Jornalista Andrade Junior

FLOR “A MAIS BONITA”

NOS JARDINS DA CIDADE.

-

CATEDRAL METROPOLITANA DE BRASILIA

CATEDRAL METROPOLITANA NAS CORES VERDE E AMARELO.

NA HORA DO ALMOÇO VALE TUDO

FOTO QUE CAPTUREI DO SABIÁ QUASE PEGANDO UMA ABELHA.

PALÁCIO DO ITAMARATY

FOTO NOTURNA FEITA COM AUXILIO DE UM FILTRO ESTRELA PARA O EFEITO.

POR DO SOL JUNTO AO LAGO SUL

É SEMPRE UM SHOW O POR DO SOL ÀS MARGENS DO LAGO SUL EM BRASÍLIA.

domingo, 31 de janeiro de 2016

"Imobilismo diante de uma crise que se agrava",

editorial de O Globo
O ex-ministro Delfim Netto, em entrevista ao ‘Valor’, prenuncia uma ‘tragédia’ se Dilma não assumir suas responsabilidades e encaminhar propostas de reformas


Mantidos os juros em 14,25%, como desejavam Planalto e PT, as projeções semanais dos departamentos de análise do mercado financeiro, coletadas pelo próprio BC e divulgadas no Relatório Focus, sinalizaram piora nas estimativas da inflação deste ano (de 7% para 7,23%, distanciando-se mais ainda dos 6,5% do teto da meta de 4,5%) e a mesma recessão projetada uma semana antes (3% em vez de 2,99%).
O governo anunciará medidas, já com a assinatura do ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, para resgatar o país da indigesta mistura, em doses elevadas, de recessão e inflação. Sabe-se que vem por aí mais oferta de crédito — quando ninguém quer se endividar, por não confiar num governo que não enfrenta a crise fiscal com as devidas reformas estruturais. Como é necessário.
Em entrevista ao jornal “Valor”, o ex-ministro Delfim Netto, de trânsito em hostes lulopetistas, adotou o estilo “papo reto”. Segundo ele, se Dilma não assumir suas responsabilidades e, na reabertura do Congresso, dia 2, não for aos parlamentares com propostas de reformas constitucionais e infraconstitucionais, será “uma tragédia”. Ou seja, mais três anos de recessão e, depois, um longo período de baixo crescimento.
Delfim aponta três reformas: da legislação trabalhista, da Previdência e para desindexar e desvincular gastos do Orçamento. O assunto consta do documento do PMDB “Uma ponte para o futuro”, já bombardeado por Dilma e PT.
Pior para o governo e o país. Delfim se junta a incontáveis analistas que alertam para a ineficácia de se aumentar o volume de crédito, porque “há falta de tomador de crédito", reforça o ex-ministro.


Mas Dilma, fiel a seu estilo, deverá apostar até as últimas fichas na mágica de recolocar a economia em movimento sem fazer o devido ajuste fiscal. Admita-se que é quase nulo o espaço político para que ela proponha as reformas e as mudanças necessárias. No seu partido e fora dele. Mas precisaria fazê-lo.
Em vez disso, Dilma relançará amanhã o Conselhão (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social), criado por Lula em 2003, sob inspiração do assembleísmo do movimento sindical. Parecia um caminho para contornar o Congresso: decidir tudo entre corporações e apresentar o pacote pronto aos parlamentares. Se não funcionou na Constituinte, quando uma comissão presidida pelo inatacável Afonso Arinos redigiu um projeto afinal desconsiderado, não funcionaria com PT, CUT, Fiesp etc.
Relançar o Conselho de Desenvolvimento com famosos das artes cênicas e celebridades do mundo empresarial é procurar entreter a plateia. Dilma tem suas convicções (equivocadas) arraigadas, e o Conselho servirá de mero adereço de mão para seu governo simular um debate corporativo inútil. O Conselhão cumpre a função daquela comissão criada para nada decidir. Enquanto isso, a crise avança






EXTRAÍDADEROTA2014BLOGSPOT

"Há lobbies e lobbies",

editorial da Folha de São Paulo
Deflagrada no ano passado para apurar sinais de um esquema bilionário de sonegação de impostos, a Operação Zelotes, da Polícia Federal, deparou-se com um episódio que, na hipótese mais branda, expõe meandros constrangedores do processo legislativo do país.
Medida provisória editada em novembro de 2009, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), prorrogou a vigência de benefícios tributários para a indústria automotiva das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Descobriu-se que um lobista investigado pela PF havia atuado em favor da norma, posteriormente convertida em lei.
Alexandre Paes dos Santos, o lobista em questão, confirmou ter sido procurado para realizar trabalho de assessoria a Mauro Marcondes, cujo escritório atendia a empresas ligadas às montadoras Mitsubishi e Hyundai.
Então chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho relatou ter intermediado encontros entre Marcondes e o ex-presidente, antigos conhecidos, para o debate de providências de estímulo à economia.
A partir dos dados reunidos nas investigações, calcula-se que o escritório de Marcondes recebeu R$ 17 milhões pela empreitada –e um total de espantosos R$ 57 milhões, entre 2009 e 2015, pelos serviços prestados aos mesmos clientes.
Verificou-se que o lobista contratou, em 2010, firma advocatícia pertencente ao filho de uma alta funcionária da burocracia federal; por fim, que pagou R$ 2,4 milhões, desde 2014, por trabalhos da LFT Marketing Esportivo, de Luís Cláudio Lula da Silva, filho de Lula.
Nada disso, por si só, configura ato criminoso; o desenrolar da ação penal aberta a respeito do caso –que não inclui Luís Cláudio, alvo de outro inquérito– demonstrará se procede a acusação de que a MP de 2009 e outras duas, de 2010 e 2013, tenham sido "compradas".
Os réus afirmam que há uma tentativa de criminalizar a atividade de lobby, a defesa de interesses particulares corriqueira –e necessária– na democracia e na economia de mercado.
São justamente as dimensões das cifras e personagens envolvidas, além do obscuro emaranhado de relações pessoais e profissionais entre elas, que evidenciam a urgência de uma regulamentação do lobby no Brasil, tarefa adiada pelo Congresso desde os anos 1990.
Tal legislação, como defende esta Folha, deverá definir a atividade e proporcionar a identificação transparente de contratantes e contratados, seus interesses e estratégias de atuação, incluindo os contatos com autoridades públicas. Assim serão delimitadas com mais clareza as fronteiras entre a pressão legítima, o tráfico de influência e a corrupção





EXTRAÍDADEROTA2014BLOGSPOT

"Sugestões",

 por Ruy Castro Folha de São Paulo
Ninguém me pediu, mas aqui vão sugestões de orelhada para alguns problemas da atualidade.
1. Começam a proliferar no Carnaval carioca os blocos clandestinos, que não pedem autorização para sair, provocam confusão no trânsito e desfilam fora do roteiro dos banheiros químicos. Com isso, haja botequins e restaurantes pelo caminho, além dos becos e ruas transversais. Sugestão: uso obrigatório de uma popular fantasia dos velhos Carnavais, a de bebê, com touca, babador, camisinha de pagão e calcinha –só que esta, agora, equipada com fralda descartável.
2. Os "black blocs" voltaram a se infiltrar nas manifestações, destruindo patrimônio alheio e infernizando a vida do povo para dar prejuízo aos capitalistas sangrentos. São filmados quebrando tudo e levados presos, mas rapidamente soltos por seus advogados sob o argumento de que não é possível identificá-los sob as máscaras. Sugestão: identificá-los pela cor do capuz, modelo da jaqueta, características dos adereços de mão –porretes, martelos, tesouras, estiletes– e estilo de ataque às vitrines. O estilo é o homem.
3. Os interrogados pelo Ministério Público e pela Operação Lava Jato insistem em não se lembrar ou desconhecer que pessoas sob suas ordens levaram anos assaltando a Petrobras e outras instituições em benefício próprio ou de interesses políticos. Sugestão: para a falta de memória, o velho Fosfosol.
4. Para o alegado desconhecimento de fatos cometidos sob suas barbas, seria o caso de submetê-los ao detector de mentiras. É o aparelho que mede alterações do pulso, batimentos cardíacos e contrações musculares quando o interrogado é submetido a certas perguntas. Mas o detector é um procedimento apenas auxiliar. 
Há quem seja tão sincero ao mentir que ele não pode ser usado como prova.
EXTRAÍDADEROTA2014BLOGSPOT

