no Timeline da Gaúcha.

Paulo de Argollo explicou que a médica não se negou a dar atendimento a uma emergência, nem veta petistas em geral, mas aquela em particular. O que ela fez foi solicitar aos pais da criança para que trocassem de pediatra, porque não aguentava mais a conversa deles durante as consultas.

Bem... Nesse ponto, comecei a entender a médica.

É que todo sectário é um porre, seja qual for o dogma. Eles estão sempre prontos para a briga, e gente sempre pronta para a briga é extremamente aborrecida.

Reparem no atual slogan dos petistas: ´Não vai ter golpe, vai ter luta´.

Luta?

Contra quem eles vão lutar? Será guerra civil, é isso? Vai haver distribuição de armas nos diretórios do PT? Ou será só o exército do Stédile que vai para a frente de batalha?

Luta, luta, eles estão sempre em luta. José Dirceu é o ´guerreiro do povo brasileiro´, André Vargas desafia o STF erguendo o punho fechado, eles se acham Espártaco enfrentando as legiões de Crasso em defesa da liberdade dos escravos, Zapata liderando os camponeses contra a tirania de Porfírio Diaz, Marx aconselhando os proletários do mundo a se unirem. O sonho deles é travar a luta de classes. Combater o bom combate, como disse Paulo.

Que babaquice.

Sim, existem explorados e exploradores, negros e brancos, ricos e pobres, empresários e proletários, sim, mas o mundo não está dividido apenas entre explorados e exploradores, negros e brancos, ricos e pobres, empresários e proletários. O mundo é mais sofisticado, a sociedade é mais complexa e o Brasil, felizmente, é mais variado e complicado do que qualquer fórmula maniqueísta.

Antes era mais fácil: você era contra a ditadura ou a favor da ditadura. Ponto.

Agora é preciso pensar um pouco. Quem é contra o governo do PT não é necessariamente tucano, nem simpático a Bolsonaro, nem entusiasta do futuro governo Temer. Quem considera o Bolsa Família um bom programa não é necessariamente petista. Quem é contra o aparelhamento do Estado pelo governo não é necessariamente a favor do Estado mínimo. E quem é petista não é necessariamente um chato. Mas, neste momento de ânimos espinhados, há de se reconhecer que os petistas transformaram-se em pessoas especialmente chatas.

Se você se afasta de uma pessoa de quem não gosta, você está sendo saudável; se você se aproxima, procurando o confronto, você está com problemas sérios.

Uma médica não querer atender um paciente por ele ser de determinado partido ou ter determinada opinião é totalmente reprovável. Uma médica não querer atender um paciente que a incomoda é totalmente compreensível. Importunos de todo o mundo: vade retro.









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O CHÁ QUE DILMA NÃO TOMOU

por Percival Puggina.
Na tarde do dia 10 de março, Dilma estava inquieta. As últimas semanas não lhe traziam menos do que pesadelos. De um lado, sua base de apoio parlamentar esfarelava. Acabara o dinheiro. Ele fora, até bem pouco, a argamassa que lhe dava solidez. De outro, o apoio popular que o partido poderia buscar não significava grande coisa. Movia-se a grana. Grana para o transporte, para gratificar os que aderissem e para o tradicional sanduba de mortadela, isca e energético das massas de manobra que seu governo dizia privilegiar.
Os ventos de Curitiba sinalizavam borrasca e a atmosfera lhe parecia sinistra, como se impregnada de um cheiro de pólvora que ela não sentia desde quando usava codinome e sua cama escondia um arsenal. O inesperado estava acontecendo. Nem mesmo os torreões formados por quatro dezenas de ministérios, na maior parte criados só para isso, garantiam seu bastião do assédio que estava por vir. Certo, certo, fizera o diabo durante a campanha de 2014, mas o capeta estava cobrando alto demais. Enquanto pensava, Dilma ia de vez em quando até a janela, mas não havia sinal daqueles por quem aguardava.
O chá fora solicitado para quando chegassem e até um bolo de milho, na melhor receita mineira, reservado para a ocasião. Três dias mais tarde haveria imensa mobilização popular contra ela, seu governo e seu partido. As instituições da República, os congressistas e os ministros do STF atribuíam incontornável significado ao que estava por acontecer. E todas as informações davam conta de que, desta vez, ainda mais do que antes, a nação iria rugir. Seria, seu segundo mandato, como um implante em irreversível processo de rejeição? Ameaças de violência emitidas por seus aliados nos movimentos sociais não pareciam atenuar as motivações que levariam milhões de pessoas às ruas. Apoiadores tradicionais, como a OAB, voltavam-se contra ela. Os movimentos sociais eram demasiadamente carimbados pelos coletes da CUT e bonés do MST para serem confundidos com "nosso povo na rua". Povo não se veste assim. João Santana já os havia alertado a esse respeito.
No ano passado, três dias antes das manifestações do dia 15 de março, a cúpula da CNBB fora visitá-la levando seu apoio e proclamara com firmeza não reconhecer motivo para impeachment. Quantos católicos foram desmobilizados por causa daquela visita? E agora? Não apareceriam novamente para lhe levar apoio? O chá esfriava. O bolo perdia a fragrância do recém feito.
Não, leitor, a CNBB não apareceu. Naquele exato dia em que Dilma deveria estar avaliando a situação em seu gabinete, onde o chá e o bolo foram elaborados pela mera imaginação deste cronista, seu Conselho Permanente emitiu uma "Nota sobre o momento atual do Brasil" que pode ser lida aqui. O que diz? Fala em crise, discernimento, serenidade, responsabilidade. Atribui ao Congresso e aos partidos o dever de "fortalecer a governabilidade"... Fala em "suspeitas de corrupção" (arre!), que devem ser investigadas e "julgadas nas instâncias competentes". Afirma a prevalência das necessidades dos mais pobres em relação à "lógica do mercado" e aos interesses partidários. Por aí vai, com mais rodeios que festa campeira. E o que não diz? Pasmem. A nota sequer menciona a palavra governo! Silencia sobre a organização criminosa que saqueou a nação em detrimento dos mais desvalidos, para benefício de uma parcela corruptora do empresariado nacional mancomunada com agentes públicos da estrita confiança dos governantes. Sobre essa conduta hedionda e delinquente não há no texto uma palavra sequer.
Como leigo católico, constranjo-me. Por isso, desabafo.





