Jornalista Andrade Junior

FLOR “A MAIS BONITA”

NOS JARDINS DA CIDADE.

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CATEDRAL METROPOLITANA DE BRASILIA

CATEDRAL METROPOLITANA NAS CORES VERDE E AMARELO.

NA HORA DO ALMOÇO VALE TUDO

FOTO QUE CAPTUREI DO SABIÁ QUASE PEGANDO UMA ABELHA.

PALÁCIO DO ITAMARATY

FOTO NOTURNA FEITA COM AUXILIO DE UM FILTRO ESTRELA PARA O EFEITO.

POR DO SOL JUNTO AO LAGO SUL

É SEMPRE UM SHOW O POR DO SOL ÀS MARGENS DO LAGO SUL EM BRASÍLIA.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

A política original, preconizada por Platão, não era assim…

Roberto Nascimento

Dizem que a política é assim… Mas não é a política preconizada por Platão, o filósofo que pensou a cidade utopicamente perfeita. Nessa cidade platônica, os políticos trabalhariam para o engrandecimento da vida na cidade, mas nossos políticos trabalham para seus financiadores de campanha, tanto que não abrem mão desse financiamento. O Senado vetou e a Câmara restabeleceu o financiamento. Aliás, Senado e Câmara não estão falando a mesma linguagem. O confronto existe entre as duas Casas Legislativas.
Joaquim Levy não precisa ser desestabilizado, sua política econômica neoliberal, conforme preceituam os “gênios” da Escola de Chicago, cria automaticamente a desestabilização da economia, quando reduz o consumo das famílias e aumenta os juros, elevando a dívida interna, e em consequência gera o desemprego. Para quê? Para nada. Esse é o ajuste fiscal, que onera os trabalhadores, que vivem da renda do seu esforço, enquanto preserva os lucros dos bancos. Não pode dar certo.
Por que então, o ministro continua no cargo? Porque o sistema de poder assim o exige. Política é assim, manda quem pode e obedece quem tem juízo.
CONSERTAR OS ERROS
O ministro Levy foi chamado para executar uma missão, a de consertar os erros cometidos pelo ex-ministro Guido Mantega, que incentivou o consumo e abriu os cofres do governo para financiar os campeões nacionais, mas o maior desses grupos “campeões” faliu e agora se encontra na segunda divisão.
Com bons ventos externos,, a política intervencionista do Estado na Economia deu certo nos oito anos do governo LULA, tanto é que conseguimos suportar nesse período a tsunami global que afetou EUA e Europa a partir de 2008, chamado de “bolha imobiliária”. O Tesouro Nacional alavancou as empresas através dos empréstimos com juros baixíssimos e la nave va. Tudo ia muito bem, até que o cenário mudou. A China desacelerou brutalmente e deixou de comprar como antes, as commodities brasileiras. A balança comercial desabou a partir de 2010 e hoje está no alambrado, nas cordas.
O capitalismo não convive bem com retração, com ajustes que impedem a livre circulação de mercadorias, o toma lá dá cá das compras e vendas. Se há desemprego, alguém deixará de comprar pão, o padeiro fecha a padaria e desemprega os seus empregados e quem produz a farinha vai vender para quem? E o transportador da farinha, o caminhoneiro, o vendedor de diesel etc…, como ficam?
A política é assim e o capitalismo também.