Governo do PT atrasou o país em 20 anos, pelo menos

Vittorio Medioli O Tempo
Juscelino Kubistchek assumiu a Presidência anunciando que seus cinco anos de mandato valeriam por 50 de progresso. Ninguém se atreveu até hoje a contestar os “50 em 5”. O Brasil deixou a “colônia” para se erguer à nação com aspirações soberanas. Enveredou pela industrialização e pela infraestrutura. Passou de “exótico” para uma pretensão de “ocidental”.
JK implantou a nova capital no seu centro geográfico, deu-se a fomentar o progresso pelo desenvolvimento econômico. Criou as premissas e as bases que permitiram passar por 20 anos de turbulências sem afundar.
Não só de café o Brasil passou a viver. Saudades de JK neste momento de fechamento do exercício de 2015 e de previsões para 2016.
Acabou-se um ano terrível, jogado fora. Um ministro com todos os poderes empunhou a faca pela lâmina e tentou cortar o queijo com o cabo. Um ministro que, para ser explicado, precisa chamar a preguiça, o bicho que, faça chuva ou faça sol, de dia ou de noite, segue com lerdeza, refratário ao clima e até à proximidade do risco que agita os demais.
TUDO EM QUEDA…
No ano que precisava de dinamismo, competência, disposição na gestão dos desafios, a presidente Dilma confiou em (e insistiu em dar confiança a) um medíocre “emprestado do Bradesco”.
Resultado: 3,5% de queda do PIB, 5,6% de queda da arrecadação, 1,5 milhão de trabalhadores que se transformaram em desempregados, contas públicas detonadas.
Difícil será ter saudade dele. Ele voltou ao Bradesco, que em 2015 teve o maior lucro de sua história, com a missão cumprida. A conta ficou com a nação, que trabalha e contribui.
Apesar de Dilma, na sexta, ter ficado “estarrecida com o FMI” – cuja avaliação segue em gênero e grau a maré mundial –, o Brasil se aprofundou num descrédito sem precedentes. A persistência da presidente, contumaz em errar nas escolhas, colocou o Brasil na berlinda.
PARECER CÁUSTICO
Na terça-feira (19.1) o Prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz, em Davos, com o mundo voltado ao Fórum de Economia, deu seu parecer cáustico: “A política monetária brasileira (taxa de juros) estrangula a economia. Não tem como crescer praticando uma das mais altas taxas de juros do planeta” (ainda bonzinho, poupou a carga tributária e a burocracia). “O modelo que pretende combater a inflação pela elevação dos juros (adotado pelo BC brasileiro) está desacreditado no mundo inteiro” (menos que no Brasil de Levy e Tombini). “Aumentar os juros serve no caso em que a inflação decorre de excesso de demanda. Caso contrário, a alta dos juros mata a economia (no Brasil, agoniza); “No Brasil, dois problemas se destacam: o colapso do preço das exportações e o escândalo de corrupção. E a política monetária deveria se contrapor a esses fatores. Porém, a política de juros estratosféricos está agravando esses problemas”.
A autópsia do Brasil está aí. Quer dizer que vivemos à mercê de economistas idiotas emprestados pelos banqueiros? Infelizmente, apenas um Nobel fez com que o BC tremesse.
SÓ OS BANCOS LUCRAM
Os bancos secularmente fabricam crises, endividam os setores produtivos, o cidadão e, como usurários da Idade Média, subjugam o sistema agravando crises até a ruptura do sistema. Uma história que se repete.
Os portentosos lucros de 2015 dos bancos brasileiros permitirão aos fartos banqueiros cobrar por 30 anos mais rolagens de dívidas e comprar ativos a preço vil, de arremate. Só em 2015 o governo pagou R$ 500 bilhões de juros (10% do PIB nacional) ao sistema financeiro. Equivale a cerca de dez vezes o que a União gastou com saúde.
O Nobel Stiglitz ainda alertou: “O desemprego, mais que a inflação, é a verdadeira causa da instabilidade social (e da queda de governos). Portanto, os países têm que colocar a geração de emprego e renda como o centro da política econômica (no Brasil o centro é banqueiro, não o emprego). E os Bancos Centrais têm também que trabalhar nessa direção”.
As teclas da política de Levy (com aplausos dos economistas nacionais e incensada pela imprensa especializada) tocaram por 12 meses, e, no limite da irresponsabilidade, ele formulou uma proposta de aumentar em 150% as contribuições das empresas. Uma condenação à morte de emprego e, ainda, reeditar a CPMF, um imposto regressivo que encarece a cesta básica e acaba com o que resta da competitividade do produto nacional, ou seja, mais desemprego. De reflexo, Levy possibilitou com os “juros mais altos do mundo” que bancos tivessem ganhos absurdos.
IMPOSTOS EM ALTA
No Brasil, rifado pelos banqueiros e pelos corruptos, não se valoriza a qualidade dos impostos. Arrecadar admite qualquer meio, por mais regressivo e destrutivo que seja.
As palavras do Nobel da Economia acertaram no peito o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini (digno parceiro de Levy em 2015), que “estrangulou a economia brasileira”. Sem carapuça, Tombini, na quarta-feira (20.1), se desmentiu depois dos reiterados lances de um aumento de 0,50% da Selic. O Copom, um coreto que ele dirige, manteve o insano nível de 14,25% da Selic, que de outra forma teria aumentado.
O fracasso brasileiro está na clareza meridiana das palavras de um Nobel, que não vive de prebendas de banqueiros do Brasil. Em 2015, o Brasil foi ferido, martirizado, sem necessidade alguma. E o pior está por vir com mais 2 milhões de desempregados previstos para 2016. Um nível de colapso e falência social.
A produção industrial no Brasil despencou em 9,5% (em Minas 12%), e a nova queda esperada do PIB é 3,6%. Para as indústrias, o fantasma da falência e volumes de queda no nível da década de 90.
Dos “50 anos de progresso em 5” de JK, vem aí que, em 2 anos, estaremos com 20 de retrocesso. Isso, sim, arrebenta um governo.






EXTRAÍDADETRIBUNADAINTERNET

“É a ausência de estratégia, estúpido!”