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Consciência criminosa

 VLADY OLIVER
– Pai, matei minha filha. O que eu faço agora?
– Joga o corpo pela janela…
O diálogo improvável acima é a síntese de uma degradação humana de proporções inimagináveis. Nele, um avô manipulador, frio e calculista ensina a um filho mimado e explosivo como apagar a prova do crime cometido. O detalhe sórdido dessa equação tenebrosa é que a prova do crime hediondo era a neta de um e a filha do outro. Mas isto é um espaço político. Então vamos falar de crimes políticos?
Uso este exemplo para enfatizar algo em andamento nas atuais delações premiadas, tão esmiuçadas por aí. Todos os governantes admitem que crimes podem ter acontecido em suas administrações. O problema é que, com o PT no poder, é a primeira vez que o crime é uma natureza, uma mentalidade e um método de governo. Isto eles não querem assumir.
Diante da enxurrada de provas levantadas pela polícia até agora, torna-se impossível negar os crimes cometidos. Mas é imperioso, para essa gentinha torta, fingir tratar-se de crimes comuns, iguais a tantos praticados por todo tipo de político, quando não são. Notem que o Mensalão já havia denunciado a intenção do próprio STF de negar a existência de uma quadrilha no poder. É a ponta de um iceberg marreta; de uma criança inocente atirada ainda viva pela janela do prédio, para encobrir os desvios de uma mente criminosa em busca de saídas para safar-se safar da punição.
Trata-se de uma visão escabrosa desse apocalipse. Uma visão torta, que tenta impedir que saibamos estarmos diante de uma “sofisticada organização criminosa”, que se torna sofisticada não por si mesma, mas quando consideramos que outros elementos – o avô do crime acima citado – sairão impunes do resultado hediondo, embora todos saibamos tratar-se dos mentores intelectuais do golpe em andamento.
“Não temos bandidos de estimação” – bradam os decentes. O que não fica claro é essa relação de dependência – quase simbiótica – entre os inimiguinhos do PT e do PSDB. Há um estudo neurocientífico em andamento que tenta precisar o momento de nossa evolução cerebral onde adquirimos uma “consciência de justiça”. Meio reducionista, o estudo em questão não leva em consideração uma questão de fundo primordial para o entendimento dessa mecânica: toda vez que imputamos culpa a um inocente, acabamos imputando também a inocência de um culpado. O “terceiro agente” acaba desconsiderado na questão e é ele, em última análise, o responsável pela criança ter voado para a morte, num quadro de absoluto desvalor da vida e dos laços familiares que, em tese, deveriam nos unir.
Acredito que certos políticos – FHC e Aécio Neves, por exemplo – são citados nas delações premiadas quase como um mantra de uma natureza. Um contraponto. Um álibi da calhordagem. O que de verdade existe nos relatos dos criminosos confessos nessas colaborações com a polícia é o que deve ser investigado. Parece senso comum que certos crimes existiram, embora o propósito destes crimes seja diametralmente oposto aos da quadrilha ora investigada pela Justiça. Não importa. Crime é crime e merece punição.
O crime de “formação de quadrilha”, no entanto, solenemente desconsiderado pelo tribunal mais importante do país, parece denunciar que a quadrilha é bem maior do que as investigações nos levam a concluir, chegando inclusive ao pusilânime aparelhamento do Estado, Congresso e Justiça, que permite a impunidade destes meliantes com mandato, patrocinada pelos “amiguinhos”, oriundos da mesma natureza torpe, comungando da mesma mentalidade bronca.
Há uma manipulação em curso, meus caros. Por ela, Sergio Moro deve explicações para a Justiça, mas Dilma Rousseff não. Já notamos, portanto, que a “justiça achada no lixo” está em andamento, tramando uma visão torta das coisas, mais para confundir que para esclarecer os potenciais jurados dessa ação cívica. Alguém vai sair impune dessa vigarice. Que saibamos não cair de novo nesse conto do vigário. Por ele, essas esquerdas não fizeram nada demais. São “vítimas” de um sistema. Tenha paciência.
Notem que aquele diálogo fictício no início deste texto incriminaria – se fosse gravado – o mentor intelectual daquela tragédia. Aquele diálogo não foi gravado, mas todos os outros foram. E mostram inequivocamente uma quadrilha em atividade, buscando blindar seus agentes e parceiros criminosos. Negar essa existência por firulas judiciais é o que está em andamento por aqui.
Por saudosas declarações de compadrio também. Ou será que Gabeiras e Marinas Silvas foram pegos de surpresa pela linguagem chula do cafajeste denunciado nessas escutas telefônicas? “Palavrão todo mundo fala” – dirão alguns. Não é disso que estamos tratando. Não é a linguagem, mas a intenção. Ou será que um “avô zeloso” não estava cuidado da defesa de um filho, no diálogo que imaginei acima? Eu não sei como esses juízes dormem de noite. Talvez não durmam, acossados por uma estranha visão da ilegitimidade daquilo que andam professando.
É torpe. É a justiça que não para em pé. A menina ainda está caindo da janela, indefesa. Continuará caindo por todo o sempre, enquanto houver consciência, inocentes e senso de justiça e ser defendido, sem ambiguidades e relativismos por aqui. Tá ouvindo o barulho da cabecinha dela batendo na grama? Pois devia.