Como o tempo é capaz de desmistificar uma figura pública, um líder popular. O ex-metalúrgico Lula é hoje um retrato amassado e desfigurado na parede. Sua expressão é de angústia e perplexidade com os fatos que afetam sua popularidade e seu carisma.
A imagem do boneco pixuleco nas manifestações deve estar arranhando seu ego antes inflado a última potência. O pior para o ex-presidente, talvez seja a certeza de que o tempo, o nosso maior inimigo, impossibilite sua volta para recuperar o tempo perdido. Os tempos são outros e o cenário está completamente devastado pela crise política e econômica. Lembram-se da volta de Getúlio Vargas. Sem o arcabouço militar e da estrutura ditatorial iniciada em 1930 e terminada em 1945, não conseguiu governar sob os ditames da democracia representativa. Foi levado para a trágica renúncia pelos opositores civis e militares.
Lula capitulou em nome da permanência de seu partido no PODER. Foi mais importante o projeto de poder do que o projeto da nação. Parou sua promessa de inclusão social no Bolsa Família e na alavancagem do consumo. Fora dessas ações, orientou sua política de governo nas teses do neoliberalismo imitando seu maior inimigo, o governo FHC. FHC e LULA, difícil encontrar divergências lancinantes entre os dois ex-amigos de palanque.
Completa-se uma sina de ex-presidentes operários, iniciada pelo polonês operário do Porto de Gdansk, amigo do Papa Paulo II. As elites não perdoam aqueles que interferem em seus planos. Cooptou LULA e agora se vingam pela sua impertinência de ter empalmado a presidência do país, por longos oito anos. O sistema de poder não dará trégua ao ex-presidente, enquanto não vê-lo sangrar completamente, até que seja inviabilizada sua volta ao Palácio do Planalto, o que a essas alturas parece improvável de que venha a ocorrer.
Mas, de tudo fica uma lição: Um dia, tudo é esclarecido, até os segredos mais bem guardados. A ferida está exposta e o sistema foi aberto com todas as suas nuances fétidas. A carceragem de Curitiba é o retrato do que os poderosos fizeram com o país. Lapidar, lapidar e lapidar nossas esperanças e os recursos da nação para levá-los além mar. Agora, teremos que pagar mais impostos para colocar as contas em ordem. É justo isso?





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Dilma mente falando…

Sylo Costa O Tempo
Às vezes me dá um desânimo… Todo dia é a mesma coisa: vivemos a mesmice do “rebojo”, rodamos junto com o país e ficamos tontos com tanta safadeza e mentiras. E com tudo isso – e muito mais – que está provado na operação Lava Jato, ninguém, a não ser os delatores, assume responsabilidades pelo maior escândalo havido no Brasil desde a escravidão.
Assim, até acredito que Dona Dilma não sabia (e não saiba) de nada, como afirma, e talvez nunca tenha ouvido falar em Pasadena. Dilma ainda está em combate, de metralhadora em punho, tentando derrubar governos para implantação do comunismo que já foi da Rússia. Dilma não mente, simplesmente é a própria mentira. Quando colocou em seu currículo que era mestra e doutora pela Unicamp, ela não mentiu, apenas não sabia o que é isso. Quem pensa, como ela, que a mandioca é uma invenção tecnológica não pode mesmo saber que “impeachment” é matéria de direito constitucional.
Nunca pensei em “impeachment” da presidente, sempre pensei em interdição. Dona Dilma é incapaz, mas, convenhamos, aguentar Michel Temer com sua antipatia, falando e gesticulando com cara de pensador, é como tomar bicarbonato só para arrotar. Sei não, mas é preciso mudar esse cardápio antes que o vômito da indigestão nos desidrate.
PAGAR A CONTA
O povo vai ter de pagar a conta da bebedeira do PT? Eles, governo e petistas, com raríssimas exceções, falam em fazer isso e aquilo para combater a inflação, para pagar o déficit fiscal do país, como se não fossem eles os únicos responsáveis. Eu e outros, que não toleramos mais este governo e o PT, teremos de pagar o que a gatunagem deles provocou? E aqueles que simplesmente não votaram nessa gente? Cara, é o caso de repetir: “Quem pariu Mateus que o embale”.
Recebi de um amigo uma sugestão interessante para resolver o déficit anunciado no Orçamento fiscal do próximo ano, e sem misturar nesse “mexido” quem nada tem com isso: “Pegar o valor do rombo nas contas do governo e dividir pelos eleitores do PT… R$ 30 bilhões / 54,5 milhões de eleitores = R$ 550,45. Plano para pagamento em 12 meses; R$ 45,87 direto no boleto; para 24 meses; R$ 22,93 direto no boleto. Vamos lá, ajude quem você elegeu a sair dessa enrascada! Seja verdadeiramente um cidadão petista”. Que tal?
SEMPRE ALERTA
E, para terminar, alguns sinais de metástase na roubalheira e na covardia que imperam no Brasil: dia desses, uma revista de circulação nacional publicou notícia num canto de página, sugerindo que o aumento dos cargos em comissão nas Assembleias Legislativas visa aumentar a remuneração de deputados, já que os agraciados são obrigados a dividir seus vencimentos com quem os nomeou para seus gabinetes. Pensei cá comigo: meu Deus, em que tempo estamos… Estão batendo carteira de cegos…
Fiquei mais tranquilo quando me lembrei de que vivemos em Minas Gerais, e deputados mineiros jamais cometeriam tais ignomínias, jamais! Mineiro tem espírito escoteiro, então, “sempre alerta” deve ser o lema…