Marcos Troyjo Folha

Num recente texto publicado no UOL, o professor Carlos Primo Braga, do IMD (Suíça), relembra uma conhecida ação de marketing político que se notabilizou durante a disputa pela Casa Branca no início dos anos 1990 entre George Bush, que buscava reeleição, e o jovem governador do Arkansas, Bill Clinton. Um dos estrategistas de Clinton, James Carville, explorou a conjuntura de estagnação do produto norte-americano ao propor o bordão “É a economia, estúpido!”.
A frase viralizou e, mais que isso, ajudou a criar a contraposição entre um governante de perfil “velha economia” (Bush) e uma estrela ascendente da política (Clinton) que já se associava à nascente revolução da internet e suas empresas “pontocom”.
Primo Braga compõe uma interessante analogia com o atual momento brasileiro. No nosso caso, para além de uma conjuntura internacional adversa (aumento das taxas de juros internacionais, desaceleração da China etc.), contribuem também o esgotamento da modalidade brasileira de capitalismo de Estado, tal como implementada pelo lulopetismo, e as barbeiragens na condução macroeconômica dos últimos seis anos.
Para agravar ainda mais a desarrumação, acirrou-se a “guerra” entre o Planalto de Dilma e a Câmara de Eduardo Cunha, cuja principal batalha se afigura com a abertura do processo de impeachment.
É A POLÍTICA, ESTÚPIDO?
Por isso tudo, a melhor interpretação do quadro brasileiro viria com um “É a política, estúpido!”.
Longe de mim minimizar a complexa gestão macroeconômica cotidiana ou a importância do diálogo construtivo entre Executivo e Legislativo. Tampouco se deve subestimar uma conjuntura global adversa para exportadores de commodities.
A questão é que, caso se prolongasse o período de “largesse” do afrouxamento monetário no Ocidente, o preço das commodities agrícolas e minerais continuasse lá em cima e Planalto e Congresso trabalhassem em harmonia, isso não bastaria para pavimentar o caminho brasileiro a tornar-se um país de renda per capita superior a US$ 20 mil no espaço de uma geração.
Realisticamente, se consideramos o intervalo 1980-2020, o Brasil terá acumulado duas décadas perdidas em quarenta anos. É tempo demais relegado ao ferro-velho da história.
E vale ressaltar que, na década passada, ainda fomos extremamente beneficiados por reformas empreendidas na segunda metade dos anos 1990 e pela ascensão dramática da China, com seu robusto apetite pelas matérias-primas de que dispomos em abundância.
SOFRIMENTO E SACRIFÍCIO
O Brasil já conheceu o céu e o inferno em termos de conjunturas internacionais mais ou menos propícias; já se governou com mais ou menos coesão entre os Poderes. O que o país jamais adotou foi uma estratégia de economia política que lhe permitisse a inserção competitiva no cenário global.
Ter uma estratégia não é prerrogativa de sociedades politicamente fechadas. É bem verdade que podem se observar diferentes graus de “consenso forçado” nas experiências históricas de Cingapura, Chile ou China.
Também é correto, contudo, enxergar movimentos (muitas vezes corretivos) de estratégia para a prosperidade em sociedades abertas de diversas filiações culturais, como Espanha, Reino Unido, Coreia do Sul ou EUA.
Também não demanda poderes extraordinários de visão ou ensaios de futurologia. Exige uma liderança capaz de arregimentar uma boa equipe, diagnósticos minimamente corretos sobre a direção em que o mundo está indo, planos de ação e eficiente execução.
E, no limite, estratégia exige algum grau de sacrifício – um esforço em nome do que é sagrado. No Brasil, historicamente há muito sofrimento e pouco sacrifício.
PRÉ-CONDIÇÕES INAFASTAVÉIS
Essas não são apenas transposições de manuais de administração de empresas para o campo do desenvolvimento internacional. São as inescapáveis pré-condições que se exigem para que os países decolem.
No novo jogo global em que estamos entrando – e que durará ao menos um quarto de século – os pontos cardeais da “reglobalização” encontram-se bem delineados. Fortalecimento dos acordos plurilaterais, proeminência da “Chíndia”, a volta da geopolítica e novo ciclo de prosperidade movido pelo talento.
Para isso bastam ajustes na política cambial ou de juros? É suficiente o estabelecimento de alianças que permitam ao Planalto maioria no Parlamento? Tudo se obtém com mudanças de governo que favoreçam a volta da “confiança”?
Essas características, todas com considerável peso relativo, nem de perto englobam o tamanho dos desafios do país. O melhor slogan a explicar o impasse brasileiro talvez seja “É a ausência de estratégia, estúpido!”






EXTRAÍDADETRIBUNADAINTERNET

TALIÃO

MIRANDA SÁ
Aplaudi o corajoso pioneirismo do ex-ministro do STF, Joaquim Barbosa, e continuo regateando-lhe o meu aplauso pela condenação dos corruptos no caso do Mensalão. Acho, entretanto, que as penas foram incompletas; os ladrões do dinheiro público deveriam ter devolvido ao Estado o que surrupiaram…

Tenho, nesse contexto, uma discordância saudável. Sei da brandura da legislação brasileira com os infratores, principalmente os criminosos de alto coturno; mas não me conformo.

Concordo com a simplicidade objetiva da mais antiga referência à retribuição de uma ofensa com a mesma intensidade, que está no Código de Hamurábi, estabelecido cerca de 1800 a.C. na Babilônia.

As regras de Direito contidas ali, incluem o que é conhecido como a lei de talião, a “lex talionis”, que foi adotada pelo Direito Romano. Ao contrário de citações encontradas, “talião” se escreve com letra minúscula por que não se trata de um nome próprio como é presumido, vem de “talis”, idêntico.

Por analogia, o réu é punido taliter, ou seja, por analogia, de maneira igual ao dano causado. Temos a palavra retaliação, indicando retribuição de uma ofensa com a mesma intensidade, oriunda do mesmo radical latino talis.

Este tipo de punição ficou conhecido como “Olho por Olho, Dente por Dente”, mas a Bíblia, no Êxodo 21:24, amplia o conceito de pena para “mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe”…

Assim, os assaltantes do Erário estão na obrigação de acrescentar às penas estipuladas a devolução aos cofres públicos do que levaram. E é isto que temos visto nas sentenças estipuladas pelo juiz Sérgio Moro para os condenados do Petrolão.

Nada pior para os ambiciosos, gananciosos, usurários e praticantes de ganho ilícito, do que ver dissipar-se dos seus bens parte da riqueza acumulada ilegalmente. Não é por acaso que estrebucham! Os envolvidos nos escândalos das propinas se debatem por todos os meios.

A mais recente demonstração deste inconformismo ficou patente no chamado “Manifesto da Oderbrecht”, produzido pelo advogado de Marcelo Oderbrecht, Nabor Bulhões, contra a Operação Lava Jato e a atuação de Sérgio Moro.

A “Carta” contém 104 assinaturas de causídicos, muitos deles defensores de empreiteiros e políticos envolvidos na investida contra a Petrobras. Foi publicada como matéria paga nos jornalões, e quem a leu demonstrou repúdio.

Os brasileiros bem informados se indignaram. E representando o apoio do povo à Polícia Federal, Ministério Público Federal e ao juiz Moro, várias entidades representativas de advogados, juízes e promotores reagiram.

O Petrolão, seguimento da ação corrupta instaurada pelo lulo-petismo com o Mensalão, escandalizou o País e atravessou as fronteiras, objeto de publicações no exterior. É, sem dúvida, a maior ocorrência de corrupção da História do Brasil, revelada por investigações criteriosas, ricas em testemunhos e provas inabaláveis.

Exigimos que os corruptos devolvam todo dinheiro apropriado indevidamente do patrimônio nacional. “Não devemos desanimar da virtude, nem ter vergonha de sermos honestos.”
EXTRAÍDADETRIBUNADAIMPRENSA

No “país do futebol”, 8 dos 12 estádios da Copa estão abandonados

Especialistas já falam em implodir os elefantes brancos 'padrão Fifa' para poupar dinheiro público; mesmo os 4 estádios "com dono" passam por dificuldades financeiras decorrentes da falta de planejamento

por implicante

Um ano e meio após a Copa do Mundo, o “legado” do evento são 8 estádios abandonados. Grande parte das obras de mobilidade urbana ficaram no papel – algumas foram apagadas até mesmo do projeto. As “arenas multiuso” superfaturadas que revitalizariam regiões e trariam desenvolvimento ao entorno viraram enormes elefantes brancos.
A Gazeta do Povo foi ouvir especialistas em marketing esportivo para saber o que fazer com campos como os de Manaus, Brasília, Cuiabá e Natal, que não possuem time na primeira divisão nacional (algumas nem na segundona) e são geridos pelo poder público com custo de manutenção altíssimo. Um dos especialistas ouvidos foi enfático: a solução seria derrubar todos eles.
“Esses estádios foram construídos sem ter sido feito um planejamento operacional. Pensaram apenas em construir arenas multiuso. Mas como operar? O que fazer com esses espaços? Nunca foi pensado. É sem dúvida alguma a principal falha”