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Na crise política, o governo comete um erro atrás do outro

João Domingos Estadão
Só a forte tensão da crise política que pode desembocar no impeachment da presidente Dilma Rousseff é capaz de explicar o clima de barata tonta que tomou conta do governo. Pelo jeito, nem a presença do ex-presidente Lula está servindo para que alguma coisa entre nos eixos por parte dos estrategistas do Planalto e do PT, no momento em que o governo mais precisa dos partidos, principalmente do PMDB.


Só uma articulação política sem rumo, mesmo que conte com Lula, pode explicar a retaliação ao vice-presidente Michel Temer, explícita na demissão do presidente da Funasa, Antônio Henrique de Carvalho Pires, na quarta-feira. Tudo bem que a presidente Dilma, Lula e ministros tenham ficado tiriricas com Temer, que se recusou a adiar a reunião do diretório nacional do PMDB convocada para a próxima terça-feira. Mas dar o troco nessa hora é a pior de todas as iniciativas. Quanto mais o tempo passa, mais os integrantes do governo parecem perdidos e mais se mostram dispostos a recorrer a uma estratégia de defesa estranha, baseada na busca de ajuda de instâncias sabe-se lá quais e em que partes do Universo.


No momento, todos eles estão empenhados em pedir socorro ao mundo, ao qual denunciam o que consideram um golpe em marcha contra a democracia e o Estado de Direito, a exemplo do que foi feito por um funcionário do Itamaraty. Nada do que está sendo feito contraria a Constituição, diz a vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, desde que as regras sejam respeitadas. Isso vale para o processo de impeachment, para as investigações da Operação Lava Jato, para os processos no Supremo. O próprio ministro Dias Toffoli, que foi empregado do PT antes de ir para a suprema Corte, afirma que o processo de impeachment está dentro dos conformes constitucionais.


MULTIDÃO DE GOLPISTAS


É claro que a Câmara é presidida por um deputado que está todo enrolado na Justiça. É certo que a hora dele chegará. Mas o fato de Eduardo Cunha ser presidente da Câmara não pode fazer com que o processo de impeachment seja comparado a um golpe, e isso fica claro nos esclarecimentos dos ministros do Supremo. O processo de impeachment foi pedido por três advogados respeitados em todo o País, nenhum deles golpista.


A multidão de pessoas que tem ido às ruas pedir a saída da presidente não é constituída de golpistas. Lá estão os desempregados, os empresários que perderam tudo ou que estão vivendo os efeitos da crise, e a classe média que sempre votou no PT. E que agora perdeu a paciência.












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Recurso de Lula ao Supremo para ser ministro é altamente polêmico