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O velho petista Ayres Britto faz papel feio ao defender Dilma

Carlos Newton

O jurista Carlos Ayres Britto, ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, se tornou um dos maiores defensores do mandato da presidente Dilma Rousseff. Não se cansa de repetir que, a seu ver, não caberia ação de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) pelos crimes de responsabilidade que ocorreram no mandato anterior. Ayres Britto sustenta a tese de que os mandatos presidenciais não se comunicam entre si para esse tipo de ilícito, nos quais se enquadrariam as pedaladas fiscais e os decretos fora da lei, autorizando despesas sem ouvir o Congresso.
“É preciso ver como a Constituição fala do impeachment. À luz da Constituição, os mandatos não se intercalam. Os dois mandatos presidenciais se intervalam, para fim de crime de responsabilidade. Não para fim de crime eleitoral, não para fim de infração penal comum. Mas, para crime de responsabilidade, cada mandato novo é uma nova história. O mandato velho é uma página virada. Não tem serventia para crime de responsabilidade”, disse Britto, mais uma vez, na sexta-feira.
REELEIÇÃO
Com todo o respeito ao Dr. Ayres Britto e sua aura de ministro aposentado do Supremo (não existe ex-ministro do STF, só ministro aposentado, e não me perguntem por quê), e com a máxima vênia, ouso discordar dessa interpretação linear e arcaica da Constituição.
Como todos sabem, o dispositivo mencionado foi redigido e entrou em vigor em 1988, antes de ser adotado o regime da reeleição para cargos do Executivo. Ou seja, quando foi aprovado, valia apenas para crimes de responsabilidade cometidos pelo presidente eleito antes de assumir a chefia do governo, quando ocupava outros cargos executivos.
Com a reeleição, essa isenção não pode mais prevalecer, pois significaria que no quarto ano do primeiro mandato o presidente da República poderia cometer crimes à vontade, já que, se fosse reeleito, estaria inimputável. Essa isenção, portanto, seria uma espécie de “habeas corpus preventivo” que ninguém pode ter, conforme já explicou o ministro da ativa Teori Zavascki, ao tentar pôr ordem na bagunça jurídica.
UM VELHO PETISTA
Ainda com todo respeito e a máxima vênia, não fica bem para o Dr. Ayres Britto entrar nessa briga, por sempre aparecerá alguém para lembrar que se trata de um velho petista, que em 1990 foi candidato a deputado federal pela legenda do PT em Sergipe, não se elegeu, e chegou ao Supremo em 2003 pelas mãos de Lula. As pessoas podem lembrar também a luta indormida de Britto no Supremo para defender a permanência do terrorista italiano Cesare Battisti no Brasil, a pedido do então presidente Lula.
Hoje, ao invés de ficar defendendo a inimputabilidade de Dilma Rousseff  pela prática comprovada de crimes de responsabilidade, o ministro aposentado melhor faria se ocupasse seu tempo defendendo medidas mais salutares, como a reforma deste dispositivo anacrônico, que estranhamente continua a ser mantido na Constituição.
Com todo o respeito e com a máxima vênia, também gosto de dar opinião em assuntos que não me dizem respeito.






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“Ou o Brasil acaba com a impunidade ou ...”

Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira
“Ou o Brasil acaba com a impunidade ou ...”O maior inimigo da IMPUNIDADE é a consciência. Se a consciência é menosprezada, a IMPUNIDADE é privilegiada; se a consciência é correta, a IMPUNIDADE é expurgada.A IMPUNIDADE no País acoberta pequenos, médios, grandes e os monumentais patifes.O pequeno fura uma fila, passa na frente dos outros, e seu ego infla de orgulho O médio ou o grande obtém uma aposentadoria por falsos atestados médicos, e pode ser incluso nos benefícios da indenização financeira por ter lutado pela glória do comunismo como SUBVERSIVO, e assim por diante.
Os monumentais, magna invenção do PT, que faturam milhões e trilhões apenas entregando obras e negociatas para as empreiteiras cooptadas a troco de colossais benefícios financeiros.
As empresas aceitam, pois, os recursos pagos aos monumentais agiotas serão incluídos nas costas do Tesouro Nacional, que pagará pelo conjunto da obra ou da negociata, com o povo assumindo a gigantesca falcatrua.
As cifras envolvidas causam espanto, pelo volume de dinheiro que alguns delatores se comprometem a devolver para diminuir a sua eventual punição pelo roubo.
Com as detalhadas denúncias, emergiram as maracutaias do petrólão, e de outras áreas, em sua maioria com o mesmo golpe envolvendo grandes empreiteiras, e até a do BNDES, que em prejuízo da infraestrutura nacional emprestava dinheiro a baixo custo para a construção de faraônicas obras em países “amigos”.
Hoje, de acordo com os economistas, o País levará dez anos para se recuperar. Pode ser, contudo, em que contexto este milagre ocorrerá?
Pipocam nas denúncias os nomes do Renan, do Cunha, do Dirceu, do Palocci, do Collor e de muitos outros, criando nos membros da nossa alta “cópula”, uma série de divergências que envolveram a inútil e o metamorfose Pixuleco, numa série de atritos que sinalizavam para os otimistas que a casa iria explodir.
Porém, os meses foram passando e a IMPUNIDADE florescendo, membros da nossa alta “cópula” do judiciário adotando soluções benéficas para qualquer dos lados.
Depois, começaram os diálogos, “tudo para o bem do Brasil”, e caminhamos para que as partes sofram pequenas mossas, nada de monta, e assistiremos como se constrói com engenho e arte a estratégia da IMPUNIDADE.
“Você me livra que eu te …”
No Brasil, não nos faltam os elevados tribunais de justiça, o STF, o STJ, o TCU, o TCE e outros, o que permite aos adoradores da IMPUNIDADE, se acobertarem em diversas instancias.
Muitos aguardam com esperança que a inútil se vá, pelas pedaladas, pelo impeachment, ou por sua renúncia.
Contudo, a cada dia, uma novidade, sempre alvissareira para os canalhas, como o desmembramento da Lava - Jato pelo STF, além de outros subterfúgios e providências legais que veremos em breve.
E assim, nada mudará, a não ser que sejamos a consciência dos canalhas e anulemos a sua imbatível IMPUNIDADE.
“Ou o Brasil acaba com a IMPUNIDADE ou ...”







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Ponto de ruptura: é hora de decisão!