Passada a euforia pela realização da Copa do Mundo no Brasil, o ano de 2015 confirmou o que já se previa antes mesmo de seleções e craques pisarem os gramados. Dos 12 estádios erguidos para o Mundial de 2014 no país, oito deles se tornaram elefantes brancos de concreto e aço.
Obras que explodiram seus orçamentos, possuem custo elevado de manutenção e, embora tenham sido elaborados como espaços multiuso, apresentam pouca utilidade para o futebol e a população da cidade. São símbolos de projetos mal planejados, desorganização e, consequentemente, desperdício de dinheiro.
As sete praças esportivas podem ser divididas em duas categorias. Casos mais graves: Estádio Nacional (Brasília), Arena Pantanal (Cuiabá) e Arena Amazônia (Manaus). E casos graves: Maracanã (Rio de Janeiro), Arena das Dunas (Natal), Arena Pernambuco (Recife), Fonte Nova (Salvador) e Castelão (Fortaleza).
Os políticos que avalizaram esses estádios [Brasília, Cuiabá e Manaus] deveriam vir a público e falar em implodir todos eles. Pensando em longo prazo, seria mais barato do que arcar com a manutenção. Agora, é claro que ninguém quer assumir esse desgaste político
Amir Somoggi,  consultor de marketing e gestão esportiva
Em comum entre os “elefantes”, o fato de não terem um “dono histórico”, como ocorre com os outros quatro estádios que foram sede da Copa. São eles Arena da Baixada (Atlético), Itaquerão (Corinthians), Beira-Rio (Internacional) e Mineirão (Cruzeiro) – grupo que também enfrenta, em menor escala, dificuldades financeiras.
Somente em 2015, os três mais problemáticos – estádios de Brasília, Cuiabá e Manaus – deram prejuízo multimilionário. As três construções são públicas, estão localizadas em centros de nenhuma tradição no futebol nacional e torraram aproximadamente R$ 18,2 milhões a mais do que arrecadaram ao longo do ano.
“Os políticos que avalizaram esses estádios deveriam vir a público e falar em implodir todos eles. Pensando em longo prazo, seria mais barato do que arcar com a manutenção. Agora, é claro que ninguém quer assumir esse desgaste político”, comenta Amir Somoggi, consultor de marketing e gestão esportiva.
De acordo com Somoggi, é inviável reverter o caso dos três: “Não há um modelo de negócio possível para gerir esses estádios adequadamente. Não há sequer futebol local, organização esportiva. Nenhum plano, nada pode amenizar o que é gasto. A África do Sul [sede da Copa de 2010] assumiu o prejuízo e até hoje está pagando”.
Esses estádios [Maracanã, Arena das Dunas, Arena Pernambuco, Fonte Nova e Castelão] foram construídos sem ter sido feito um planejamento operacional. Pensaram apenas em construir arenas multiuso. Mas como operar? O que fazer com esses espaços? Nunca foi pensado. É sem dúvida alguma a principal falha
Andressa Rufino, especialista em marketing e autora do livro Arena Multiuso – um novo campo de negócios
Os outros cinco “elefantes” são menores. Maracanã, Arena das Dunas, Arena Pernambuco, Fonte Nova e Castelão também são deficitários e apresentam problemas sérios de gestão – com os consórcios, clubes etc. Mas são estádios que, com vontade política e ação de profissionais, têm chances de reverter o cenário atual.


“Esses estádios foram construídos sem ter sido feito um planejamento operacional. Pensaram apenas em construir arenas multiuso. Mas como operar? O que fazer com esses espaços? Nunca foi pensado. É sem dúvida alguma a principal falha”, aponta Andressa Rufino, autora do livro Arena Multiuso – um novo campo de negócios.
Para a especialista em marketing esportivo, a solução mais simples é apelar para a iniciativa privada. “Não é o ideal, mas é o caminho mais lógico. Entregar para profissionais que conheçam o mercado, que saibam projetar não apenas um calendário de eventos, mas a viabilidade da própria arena, sem imediatismo”, sugere Andressa.
Veja os números financeiros de 2015 dos três estádios mais problemáticos erguidos para a Copa do Mundo. No total, prejuízo de R$ 18,2 milhões:

1) Estádio Nacional, em Brasília

Custo da obra:
R$ 1,4 bilhão

Manutenção:

R$ 7,2 milhões

Arrecadação:

R$ 1,6 milhão

Prejuízo:

R$ 5,6 milhões
A praça esportiva na capital federal foi a mais cara da Copa do Mundo de 2014, custou mais cerca de R$ 1,4 bilhão. Sem futebol local forte, o governo local luta para minimizar os prejuízos de operação e planeja ceder para a iniciativa privada o espaço que receberá eventos da Olimpíada 2016.
“Fui contra a construção do estádio, mas esse discurso já venceu. Precisamos agora encontrar alternativas para uma operação estável”, afirma Jaime Recene, secretário de Turismo do Distrito Federal, pasta responsável pela gestão do estádio.
No início de 2015, o governo transferiu três secretarias (Economia, Desenvolvimento Humano e Social e de Esporte e Lazer) para as dependências do Mané Garrincha, nome anterior do lugar. A manobra poupou R$ 14 milhões ao longo do ano.
“Considerando jogos e eventos, o estádio é deficitário. Mas estamos buscando reforçar o calendário de eventos e trazer mais partidas. Realizamos 60 atrações em 2015 e o objetivo é aumentar esse número”, diz Recena.

2) Arena Amazônia, em Manaus


Custo da obra:

R$ 650 milhões

Manutenção:

R$ 9,3 milhões

Arrecadação:

R$ 719 mil

Prejuízo:

R$, 8,6 milhões
A sede da Copa do Mundo no Amazonas recebeu em 2015 apenas nove eventos. Foram sete partidas e duas atrações culturais, que ocorreram na parte externa da praça esportiva. Aproveitamento ruim que o governo do estado pretende minimizar em 2016.
“Enfrentamos um cenário difícil do país. Mas estamos planejando para equacionar todas as questões da melhor forma possível. Queremos trazer mais atrações para a arena, visando diminuir os prejuízos”, conta Ricardo Marrocos, secretário-executivo da Secretaria de Estado da Juventude, Desporto e Lazer (Sejel).
Da mesma forma que Brasília, Manaus será sede de jogos de futebol da Olimpíada 2016, com sede principal no Rio de Janeiro. Participação que implicará em novos gastos. Além disso, o Comitê Olímpico não oferece nenhum tipo de “aluguel” pelo espaço.
“A contrapartida está no turismo. E isso é um trunfo que nós temos, por ser um estádio na Amazônia. Pretendemos capitalizar ainda mais e atrair as pessoas e amistosos de outros times para a arena”, comenta Marrocos.

3) Arena Pantanal, em Cuiabá

Custo da obra:

R$ 676 milhões

Manutenção:

R$ 7,2 milhões

Arrecadação:

R$ 3,2 milhões

Prejuízo:

R$ 4 milhões
Dos três estádios localizados em praças de pouca representatividade no futebol, a Arena Pantanal é o que teve mais utilização em 2015. Recebeu 160 eventos, mas, mesmo assim, acumulou prejuízo de cerca de R$ 4 milhões.
A alternativa encontrada pelo governo do Mato Grosso foi assumir integralmente as despesas para ver o local ocupado constantemente. Por exemplo, não cobrar aluguel dos clubes do estado para atuar na praça esportiva.
“Fizemos uma parceria com o governo. Conseguimos reduzir muito o custo de operação do estádio, e utilizar apenas alguns setores, para minimizar o impacto da utilização”, diz João Carlos de Oliveira, presidente da Federação Mato-grossense de Futebol (FMF).
Em 2015 foram jogadas 68 partidas na Arena Pantanal, do Campeonato Estadual, das quatro divisões do Brasileiro e da Copa Verde. O custo com a abertura do estádio para partidas locais é de cerca de R$ 8 mil.
O entorno do estádio serve ainda como espaço de lazer para a população, com a prática de corrida, caminhada, pista de bicicleta e skate. Atrações culturais também são realizadas no espaço, sem a cobrança de ingressos


extraídadeimplicante.org

 

Se tudo vai mal, logo... -

ROBERTO DAMATTA O GLOBO
Roubar para ostentar é um ato falho do nosso inconsciente aristocrático
 A lógica nacional sempre foi sensata. Ela rezava assim: se tudo vai mal e, se o Brasil também vai mal, então tudo vai bem. Este princípio — hoje em suspeição — permeia o nosso pensamento. Está tão dentro de nós quanto o melado que nos lambuza. Prestigiado, ele foi encampado pela esquerda como um valor. O roubo dos outros, vociferam, legitima o nosso. Ademais, roubar aquilo que seria de todos para ajudar os pobres não é safadagem porque, até o advento desta desagradável era de transparência e de liberalismo golpista, o que era de todos não era de ninguém.