Pedro do Coutto      
O repórter Marcio Falcão revelou na edição da Folha de São Paulo de sábado que o ex-presidente Lula também recorreu ao Supremo contra a liminar do ministro Gilmar Mendes que impediu fosse ele empossado na chefia da Casa Civil. O recurso, a meu ver, é inadequado, pois a sua nomeação foi feita pela presidente Dilma Rousseff. Portanto, caberia a Advocacia Geral da União e não a ele recorrer da decisão impeditiva, em liminar embutida em mandado de segurança impetrado pelo deputado Raul Jungmann (PPS-PE). Os advogados de Lula não levaram em conta este aspecto fundamental da questão e colocaram Lula na posição de autor de um decreto que ele não assinou, muito menos poderia assinar já que o ato é da alçada da presidente da República.
Uma questão simples de ser julgada, na medida em que o autor do recurso não possui qualidade legal para arguí-lo. Quem pode arguir, através do advogado-geral da União, Eduardo Cardozo é a presidente Dilma Rousseff. O episódio demonstra a predominância de uma absoluta desorientação por parte dos advogados de Luiz Inácio Lula da Silva. Caso contrário, não cometeriam o erro palmar em que incorreram, sobretudo porque deram margem a que o recurso seja negado por equívoco de iniciativa. Trataram Lula como se fosse ele autoridade competente para nomear a si mesmo.
Isso de um lado. De outro já existe no Supremo, o recurso do governo nas mãos do ministro Gilmar Mendes, ainda sem data de julgamento.Além disso, há outro processo envolvendo Lula, de iniciativa da AGU, com o relator Teori Zavaski, sobre o vazamento da gravação da conversa de Dilma e Lula, que deverá entrar em pauta na sessão plenária prevista para o dia 30. São, portanto, duas matérias tratando do caso Lula. O Supremo  já tem recursos suficientes para tomar uma decisão definitiva sobre a controvérsia que separa a opinião de Gilmar Mendes do parecer de Teori Zavaski acerca da competência do juiz federal Sérgio Moro para julgar Lula.
DIVERGÊNCIA
Vale acentuar, entretanto, que a divergência existente entre ambos não se refere à investidura de Lula na Casa Civil e sim na devolução ou não do processo contra Lula à esfera do juiz Sérgio Moro. Na realidade Zavaski não entrou no mérito da investidura de Lula, mas deslocou o processo contra ele, transferindo-o de Curitiba para Brasília. Portanto, observa-se concretamente que o recurso agora interposto por Lula é o terceiro de uma série, da qual os dois primeiros foram rejeitados.
Uma dedução lógica, simplesmente porque se Zavaski tivesse autorizado a posse, não haveria necessidade da insistência no caso, com a iniciativa de quem de direito pode fazê-lo, ou seja, a atual presidente da República. Do episódio pode se extrair uma realidade: que a maior controvérsia existente na corte Suprema é quanto ao foro de Lula, não quanto a sua investidura. O plenário da Corte, dessa forma decidirá muito mais no que se refere à esfera da apreciação do processo contra Lula do que a respeito de sua nomeação. Esta até agora já foi negada duas vezes.








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Nomeação ilegal -

MERVAL PEREIRA O GLOBO
A solução proposta pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, aparentemente salomônica, permitindo que o ex-presidente Lula assuma a Chefia do Gabinete Civil do ministério de Dilma, mas sem foro privilegiado, permanecendo os processos contra ele na jurisdição do Juiz Sérgio Moro, é simplesmente ilegal segundo diversos juristas.
O deputado federal Raul Jungman, do PPS, entra hoje na Procuradoria-Geral da República com uma ação de prevaricação contra a presidente Dilma, baseado justamente na análise de Janot, que admite que a intenção da presidente era obstruir a Justiça.
Janot atribui ao ato um “desvio de finalidade” para “influenciar as investigações”. .De acordo com um especialista, o Ato Administrativo deve preencher os seguintes requisitos: Competência, Objeto, Finalidade, Forma e Motivo. Desses requisitos, três são vinculados (Competência, Finalidade e Forma) e os outros 2 são discricionários (objeto e Motivo).
Se o Ato Administrativo estiver viciado em algum de seus elementos obrigatórios (vinculados), ele é nulo de pleno direito. Quanto aos elementos discricionários, embora não sejam obrigatórios, se forem explicitados no ato, passam a vinculá-lo (Teoria dos Motivos Determinantes).
No caso da nomeação do Lula, a competência da Presidente da República é cristalina e o próprio Janot admite isso no Parecer. A forma também é inquestionável. Mas, quanto à finalidade, que também é elemento essencial do ato administrativo, Janot admite que houve desvio de finalidade, um vício insanável. Portanto, a conclusão é clara: a nomeação do Lula é nula.
Já o ministro do Tribunal Superior do Trabalho Galba Velloso, autor do livro “Desvio de Poder”, da Editora Malheiros, afirma que o Procurador-Geral da República, ao admitir a possibilidade de Lula ser Ministro e continuar sob a jurisdição comum “está completamente equivocado”.
O ato da Presidente da República é nulo por desvio de poder, e não se pode fatiá-lo admitindo a nomeação e negando o foro. “Ele não pode ser Ministro em virtude do desvio de finalidade praticado e por isso não pode ter foro privilegiado”, ressalta o ministro Velloso.
Ele lembra que o excesso de poder tem duas formas, o abuso de autoridade, quando esta vai além de sua competência, e o desvio de finalidade, quando, embora dentro de sua competência, a autoridade declara um motivo de finalidade pública ocultando um objetivo diverso.
“A Presidente pode nomear o Ministro que quiser, dentro da lei. Mas não está dentro da lei nomear alguém Ministro para escapar do Juiz que teme e escolher quem deve julgá-lo”, ressalta Velloso
Tanto o abuso de poder, como faltar ao cumprimento do dever por interesse ou má-fé, são definições de prevaricação, que é a acusação que o deputado Raul Jungman fará contra a presidente da República.
O ministro Teori Zavascki está cuidando do caso no Supremo em duas instâncias: na parte cível, pediu informações ao Procurador-Geral para decidir sobre uma ADPF (Arguição de descumprimento de preceito fundamental) que visa suspender a nomeação de Lula. Como já existe uma liminar em mandado de segurança com o mesmo efeito, a questão será resolvida no mérito pelo plenário do STF.
Na parte criminal, o Juiz Sérgio Moro e o Procurador-Geral foram também consultados, para saber se há indícios de que a presidente Dilma tentou obstruir a Justiça ao nomear o ex-presidente para seu ministério. O Advogado-Geral da União, José Eduardo Cardozo, disse que não há nada de ilegal na conversa, que considerou "republicana".
O Procurador-Geral já admitiu que houve, sim, essa tentativa de obstrução, e o Juiz Sérgio Moro, além de pedir desculpas pela polêmica que causou ao permitir a divulgação do áudio da conversa da presidente Dilma com o ex-presidente Lula, manteve sua convicção de que houve no caso pelo menos uma tentativa de obstrução da Justiça.
Disse que autorizou a divulgação “atendendo o requerimento do MPF, dar publicidade ao processo e especialmente a condutas relevantes do ponto de vista jurídico e criminal do investigado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que podem eventualmente caracterizar obstrução à Justiça ou tentativas de obstrução à Justiça”.
Moro, embora cite objetivamente o ex-presidente Lula quando se refere à obstrução da Justiça, tenta se defender em relação à presidente, e insinua que ela também pode ter atuado nesse sentido, afirmando que “não parece que era tão óbvio assim que também poderia ser relevante juridicamente para a excelentíssima presidenta da República”.