Por Autor: Robson Merola de Campos
Como cidadão brasileiro, me pergunto: qual é o limite da paciência de todos nós? Onde estará o estopim que explodirá de vez a nossa indignação? E para onde ela nos levará? Os sinais da grande conspiração esquerdista estão todos visíveis e escancarados. O aparelhamento do Estado brasileiro talvez seja a mais perversa forma encontrada pelo PT para se perpetuar no poder e garantir a impunidade de seus crimes praticados por seus mandatários e asseclas. E chega dessa conversa de que um crime justifica o outro! Não justifica e não traz excludente de ilicitude. Não interessa se o bandido é desse ou daquele partido; se é um megaempresário ou o “correio” que entregava o dinheiro da corrupção. Todos têm que sentir o peso intimidativo da Lei! É inaudito perceber que as mais altas autoridades constituídas da República não têm o mínimo pudor em usar e abusar do sistema em benefício de quem lhes interessa. O recente esvaziamento da Operação Lava Jato, sob o comando irretocável do Magistrado Federal Sérgio Moro é o sinal mais notório da falência das instituições do Estado brasileiro. Muito pior do que a falência econômica é a falência moral. No Brasil dos dias atuais mentir, roubar, ludibriar, levar vantagem, locupletar são verbos usuais das pessoas públicas. E muitos do povo, vendo os maus exemplos destes brasileiros desonestos acabam por se contaminar e se deixam seduzir pela vantagem fácil da desonestidade. Afinal, a impunidade viceja no Brasil.
Chega! Basta de ignomínia! O Brasil e os brasileiros patriotas de verdade não suportam mais isso! É chegado o momento de construir um novo Brasil: um país sério, direito, honesto, que seja nossa Pátria Amada e nossa Mãe Gentil! Porém, como seus filhos queridos, devemos assumir nossas responsabilidades. Um novo Brasil tem que nascer da nossa indignação: um país mais maduro, mais dinâmico, que não engula mais as mentiras eleitoreiras, que não se curve aos favores políticos. Há 30 anos votava-se em troca de um saco de cimento. Hoje, o golpe é mais elaborado: vota-se pelas benesses sociais que escravizam moralmente o povo e lhe retira o desejo e a ambição (que pode sim ser salutar, desde que sirva de mola propulsora para o progresso pessoal através do trabalho e do estudo) de progredir e ascender de verdade na escala social.
Um novo Brasil deve surgir da crise atual. Mas para que ele surja, um grande pacto nacional deve ser estabelecido entre todas as forças vivas e honestas da nação. E aqui me refiro aos políticos (pelo menos aqueles que realmente amam essa nação e se preocupam com ela, e que não se deixaram corromper – acredite, amigo leitor: essa espécie é rara, mas existe!), empresários, donas de casa, estudantes, profissionais liberais e nossas Forças Armadas. É isso mesmo: você leu direito; eu escrevi Forças Armadas, a única instituição que goza do mais alto grau de confiabilidade na atualidade entre o povo brasileiro. As Forças Armadas garantirão a lei e a ordem no Brasil, se necessário for. O seu uso se dará dentro dos estritos limites da legalidade e com a legitimidade que ela detém. No atual andar da carruagem é difícil imaginar um cenário que dispense a presença de nossos soldados na sua missão constitucional prevista no Art. 142 da Constituição da República. Mas, mais do que manter a lei e a ordem as nossas tropas servem de exemplo para todos os brasileiros, com sua disciplina, seriedade, honestidade, competência e patriotismo! É de bons e salutares exemplos que estamos precisando. E dou um agora, de plano. Lembra-se das obras da Copa do Mundo? Os atrasos, os estouros dos orçamentos? O Exército Brasileiro, através do seu Departamento de Engenharia e Construção, atuou no Aeroporto de Guarulhos – SP e foi o responsável pela reforma da pista principal de 3.700 m por 45 m de largura e a terraplenagem e preparação do pátio de aeronaves do Terminal Três do Aeroporto, numa área de 300 mil m2. A obra foi entregue antes do prazo e gerou uma economia aos cofres públicos de R$ 150 milhões de reais. Cada centavo foi devolvido ao erário. Você sabia disso? Possivelmente não, pois alguns órgãos da “grande imprensa” não tem interesse em divulgar o Brasil que dá certo. Especialmente se esse Brasil usa farda.
Dilma cairá, pois não tem elasticidade mental, competência gerencial ou estatura moral para continuar à testa do governo brasileiro. Ela mesma já entregou seu cargo ao seu criador. Convocado por Dilma, para salvar o rescaldo do ocaso petista, Lula faz reuniões em Brasília como se ainda fosse uma autoridade. É natural que ex-presidentes da República de qualquer democracia usem a sua experiência como fonte de aconselhamento em momentos de crise. Mas, Lula não aconselha; comanda! E o pior: é obedecido.
É de se perguntar: que autoridade tem um ex-presidente cujo governo encontra-se envolvido em inúmeros escândalos como “Mensalão”, “Petrolão” e a cereja do bolo, mas, não a última em importância ou destaque, o homicídio do Prefeito de Santo André Celso Daniel. Eu ia escrever “o misterioso homicídio”, mas, mudei de ideia. Não há nada de misterioso naquele crime. Todo mundo já sabe o que aconteceu: queima de arquivo. Mas, muitos fingem desconhecer! Que autoridade tem, portanto, um ex-presidente que ameaça o seu povo com forças paramilitares e quer retirar desse mesmo povo a sua identidade nacional? Que autoridade moral tem um ex-presidente que enriqueceu no exercício da função, como é público e notório? Que autoridade tem um ex-presidente que se cerca de meliantes da pior espécie, vários condenados em rumorosos casos de corrupção?
O Brasil renascerá das cinzas do petismo. Cada um de nós deve compreender o que nos levou ao desastre atual, assumir as próprias responsabilidades pelos erros cometidos e corrigi-los. É preciso sair da nossa zona de conforto nesse processo. E não será fácil ou indolor. Mas é absolutamente necessário para a nossa sobrevivência enquanto nação. Cada um de nós terá que ter absolutamente claro diante de si o caminho que queremos trilhar. A responsabilidade de salvar o Brasil é de todos e de cada um de nós. Temos que como um único povo, firmes nos ideais e no exemplo dos heróis do nosso passado, caminhar de mãos dadas rumo ao futuro brilhante que nós e especialmente nossos filhos merecemos! Um dia, no futuro, seu filho ou seu neto poderá lhe olhar nos olhos e perguntar: o que você fez pelo Brasil durante a grande crise de 2015? Tomara que a sua resposta não lhe envergonhe!
O futuro nos pertence: não o deixemos escapar!