Pertencia aos que “subiam” e controlavam a “República”. Aliás, devo lembrar o nosso desgosto por tudo o que é “re-pública” (coisa pública), pois, sendo mais filhos de família do que cidadãos, temos horror à impessoalidade e ao anonimato, esses irmãos da igualdade. No país das celebridades e dos queridinhos, todo mundo quer, além da conta bancária na Suíça, uma coleção de carros de luxo ou um quarto secreto cheio de quadros tão falsos quanto o dono. Roubar para ostentar é um ato falho do nosso inconsciente aristocrático.

O de “todos” é negativo. Ou alguém vai casar com uma “mulher pública”? Não estaria aí o temor que, ao lado do nosso machismo, afasta as mulheres da política?

O fato é que a indiferença a “tudo que é de todos” define o que nós, brasileiros, entendemos por “política”. Para nós, a política é o túmulo do que não gostamos. Como nada temos a ver com ela, tudo o que diz respeito ao gerenciamento público é entregue aos políticos, que fazem o que bem entendem, desde que atendam aos nossos pleitos. Ou não nos perturbem com muitos deveres e impostos.

Enquanto isso, nós jogamos o nosso lixo na rua certos de que cabe ao “governo” resolver o assunto, mas a maldita “política” não deixa. Tudo vai bem até o dia em que descobrimos que o descaso em massa, ao lado de incompetência administrativa e da má-fé ideológica, levam o país à ruína.

E se países não são empresas, eles só prestam quando gastam menos do que arrecadam. Mas se a nossa utopia é todo mundo virar funcionário público, bolsista ou aposentado e, como prêmio, todo “político” ter o direito de roubar sem ser punido, então o Brasil vai pro brejo!

E, se ele não é de ninguém, hoje nós temos certeza que ele não pode mais ser de Lula, do PT, da dona Dilma e do lambuzado Jaques Wagner.

Há uma cadeia. A indiferença que é o maior fosso entre o Estado e a sociedade começa a acabar quando o colapso da saúde, da segurança e da educação vira calamidades. Ao lado das catástrofes climáticas e dos abismos sociais ainda puerilmente tratados como dependentes de “vontade política”, e não de uma moralidade engendrada pela escravidão negra, comandada por uma aristocracia branca, entramos no vermelho.

Mas, se somarmos a tudo isso a incompetência e a roubalheira, temos o nó de porco perfeito.

O que me intriga, porém, não é somente o roubo; é achar que há roubo de direita e roubo de esquerda. O primeiro é errado, o segundo é certo. Curiosa essa inversão carnavalesca já anunciada quando o líder do partido e um dos que mais lucraram com a ladroagem — Lula, o probo — desafia-nos publicamente afirmando que não há “viva alma” mais honesta que ele. Só mesmo pensando no carnaval pode-se ouvir essa bazófia de um sujeito capaz de desconstruir-se com tanta competência.

Eis o operário pobre que virou o presidente mais amigo dos ricos da história deste país. E, não satisfeito com essa mascarada, deu aos seus novos amigos mais que dinheiro, pois num feito digno de sua patológica onipotência, entregou-lhes o Brasil. Para tanto, tornou-se um misto de presidente-garoto-propaganda e criou uma rede de favores nacionais e internacionais com todo tipo de gente, preferencialmente com “pluto-cleptocratas”. Seu governo criou uma imensa e incompetente máquina estatal voltada para a reação anti-igualitária, com o devido abandono dos idiotas que, por amor, esperança, honestidade, ideologia e utopia, o elegeram. Voltado para o poder do dinheiro, o lulopetismo fabricou uma nova elite e um novo discurso, não mais baseado no velho marxismo libertador da Guerra Fria, mas num populismo de massa unipartidário, capaz de comprar legislação e legisladores, no que se transformou na mais grave roubalheira da história do capitalismo: o assalto que arruinou a Petrobras.

A parceria de um partido dito revolucionário com setores tradicionais do empresariado resultou em ganhos eleitorais, num fardo impossível de administrar e num incrível embaralhamento institucional. Hoje, ser de esquerda é impedir o funcionamento da Justiça. Hoje, buscar o rumo é ser golpista.

Criamos mais um brasileirismo: o “capitalismo de esquerda”. Aquele que rouba e não faz. Ao fim e ao cabo, quem paga somos nós. Mas, como tais arranjos ocorrem em toda parte e, além disso, como disse a presidenta, todo mundo erra, se tudo vai mal, logo...






EXTRAÍDADEAVARANDABLOGSPOT

Tem boi na linha e na polícia -

VINICIUS TORRES FREIRE Folha de SP
Parece inédito o número de grandes empresas brasileiras envolvidas em rolos medonhos e que estão sendo investigadas por policiais, promotores e procuradores.

De qualquer modo, não há memória anedótica ou jornalística de que tantos rolos tenham parado simultaneamente na polícia ou no xadrez.

Parênteses: sim, o motivo desta nota é o caso dos grupos JBS ("Friboi") e Banco Rural (notório no mensalão). Soube-se ontem que a cúpula dessas empresas foi acusada pelo Ministério Público Federal de fraude financeira.

Então, em vez de lavar as mãos, a ideia agora é ter mãos limpas?

Esse assunto deriva rapidamente para a politização barata e para debates débeis sobre copos meio vazios ou meio cheios de água suja. Suscita também aquelas comparações algo provincianas, pelo imediatismo ou mera ignorância: "só no Brasil...".

Essa conversa mais jeca morre logo quando se recorda a sujeira que é boa parte da grande banca global, que assina termos confessando ter formado quadrilha (sic) para fraudar o fisco dos EUA e paga bilhões de dólares de multa para limpar a barra ou que manipula taxas de juros centrais do mercado etc., para citar apenas poucos episódios.

Ainda assim, não é o caso de ficarmos animados de estarmos em tão má ou boa companhia.

Primeiro, porque não há muitas grandes empresas no Brasil. Uma olhada rápida nas 20 maiores do país indica que quase metade está envolvida em algum rolo.

Segundo, porque o governo é sócio ou dono de várias dessas companhias (embora nada tenha a ver com vários dos crimes). O BNDESPar (braço de investimentos do BNDES) tem 25% do capital da JBS, por exemplo, 35% de todo o investimento da empresa em companhias coligadas (sobre as quais tem influência significativa das decisões).

Terceiro, porque os casos mais teratológicos foram propiciados ou tiveram parte ativa de gente do governo, que recriou um sistema de proteções e favores vários para oligopólios apadrinhados pelo Estado com leis e dinheiros baratos.

Este caso foi o da Petrobras e complexo associado, obviamente, uma versão grotesca de perversões do nacional-desenvolvimentismo, ressuscitada mesmo depois de desastres vistos, por exemplo, na ditadura militar, besteira analisada e provada, no Brasil e no mundo, em extensa bibliografia.