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E O DIPLOMA?

Escrito por Kenneth Wieske
Como estrangeiro, fico impressionado com um aspecto da cultura brasileira: o amor pelos documentos oficiais, com vários selos de autenticação. Não sei se o Brasil é uma república verdadeiramente federativa, mas eu tenho certeza que o Brasil é uma república burocrática. Se não tiver minha identidade em mãos, será que eu existo?


Esta preocupação surge também quando pais estão avaliando a possibilidade de educar seus próprios filhos. Como eles podem avançar na vida sem diploma? Será que eles vão saber algo, se não tiverem um documento que afirma isso?


Nosso filho mais velho tem 19 anos. Hoje, ele estuda o quadrivium numa faculdade de confissão reformada nos Estados Unidos. Nathanael, em todos os anos de educação domiciliar, nunca fez nenhuma prova. Ele nunca recebeu nenhuma nota. Ele nunca tirou nenhum diploma.


Quando ele foi fazer o SAT (o Enem dos EUA), primeiro fez uma simulação. A nota foi razoável. Foi a primeira nota que recebeu na vida. Quando fez o SAT ele tirou nota máxima em interpretação de textos. Nas outras duas seções (matemática e redação), ele tirou uma nota média.


Hoje, ele está tirando boas notas (cum honore, cum laude) na faculdade clássica (e rigorosa) onde estuda. Meu filho não é um gênio. Ele simplesmente recebeu uma boa educação, feita sob medida para combinar com sua personalidade e seus dons e talentos. Ele recebeu a liberdade de amar e buscar o conhecimento. Tudo isto foi uma preparação mais que suficiente para ele encarar a vida e o mundo afora. Ele tem a capacidade de se adaptar a um outro sistema de ensino, e de aprender como fazer provas e receber notas. Ele consegue estudar e aprender num nível igual ou superior a alguém que estudou toda a vida numa escola tipo linha de montagem.


Resumo da história: a falta de um pedaço de papel não vai necessariamente acabar com a vida do seu filho.


No Brasil, a lei permite que pessoas com 18 anos completes façam o Enem, e por meio deste exame obtenham o certificado de conclusão de ensino médio. Então, se você realmente quer o pedaço de papel, tem como conseguir!
Acredito que o que aconteceu nos EUA e no Canadá vai também acontecer no Brasil no futuro. As faculdades descobriram rapidamente que os alunos educados em casa muitas vezes têm um melhor desempenho que alunos educados em instituições de ensino. Hoje, as faculdades fazem de tudo para atrair alunos que foram educados em casa.


Lembro-me também de uma filha de conhecidos nossos. Ela toca piano muito bem. E foi para uma faculdade que tem um programa de música muito bem conceituado. Ela pediu para entrar no programa, mas não tinha um diploma de ensino médio. Mandaram-na em embora.


“Antes de sair, posso tocar só 5 minutos para vocês?”, ela perguntou. Eles concordaram. Ela nem tocou os 5 minutos todos, e eles já declararam que não somente ele seria recebida no programa, mas que receberia uma bolsa.


O que vale é capacidade, não quantidade de papel.


“Vês a um homem perito na sua obra? Perante reis será posto; não entre a plebe.” — Provérbios 22.29



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AS DUAS FORMAS DE CORRUPÇÃO

Escrito por Nivaldo Cordeiro
A falha estrutural do projeto político do PT foi não ter obtido o poder total antes que os anticorpos do Estado pudessem agir.