Lembre-se ainda de que há grandes empresas acusadas de pagar propina para escapar de imposto no "tribunal" da Receita, caso muito emperrado, aliás, o que não cheira bem (Operação Zelotes). Há a ciranda do petrolão e escândalos conexos (anda mal parada também a investigação no setor elétrico). Quase todas as incorporadoras imobiliárias da rica e privatista São Paulo pagavam propina na prefeitura. Etc.

Nem toda a imundície é parceria público-privada; há muito caso de pura iniciativa privada, mas os limites são incertos.

A nova Lei Anticorrupção, progressos no Ministério Público e na Polícia Federal desde os anos 2000 e maior pressão internacional contribuem para dificultar a fraude.

Porém, dada a extensão do rolo, o tamanho dos envolvidos e os crimes que são cometidos mesmo nesse novo ambiente, a gente se pergunta se as mudanças serão suficientes para evitar uma nova geração de empreendimentos criminosos.






EXTRAÍDADEAVARANDABLOGSPOT

A MENTALIDADE DA ESQUERDA E SEUS ESTRAGOS SOBRE OS MAIS POBRES

por Thomas Sowell.
Quando adolescentes criminosos e assassinos são rotulados de "jovens problemáticos" por pessoas que se identificam como sendo de esquerda, isso nos diz mais sobre a mentalidade da própria esquerda do que sobre esses criminosos violentos propriamente ditos.
Raramente há alguma evidência de que os criminosos sejam meramente 'problemáticos', e frequentemente abundam evidências de que eles na realidade estão apenas se divertindo enormemente ao cometer seus atos criminosos sobre terceiros.
Por que então essa desculpa já arraigada? Por que rotular adolescentes criminosos de "jovens problemáticos" e supor que maníacos homicidas são meros "doentes"?
Pelo menos desde o século XVIII a esquerda vem se esforçando para não lidar com o simples fato de que a maldade existe — que algumas pessoas simplesmente optam por fazer coisas que elas sabem de antemão serem erradas. Todo o tipo de desculpa, desde pobreza até adolescência infeliz, é utilizada pela esquerda para explicar, justificar e isentar a maldade.
Todas as pessoas que saíram da pobreza ou que tiveram uma infância infeliz, ou ambas, e que se tornaram seres humanos decentes e produtivos, sem jamais praticarem atos violentos, são ignoradas pela esquerda, que também ignora o fato de que a maldade independe da renda e das origens, uma vez que ela também é cometida por gente criada na riqueza e no privilégio, como reis, conquistadores e escravocratas.
Logo, por que a existência do mal sempre foi um conceito tão difícil para ser aceito por muitos da esquerda? O objetivo básico da esquerda sempre foi o de mudar as condições externas da humanidade. Mas e se o problema for interno? E se o verdadeiro problema for a perversidade dos seres humanos?
Rousseau negou esta hipótese no século XVIII e a esquerda a vem negando desde então. Por quê? Autopreservação. Afinal, se as coisas que a esquerda quer controlar — instituições e políticas governamentais — não são os fatores definidores dos problemas do mundo, então qual função restaria à esquerda?
E se fatores como a família, a cultura e as tradições exercerem mais influência positiva do que as novas e iluminadas "soluções" governamentais que a esquerda está constantemente inventando? E se a busca pelas "raízes da criminalidade" não for nem minimamente tão eficaz quanto retirar criminosos de circulação?
As estatísticas ao redor do mundo mostram que as taxas de homicídio estavam em declínio durante as décadas em que vigoravam as velhas e tradicionais práticas tão desdenhadas pela intelligentsia esquerdista. Já quando as novas e brilhantes ideias da esquerda ganharam influência, no final da década de 1960, a criminalidade e violência urbana dispararam.
O que houve quando ideias antiquadas sobre sexo foram substituídas, ainda na década de 1960, pelas novas e brilhantes ideias da esquerda, as quais foram introduzidas nas escolas sob a alcunha de "educação sexual" e que supostamente deveriam reduzir a gravidez na adolescência e as doenças sexualmente transmissíveis? Tanto a gravidez na adolescência quanto as doenças sexualmente transmissíveis vinham caindo havia anos. No entanto, esta tendência foi subitamente revertida na década de 1960 e atingiu recordes históricos.
Desarmamento
Uma das mais antigas e mais dogmáticas cruzadas da esquerda é aquela em prol do desarmamento. Aqui, novamente, o enfoque está nas questões externas — no caso, nas armas.
Se as armas de fato fossem o problema, então leis de controle de armas poderiam ser a resposta. Mas se o verdadeiro problema são aquelas pessoas malvadas que não se importam com a vida de outras pessoas — e nem muito menos para as leis —, então o desarmamento, na prática, fará apenas com que pessoas decentes e cumpridoras da lei se tornem ainda mais vulneráveis perante pessoas perversas.
Dado que a crença no desarmamento sempre foi uma grande característica da esquerda desde o século XVIII, em todos os países ao redor do mundo, seria de se imaginar que, a esta altura, já haveria incontáveis evidências dando sustentação a esta crença. No entanto, evidências de que o desarmamento de fato não reduz as taxas de criminalidade em geral, ou as taxas de homicídio em particular, raramente são mencionadas por defensores do controle de armas. Simplesmente se pressupõe, de passagem, que é óbvio que leis mais rigorosas de controle de armas irão reduzir os homicídios e a criminalidade.
No entanto, a crua realidade não dá sustento a esta pressuposição. É por isso que são os críticos do desarmamento que se baseiam em evidências empíricas, todas elas magnificamente coletadas nos livros "More Guns, Less Crime", de John Lott, e "Guns and Violence", de Joyce Lee Malcolm. [Veja nossos artigos sobre desarmamento]. Mas que importância têm os fatos perante a visão inebriante e emotiva da esquerda?
Pobres
A esquerda sempre se arrogou a função de protetora dos "pobres". Esta é uma de suas principais reivindicações morais para adquirir poder político. Porém, qual a real veracidade desta alegação?
É verdade que líderes de esquerda em vários países adotaram políticas assistencialistas que permitem aos pobres viverem mais confortavelmente em sua pobreza. Mas isso nos leva a uma questão fundamental: quem realmente são "os pobres"?
Se você se baseia em uma definição de pobreza inventada por burocratas, como aquela que inclui um número de indivíduos ou de famílias abaixo de algum nível de renda arbitrariamente estipulado pelo governo, então realmente é fácil conseguir estatísticas sobre "os pobres". Elas são rotineiramente divulgadas pela mídia e gostosamente adotadas por políticos. Mas será que tais estatísticas têm muita relação com a realidade?
Houve um tempo em que "pobreza" tinha um significado concreto — uma quantidade insuficiente de comida para se manter vivo, ou roupas e abrigos incapazes de proteger um indivíduo dos elementos da natureza. Hoje, "pobreza" significa qualquer coisa que os burocratas do governo, que inventam os critérios estatísticos, queiram que signifique. E eles têm todos os incentivos para definir pobreza de uma maneira que abranja um número suficientemente alto de pessoas, pois isso justifica mais gastos assistencialistas e, consequentemente, mais votos e mais poder político.
Em vários países do mundo, não são poucas as pessoas que são consideradas pobres, mas que, além de terem acesso a vários bens de consumo que outrora seriam considerados luxuosos — como televisão, computador e carro —, são também muito bem alimentadas (em alguns casos, até mesmo apresentam sobrepeso). No entanto, uma definição arbitrária de palavras e números concede a essas pessoas livre acesso ao dinheiro dos pagadores de impostos.
Esse tipo de "pobreza" pode facilmente vir a se tornar um modo de vida, não apenas para os "pobres" de hoje, mas também para seus filhos e netos.
Mesmo quando esses indivíduos classificados como "pobres" têm o potencial de se tornar membros produtivos da sociedade, a simples ameaça de perder os benefícios assistencialistas caso consigam um emprego funciona como uma espécie de "imposto implícito" sobre sua renda futura, imposto este que, em termos relativos, seria maior do que o imposto explícito que incide sobre o aumento da renda de um milionário.
Em suma, as políticas assistencialistas defendidas pela esquerda tornam a pobreza mais confortável ao mesmo tempo em que penalizam tentativas de se sair da pobreza. Exceto para aqueles que acreditam que algumas pessoas nascem predestinadas a serem pobres para sempre, o fato é que a agenda da esquerda é um desserviço para os mais pobres, bem como para toda a sociedade. Ao contrário do que outros dizem, a enorme quantia de dinheiro desperdiçada no aparato burocrático necessário para gerenciar todas as políticas sociais não é nem de longe o pior problema dessa questão.
Se o objetivo é retirar pessoas da pobreza, há vários exemplos encorajadores de indivíduos e de grupos que lograram este feito, e nos mais diferentes países do mundo.
Milhões de "chineses expatriados" emigraram da China completamente destituídos e quase sempre iletrados. E isso ocorreu ao longo dos séculos. Independentemente de para onde tenham ido — se para outros países do Sudeste Asiático ou para os EUA —, eles sempre começaram lá embaixo, aceitando empregos duros, sujos e frequentemente perigosos.
Mesmo sendo frequentemente mal pagos, estes chineses expatriados sempre trabalhavam duro e poupavam o pouco que recebiam. Era uma questão cultural. Vários deles conseguiram, com sua poupança, abrir pequenos empreendimentos comerciais. Por trabalharem longas horas e viverem frugalmente, eles foram capazes de transformar pequenos negócios em empreendimentos maiores e mais prósperos. Eles se esforçaram para dar a seus filhos a educação que eles próprios não conseguiram obter.
Já em 1994, os 57 milhões de chineses expatriados haviam criado praticamente a mesma riqueza que o bilhão de pessoas que viviam na China.
Variações deste padrão social podem ser encontradas nas histórias de judeus, armênios, libaneses e outros emigrantes que se estabeleceram em vários países ao redor do mundo — inicialmente pobres, foram crescendo ao longo de gerações até atingirem a prosperidade. Raramente recorreram ao governo, e quase sempre evitaram a política ao longo de sua ascensão social.
Tais grupos se concentraram em desenvolver aquilo que economistas chamam de "capital humano" — seus talentos, habilidades, aptidões e disciplina. Seus êxitos frequentemente ocorreram em decorrência daquela palavra que a esquerda raramente utiliza em seus círculos refinados: "trabalho".
Em praticamente todos os grupos sociais e étnicos, existem indivíduos que seguem padrões similares para ascenderem da pobreza à prosperidade. Mas o número desses indivíduos em cada grupo faz uma grande diferença para a prosperidade ou a pobreza destes grupos como um todo.
A agenda da esquerda — promover a inveja e o ressentimento ao mesmo tempo em que vocifera exigindo ter "direitos" sobre o que outras pessoas produziram — é um padrão que tem se difundido em vários países ao redor do mundo.
Esta agenda raramente teve êxito em retirar os pobres da pobreza. O que ela de fato logrou foi elevar a esquerda a cargos de poder e a posições de autoexaltação — ao mesmo tempo em que promovem políticas com resultados socialmente contraproducentes.
A arrogância
É difícil encontrar um esquerdista que ainda não tenha inventado uma nova "solução" para os "problemas" da sociedade. Com frequência, tem-se a impressão de que existem mais soluções do que problemas. A realidade, no entanto, é que vários dos problemas de hoje são resultado das soluções de ontem.
No cerne da visão de mundo da esquerda jaz a tácita presunção de que pessoas imbuídas de elevados ideais e princípios morais — como os esquerdistas — sabem como tomar decisões para outras pessoas de forma melhor e mais eficaz do que estas próprias pessoas.
Esta presunção arbitrária e infundada pode ser encontrada em praticamente todas as políticas e regulamentações criadas ao longo dos anos, desde renovação urbana até serviços de saúde. Pessoas que nunca gerenciaram nem sequer uma pequena farmácia — muito menos um hospital — saem por aí jubilosamente prescrevendo regras sobre como deve funcionar o sistema de saúde, impondo arbitrariamente seus caprichos e especificidades a médicos, hospitais, empresas farmacêuticas e planos de saúde.
Uma das várias cruzadas internacionais empreendidas por intrometidos de esquerda é a tentativa de limitar as horas de trabalho de pessoas de outros países — especialmente países pobres — em empresas operadas por corporações multinacionais. Um grupo de monitoramento internacional se autoatribuiu a tarefa de garantir que as pessoas na China não trabalhem mais do que as legalmente determinadas 49 horas por semana.
Por que grupos de monitoramento internacional, liderados por americanos e europeus abastados, imaginam ser capazes de saber o que é melhor para pessoas que são muito mais pobres do que eles, e que possuem muito menos opções, é um daqueles insondáveis mistérios que permeiam a intelligentsia.
Na condição de alguém que saiu de casa aos 17 anos de idade, sem ter se formado no colégio, sem experiência no mercado de trabalho, e sem habilidades específicas, passei vários anos de minha vida aprendendo da maneira mais difícil o que realmente é a pobreza. Um dos momentos mais felizes durante aqueles anos ocorreu durante um breve período em que trabalhei 60 horas por semana — 40 horas entregando telegramas durante o dia e 20 horas trabalhando meio período em uma oficina de usinagem à noite.
Por que eu estava feliz? Porque antes de encontrar estes dois empregos eu havia gasto semanas procurando desesperadamente qualquer emprego. Minha escassa poupança já havia evaporado e chegado literalmente ao meu último dólar quando finalmente encontrei o emprego de meio período à noite em uma oficina de usinagem.
Passei vários dias tendo de caminhar vários quilômetros da pensão em que morava no Harlem até a oficina de usinagem, que ficava imediatamente abaixo da Ponte do Brooklyn, e tudo para poupar este último dólar para poder comprar pão até finalmente chegar o dia de receber meu primeiro salário.
Quando então encontrei um emprego de período integral — entregar telegramas durante o dia —, o salário somado dos dois empregos era mais do que tudo que eu já havia ganhado antes. Foi só então que pude pagar a pensão, comer e utilizar o metrô para ir ao trabalho e voltar.
Além de tudo isso, ainda conseguia poupar um pouco para eventuais momentos difíceis. Ter me tornado capaz de fazer isso era, para mim, o mais próximo do nirvana a que já havia chegado. Para a minha sorte, naquela época não havia nenhum intrometido de esquerda querendo me impedir de trabalhar mais horas do que eu gostaria.
Havia um salário mínimo, mas, como o valor deste havia sido estipulado em 1938, e estávamos em 1949, seu valor já havia se tornado insignificante em decorrência da inflação. Por causa desta ausência de um salário mínimo efetivo, o desemprego entre adolescentes negros no ano de 1949, que foi um ano de recessão, era apenas uma fração do que viria a ser até mesmo durante os anos mais prósperos desde a década de 1960 até hoje.
À medida que os moralmente ungidos passaram a elevar o salário mínimo, a partir da década de 1950, o desemprego entre os adolescentes negros disparou. Hoje, já estamos tão acostumados a taxas tragicamente altas de desemprego neste grupo, que várias pessoas não fazem a mais mínima ideia de que as coisas nem sempre foram assim — e muito menos que foram as políticas da esquerda intrometida que geraram tais consequências catastróficas.
Não sei o que teria sido de mim caso tais políticas já estivessem em efeito em 1949 e houvessem me impedido de encontrar um emprego antes de meu último dólar ser gasto.
Minha experiência pessoal é apenas um pequeno exemplo do que ocorre quando suas opções são bastante limitadas. Os prósperos intrometidos da esquerda estão constantemente promovendo políticas — como encargos sociais e trabalhistas — que reduzem ainda mais as poucas opções existentes para os pobres. Quando não reduzem empregos, tais políticas afetam sobremaneira seus salários.
Parece que simplesmente não ocorre aos intrometidos que as corporações multinacionais estão expandindo as opções para os pobres dos países do terceiro mundo, ao passo que as políticas defendidas pela esquerda estão reduzindo suas opções.
Os salários pagos pelas multinacionais nos países pobres normalmente são muito mais altos do que os salários pagos pelos empregadores locais. Ademais, a experiência que os empregados ganham ao trabalhar em empresas modernas transforma-os em mão-de-obra mais valiosa, e fez com que na China, por exemplo, os salários passassem a subir a porcentagens de dois dígitos anualmente.
Nada é mais fácil para pessoas diplomadas do que imaginar que elas sabem mais do que os pobres sobre o que é melhor para eles próprios. Porém, como alguém certa vez disse, "um tolo pode vestir seu casaco com mais facilidade do que se pedisse a ajuda de um homem sábio para fazer isso por ele".
Thomas Sowell , um dos mais influentes economistas americanos, é membro sênior da Hoover Institution da Universidade de Stanford. Seu website: www.tsowell.com.