O PT levou a arte de corromper ao limite, no Brasil, fazendo jus à tradição comunista de que deriva. Temos que meditar sobre esse fato, pois com o PT houve uma mudança substantiva nas práticas deletérias que pilharam o Estado. Nunca é demais dizer que a corrupção abalou os alicerces do Estado, distorceu a representação política e fez eleger, de forma ilegítima, agentes corruptos para os mais altos cargos da nação. A própria eleição de Dilma Rousseff é um exemplo conspícuo dessa distorção provocada pela corrupção.
Corrupção é intrínseca ao homem e é inerente ao poder de Estado. Se isso é verdade podemos dizer que a corrupção ela mesma não é um problema, mas um dado da realidade com o qual temos que conviver. Isso, todavia, só é verdadeiro dentro de um certo range, qual seja, que a corrupção exista sem interferir na viva profunda do ente político e que preserve o rizoma do tecido social. Isso ocorre nas formas banais de corrupção, que são aquelas em que o corrupto, qual um parasita oportunista, se aproveita das circunstâncias e realiza sua ação. É a corrupção de todo dia, que vemos quando há presença de algum fiscal do Estado ou a concupiscência de um funcionário responsável por aquisições governamentais. É aquela típica do guarda de trânsito que leva a propina para não multar. Nesse caso nem o Estado perde e nem a vida cotidiana muda.
Bem outra coisa ocorreu com o PT no poder. A corrupção foi elevada à condição de principal ferramenta da articulação política. Mais ainda, foi transformada em instrumento revolucionário pelo qual o PT quis alcançar a hegemonia, distorcendo representação política. Podemos dizer que o PT tentou dar o golpe de Estado comprando votos de parlamentares e por muito pouco não conseguiu seu intento. A denúncia acidental de Roberto Jefferson, então deputado e líder do PTB, um homem desequilibrado e sem meias medidas, é que levantou o tapume sobre a famosa prática do mensalão, que levou à abertura da Ação Penal 470, de triste memória.
À época, José Dirceu, líder em atividade das coisas tenebrosas do PT, percebeu o perigo que corria o seu projeto político e tentou de forma desesperada parar o estrelismo denuncista de Roberto Jefferson. Ele o fez porque sabia que o Estado é maior do que o partido e que, uma vez provocada, a Justiça seria posta em movimento, com os resultados previsíveis. Não deu outra. Até mesmo José Dirceu foi apenado naquela Ação Penal.
O novidadeiro na corrupção do PT é que, além de ter se tornado um instrumento político estratégico (e até por isso), tornou-se um fim em si mesma. O exemplo da aquisição da refinaria de Pasadena é conspícuo. A Petrobras e o Brasil jamais precisaram daquele investimento, que só foi realizado porque se mostrou uma oportunidade excelente de assalto aos cofres públicos. Nunca um negócio foi tão vantajoso para os mafiosos da política, mas no caso se perdeu completamente a funcionalidade. A corrupção como fim em si mesma é incompatível com a racionalidade do Estado e a própria vida social. A Petrobras está em situação quase falimentar por conta disso. A corrupção como fim em si mesma gera o caos, é entrópica.
O petrolão foi descoberto também por outro acidente, a investigação sobre o doleiro Alberto Youssef, que operava pesado para o esquema do PT e ninguém sabia. Puxou-se o fio da meada e agora vemos o juiz do processo, Sergio Moro, transformado em herói nacional porque fez valer o poder de Estado sobre os delinquentes do PT e seus associados.
A falha estrutural do projeto político do PT foi não ter obtido o poder total antes que os anticorpos do Estado pudessem agir. Fracassou porque não tem força para passar uma borracha na ordem jurídica, o Código Penal está em pleno vigor. Será banido da vida política e será lembrado pela História como a mais rocambolesca tentativa de totalitarismo emergindo desde dentro da ordem democrática. Algo muito parecido com o que aconteceu com a Alemanha de Hitler. Felizmente, aqui, houve tempo de se esmagar a jararaca antes que ela pudesse devorar toda gente.







EXTRAÍDADEMIDIASEMMASCARA


MAQUIAVEL PARA BRASILEIROS

Escrito por Tiago Amorim MIDIA SEM MASCARA
Não se viu manifestação popular expressiva durante os oito anos do governo Lula. As “pessoas de bem”, hoje vestidas de verde e amarelo, amantes dos símbolos nacionais e preocupadas com o destino do país, não ergueram suas vozes contra a ditadura petista que se erguia a olhos nus.

A partir do momento em que Maquiavel publica O Príncipe a política torna-se ciência autônoma. Até então, pode-se dizer que esta mesma dimensão da vida humana era compreendida dentro da perspectiva teleológica e metafísica que preponderava no Ocidente, como se observa nos escritos de Aristóteles ou nos pensadores medievais.
É o caso também de Santo Isidoro de Sevilha, que ainda na Antiguidade Tardia (expressão que empresto do professor Renan Frighetto), foi o grande responsável por converter a corte visigoda ao cristianismo. Em sua obra máxima, Etimologias, trata também de política, pois era preciso não apenas converter os governantes bárbaros, mas também ensiná-los a governar como membros da Igreja. E foi Isidoro quem formulou – talvez pela primeira vez na história da Igreja – o conceito de príncipe cristão: aquele que age em nome de Deus na busca do bem comum.
Isto deu tão certo e foi tão difundido durante a Idade Média, que é comum encontrarmos referências a esta mesma noção em obras tardias que revelam, no conjunto, a preocupação dos políticos católicos em ser esta ação inspirada por Deus na sociedade. Desde o batismo de Clóvis, no início do século VI, até os reis taumaturgos do medievo central (ver a obra de Marc Bloch a respeito), passando por esta problematização consciente e propositiva de Santo Isidoro, é justo afirmar que a política, antes de Maquiavel, era encarada como forma de caridade (a isto fez referência o Papa Francisco recentemente). Obviamente houveram desvios individuais, mas o argumento geral é válido e historicamente atestado. O livro de Marcelo Cândido da Silva, A Realeza Cristã na Alta Idade Média, traça um perfil desta nobreza religiosa (particularmente a francesa), demonstrando a relação íntima e indissociável entre teologia e política.
Ou seja: Maquiavel iniciava, com sua obra moderna, a quebra de um paradigma, percebida na particularização e segmentação da política. Segundo sua visão, os governantes são dispensados do  dever moral e da observância de valores a priori (discussão que remonta a Aristóteles, novamente, e que envolve concepções jurídicas opostas). Há tradicionalmente quem defenda o direito natural e as leis inscritas no coração do homem – o que significa, a grosso modo, uma crença na origem metafísica do mundo e um reconhecimento de direitos fundamentais e atemporais, como à vida e à liberdade. Mas o autor de O Príncipe está na outra ponta: para ele e toda uma nova e complexa escola surgida a partir de então, o direito e a moral são frutos da vida social e das escolhas a posteriori. Não há hierarquia de valores e princípios, diz Maquiavel, nem moral desejável (senão aquela determinada pela constituição social, conduzida pelo governante).
Daí que o sentido de sua conhecida frase (“os fins justificam os meios”) seja justamente este: o governante deve ser julgado pelos seus resultados, e não pela motivação ou causa de suas ações.
É aqui que a realidade política brasileira entra: por quanto tempo nossos meios de comunicação, nossos “intelectuais”, nossos atores públicos e classe política foram coniventes com o Partido dos Trabalhadores? Eu respondo: pelo tempo que duraram os bons resultados econômicos (sejam eles mérito do PT ou não).
Não se viu manifestação popular expressiva durante os oito anos do governo Lula. As “pessoas de bem”, hoje vestidas de verde e amarelo, amantes dos símbolos nacionais e preocupadas com o destino do país, não ergueram suas vozes contra a ditadura petista que se erguia a olhos nus, com aparelhamento das instituições (inclusive do STF), conchavos políticos à luz do dia (vide Mensalão), homicídios mal explicados (Celso Daniel), monopólio dos jornais, dos institutos de pesquisa, da produção cultural etc.
O que estava fazendo a brava gente brasileira durante esse período de costura maquiavélica feita pelo (hoje) odiado PT? Respondo de novo: salvo parcelas minoritárias da população, estava curtindo a boa onda econômica, aplaudindo os resultados petistas.
Maquiavel não poderia estar mais contente. Aqui no Brasil sua teoria encontrou ressonância como em poucos lugares do mundo. Os governantes e os governados concordam que um roubo ali, um aborto de anencéfalos aqui, não tem problema. Importa o resultado final, que deve expressar a moral eleita coletivamente. No nosso caso, money no bolso.
É preciso dizer que a crise política atual é o aspecto mais superficial da baixeza moral e espiritual a que nos dispomos viver e transmitir desde 1500. Lembremos disso ao iniciar a limpeza que dizemos ser necessária.

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A derrocada -

GUSTAVO FRANCO O Estado de S. Paulo
A publicação do balanço da Petrobrás para 2014 abre um capítulo particularmente revelador de um desmoronamento amplo, espetacular e de dimensões históricas, mesmo que ainda incompleto. Diante dessa catástrofe, espera-se que nunca mais o País ouça sem um arrepio os conceitos que orientaram esse experimento de petro-populismo, heterodoxia fiscal e "capitalismo de quadrilhas" (na falta de melhor tradução para "crony capitalism", um fenômeno já bem identificado em outros países).

É de se esperar que esse terremoto vá bem além da candidata eleita, ou da economia, que já vinha mal, pois atacará de frente um conjunto de ideias, ou uma ordem que seria simplório designar apenas como petista, pois vai muito além dos patéticos personagens associados à tesouraria do PT, seus líderes encarcerados e amigos da empreita. O País quer um novo paradigma em matéria de política, e de política econômica, não é outra coisa o que se ouve pelas ruas e pelos botecos.

Essa rocambolesca "ascensão e queda" não é assunto novo, e já havia recebido marcos definidores nas duas capas da The Economist: em novembro de 2009, o Cristo Redentor decolava, mas em setembro de 2013, voava destrambelhado como um pacote bêbado. Diante dos acontecimentos posteriores, a segunda capa, que alguns viram como um insulto, hoje soa como uma piada de salão, quase uma gentileza. As más notícias dos últimos meses não conhecem precedente em nossa história, tanto pela torpeza quanto pelos valores.

A decadência desse império ocorreu de forma inacreditavelmente veloz, mesmo considerando os padrões do mundo hiperconectado em que vivemos, e decorre de pelo menos três pragas, a primeira, curiosamente, relacionada com uma excelente notícia, um presente da Natureza, a heroica descoberta de um tesouro petrolífero onde ninguém havia se atrevido a procurar.