EXTRAÍDADEPUGGINA.ORG

O balanço da Lava Jato informa: a Era da Canalhice está morrendo em Curitiba

AUGUSTO NUNES DIRETO AO PONTO
Quem acha que o Brasil já não tem salvação, que nem capim voltará a crescer na terra arrasada por oito anos de Lula e cinco de Dilma, que depois da passagem dessas duas cavalgaduras do Apocalipse está tudo para sempre dominado ─ quem acredita, enfim, que a única saída é o aeroporto deve adiar a compra do bilhete e visitar o site da Lava Jato. O balanço da operação ─ ainda muito longe do fim, insista-se ─ informa que os bandidos perderam. Valeu a pena a luta travada nos últimos 13 anos pela resistência democrática. O projeto criminoso de poder fracassou.
A Era da Canalhice está morrendo em Curitiba, atesta o quadro acima. Os números resumem o que aconteceu entre entre março de 2014, quando as investigações se concentraram no bando do Petrolão, e 18 de dezembro de 2015. “Até o momento, são 80 condenações, contabilizando 783 anos e 2 meses de pena”, avisa o tópico que fecha o cortejo de cifras superlativas. Algumas são decididamente assombrosas, como a que revela que “os crimes já denunciados envolvem pagamento de propina de cerca de R$ 6,4 bilhões”. A herança maldita do lulopetismo anexou a criação do pixuleco bilionária.
Confrontados com o maior esquema corrupto forjado desde o dia da Criação, os escândalos protagonizados pelos quadrilheiros do Mensalão e da FIFA parecem coisa de black bloc. A roubalheira consumada pelos 37 mensaleiros julgados em 2012, por exemplo, foi orçada em R$ 141 milhões pela Procuradoria Geral da República. Somadas as condenações ao regime fechado, aberto e semiaberto, as penas mal chegaram a 270 anos. E o Supremo Tribunal Federal só tratou com severidade os desprovidos de imunidades parlamentares.
A maioria dos ministros mostrou-se tão branda com a ala dos políticos que José Dirceu já dormia em casa quando foi devolvido à cadeia pelo que fez no Petrolão. A performance do reincidente sem remédio sugere que, se não tivesse entrado na mira do juiz Sérgio Moro, da força-tarefa de procuradores e da Polícia Federal, o ex-chefe da Casa Civil de Lula poderia igualar em em poucos meses a quantia embolsada ao longo de 24 anos pelos cartolas da FIFA algemados por agentes do FBI e indiciados pela Justiça americana: 200 milhões de dólares.
Duas linhas do balanço ─ “40 acordos de colaboração premiada firmados com pessoas físicas” ─ ajudam a entender a angústia dos advogados que, por falta de álibis consistentes e truques eficazes, trocaram tribunais por manifestos ditados por doutores da Odebrecht e agora fingem enxergar na Lava Jato a versão brasileira da Inquisição. Para bacharéis especializados em canonizar culpados e insultar homens da lei, são 40 clientes a menos. O desespero dos doutores com a redução da freguesia será decerto aguçado pelo levantamento da Procuradoria Geral da República divulgado no Estadão desta segunda-feira.
Entre março de 2014 e dezembro passado, defensores dos quadrilheiros apresentaram 413 recursos a instâncias superiores. Desse total, apenas 16 reclamações foram aceitas, integralmente ou em parte. O STF, por exemplo, rejeitou 50 dos 54 recursos ali julgados. Tudo somado, menos de 4% das decisões do juiz Sérgio Moro foram reformadas. O levantamento pulveriza a lengalenga dos signatários do papelório que tentou transformar os condutores da Lava Jato em torturadores dos presos políticos que saquearam a Petrobras.
“Magistrados das altas cortes estão sendo atacados ou colocados sob suspeita para não decidirem favoravelmente aos acusados”, fantasiou um trecho do manifesto a favor do Petrolão. “Pura fumaça”, replicou uma nota da Associação dos Juízes Federais. Quem vê as coisas como as coisas são enxerga, atrás da fumaça, uma vigarice de quinta categoria ─ e mais uma evidência de que os vilões do faroeste à brasileira não escaparão do final infeliz. Infeliz para eles, naturalmente.








EXTRAÍDADEAUGUSTONUNESDIRETOAOPONTOVEJA

"Vândalos impunes",

 editorial da Folha de São Paulo
Quase 24 meses de investigação, mais de 300 testemunhas ouvidas, nenhum adepto da tática "black bloc" indiciado. Com o saldo do principal inquérito para apurar o vandalismo nas manifestações de rua iniciadas em 2013, a Polícia Civil de São Paulo deve ter quebrado algum recorde de ineficiência.
O fiasco inquisitivo se consumou em setembro, mas só veio a público agora. Não se obteve o suficiente para responsabilizar as cerca de 50 pessoas suspeitas de se organizarem para praticar arruaça e depredação, durante ou logo após protestos contra a alta de tarifas de transporte urbano.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, há não mais que sete processos, resultantes de outras iniciativas, contra acusados de envolvimento nas ações.
Como o Movimento Passe Livre (MPL) voltou às ruas, com as previsíveis escaramuças entre "black blocs" e polícia, eis aí uma péssima notícia. Confirma-se a impunidade dos vândalos e a impotência do poder público diante de ativistas movidos, muitas vezes, por um mero impulso infantil de provocação.
Quem duvida que assista ao vídeo dos jovens raivosos do MPL a dar tapas nos carros de autoridades quando o prefeito Fernando Haddad (PT) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) saíam de missa de comemoração dos 462 anos da cidade de São Paulo.
A Polícia Militar não pode deixar de conter tais excessos, em especial quando está em risco a integridade física de pessoas e o patrimônio público e privado. Mas não tem carta branca para bater a torto e a direito, em desatinos de violência que também atingem quem nada tem a ver com o vandalismo.
Reconheça-se que não é trivial controlar arruaceiros no transcurso do protesto violento, assim como não é fácil individualizar a culpa dos ilícitos cometidos à vista de todos nem obter as provas para instruir um processo que redunde na sua necessária condenação.
Mas as polícias paulistas ainda não demonstram competência técnica para atuar com eficácia tanto na repressão quanto na investigação. Numa ponta, só sabem recorrer a cacetadas, bombas e balas de borracha; na outra, limitam-se a produzir montanhas de papel.
O que não se vê, em ambos os casos, é inteligência, em todos os sentidos da palavra. Não basta fotografar mascarados –é preciso monitorar sua atividade antes, durante e após os atos de rua, para antecipar seus movimentos e comprovar sua atividade criminosa.
No mais, soam risíveis as acusações de que o poder público estaria criminalizando os movimentos sociais. São os "black blocs" que criminalizam os protestos, sob a vista grossa do MPL.
EXTRAÍDADEROTA2014BLOGSPOT

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More