A segunda foi a utilização da crise de 2008 como um pretexto para uma grande inflexão para pior na política fiscal, agora consagrada no que tem sido chamado de "escândalo das pedaladas", e o mesmo para a política industrial, com seus campeões e favoritos.

A terceira, e mais hedionda, é a da corrupção, que potencializa e explica em boa medida a vilania exibida no desenvolvimento das duas primeiras linhas de conduta, pois sua presença parece "sistemática" a partir de 2004, segundo testemunha, viciando muitos processos decisórios.

Mais detalhe sobre cada uma dessas pragas: a primeira tem a ver com o modo como Lula e o PT definiram a estratégia do País diante da descoberta do pré-sal. Reveladoramente, o debate começou pelo fim, com a vinculação dos ganhos à educação, e com a distribuição de royalties para unidades federadas, criando um mecanismo de socialização dos "rents" para servir como espinha dorsal de um "petro-populismo" semelhante aos de Venezuela e Rússia. Nesse contexto, é claro que era preciso estatizar o mais possível essa riqueza, sem muita conta sobre os investimentos que a Petrobrás teria de fazer, pois o cálculo político, este sim, muito preciso, era sobre como se usar o Tesouro para cooptar os entes federados. É fortíssimo, no Brasil, esse DNA rentista, propenso ao extrativismo, e avesso ao suor, ao individualismo e à produtividade. Que melhor redenção, ou que melhor pretexto para abandonar agendas reformistas e modernizadoras que descobrir petróleo?

Era a praga da displicência, versão caribenha do que se conhece como "doença holandesa".

A segunda maldição teve de ver com a crise de 2008 e com a sensação de que o capitalismo ocidental estava acabado, que a índole perversa dos mercados jamais poderia levar ao bem comum senão debaixo de pesada regulação e que John Maynard Keynes, como dom Sebastião, retornava triunfal das brumas do oceano na versão idealizada em Campinas. Para alguns economistas locais, cujos relógios pararam em 1936, a ocasião era perfeita para recuperar as "políticas anticíclicas", das quais não se ouvia há décadas. Disseminou-se, ademais, exaltação ao capitalismo de Estado, modelo chinês, descontaminado das liturgias ocidentais como democracia e transparência, e o conjunto definido pela Goldman Sachs como Brics começou a levar a sério suas escassas semelhanças. Era o apogeu da ilusão na existência de "vida extraterrestre" e na "ciência alternativa": eis a "Nova Matriz Macroeconômica", a praga da irresponsabilidade.

A terceira praga veio dos porões onde se definiam os aspectos operacionais do sonho petro-populista-heterodoxo: os investimentos necessários, o conteúdo nacional, os campeões, as desonerações e as pedaladas, parece pouco provável que esses assuntos tenham sido decididos por gente inocente em ambientes republicanos. As possibilidades de entrelaçamento entre interesses públicos e privados nessa "Nova Matriz" eram imensas, necessárias e inevitáveis, e assim o cordial capitalismo de laços naturalmente desceu vários andares na escala da moralidade.

O Brasil se torna um curioso caso de país ex-comunista sem nunca ter sido, e que, bastante tempo depois da Queda do Muro, procurava imitar os traços mais pervertidos de alguns países que foram socialistas por longo tempo.

Sete anos após, nem o mais neoliberal dos profetas poderia imaginar que o sonho petista petro-populista ia se converter nessa gororoba que tem assolado o noticiário diário e que ganhou do presidente da Petrobrás uma definição em uma única palavra: vergonha, disse ele, ao reconhecer mais de R$ 50 bilhões em baixas contábeis.

A publicação do balanço auditado da Petrobrás é um fato histórico, sem ser novidade, pois foi uma confissão formal e irretratável. A companhia contabilizou suas "despesas" com corrupção em R$ 6 bilhões com a aplicação do porcentual de 3%, informação proveniente das delações no âmbito da Operação Lava Jato, sobre todos os contratos com as empresas citadas na investigação durante o período que vai de 2004 a 2012. O reconhecimento oficial da desonestidade, graças a um dispositivo da legislação americana, abre imensas possibilidades, e levanta múltiplas questões.

Os números para baixas contábeis são quase 10 vezes maiores que os da corrupção, e os de perda de valor da companhia talvez 30 ou 40 vezes maiores. Lembrando do professor Mario Henrique Simonsen e de sua lógica ferina, é fácil ver que teria saído muito mais barato para os acionistas ter pago apenas as propinas e não ter implementado o "novo modelo". Ou seja, a incompetência combinada à megalomania custou muito mais que a corrupção e levou a Petrobrás a um nível de endividamento imprudente, mais ou menos onde se encontra a União nesse momento, ambas sob o imperativo de "desalavancar".

A corrupção é a parte menor na conta, é verdade, mas vale lembrar aos que estão à espera de um Fiat Elba que o modelo está fora de linha, os tempos são outros, mas se trabalharmos com o Novo Fiat Uno, custando perto de R$ 35 mil, o balanço da Petrobrás indica que a corrupção oficialmente reconhecida equivale a 171.429 automóveis Fiat Uno. É mais de dois meses de produção à plena capacidade.








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