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Fim de feira

Publicado na versão impressa de VEJA  J. R. GUZZO
Tudo que começa mal acaba mal, mas o governo da presidente Dilma Rousseff conseguiu trazer uma novidade para esse antigo ensinamento da sabedoria popular ─ está sendo capaz de acabar mal o que nunca chegou a começar. Um dia, mais cedo ou mais tarde, a presidente vai atravessar pela última vez a porta do Palácio do Planalto; é possível, até mesmo, que só acabe indo embora no fim do seu período oficial no emprego, em 1º de janeiro de 2019, data que cada vez menos gente ainda acha que é para valer. Mas, seja lá qual for o dia da saída, Dilma já está acabando. Deixa atrás de si, apenas, algo que Vinicius de Moraes descreveria como uma casa muito engraçada, que não tinha teto, não tinha nada; nela ninguém podia entrar não, porque a casa não tinha chão. É claro que muita gente acha bem pouca graça, ou não acha graça nenhuma, na conta que a presidente está assinando para largar em cima da mesa. Trata-se de um caso raro, sem dúvida: ao contrário do que em geral acontece com as casas, seu governo foi demolido, por ela própria, antes de ser construído. Mas é certo que será isso, precisamente, que vai sobrar após os “X” anos e “Y” meses, dias e horas que Dilma terá passado na Presidência da República: um sombrio trabalho de remoção de entulho, com preço exorbitante, sem previsão de entrega e com resultado final incerto. Seu destino, para quem acredita em destino, era ser derrotada ao fim da linha. Para quem não acredita, ela está acabando mal simplesmente porque nunca fez o mínimo necessário para acabar de outro jeito.
A presidente tem três anos e pouco (ou muito) pela frente até a hora prevista para o desembarque, e diante desse prazo a sensação majoritária (de sete entre dez brasileiros, talvez, pelo ronco das pesquisas de opinião) tem sido a seguinte: “Tudo isso, ainda? Não dá para aguentar até lá”. É compreensível, diante da misteriosa obsessão do Palácio do Planalto em dizer “não” quando deve dizer “sim”, e dizer “sim” quando deve dizer “não” ─ o que resulta nas calamidades de tamanhos diversos produzidas em tempo integral pela linha de montagem operada na alta gerência do Brasil para Todos. Mas poderia ser aceitável um raciocínio diferente: três anos, embora demorem a passar, também seriam tempo suficiente para consertar pelo menos uma parte da babilônia de desatinos que arrumaram em volta de si e contra todos nós. Na teoria, de fato, até que poderia ser assim. Na prática é opção inválida, pois o instinto automático da chefe e seus agentes, como mostram os fatos de cada dia, é usar todo o tempo disponível para repetir erros velhos, que já cometeram, e executar erros novos, que ainda não testaram. O último “pacote” de medidas para lidar com a falência em que meteram o Tesouro Nacional é exatamente mais do mesmo ─ uns rabiscos achados no fim de semana, com promessas que valem tanto quanto outras que Dilma fez e nunca respeitou, ordens que não serão cumpridas e aumento de impostos. Disso não sai.
A concordância mais ou menos geral é que o governo Dilma acabou antes de começar este segundo mandato; o mais provável é que não tenha começado nem o primeiro. Até hoje, nove meses depois de ter nomeado seu atual ministro da Fazenda, a presidente ainda não resolveu se é a favor ou contra ele, porque não consegue resolver se quer ou se não quer fazer o que o homem propõe. Mas já no começo do primeiro mandato deixou claro que seu principal talento era não se entender com ninguém, ordenar a execução de desejos em vez de projetos coerentes, e querer ao mesmo tempo coisas contrárias entre si. Há outro problema complicado ─ Dilma não gosta de ideias diferentes das suas. Mais: não tem interesse, nem sequer curiosidade, em saber que ideias poderiam ser essas. Após quase cinco anos na Presidência, continua irritada, ou indignada, ou estarrecida. Dá ordens que não são obedecidas, ou às quais os subordinados fingem obedecer ─ muitas vezes porque simplesmente não entendem o que ela está mandando fazer. Passa meses sem falar com a maioria dos seus 39 ministros e suas multidões de “homens-chave”, embora considere todos indispensáveis. Assina decretos que depois precisa anular, quando lhe avisam que não sabia o que estava assinando; sua obra-prima até agora, nesse quesito, foi a recente bula que pretendia reduzir prerrogativas dos comandantes das Forças Armadas, criação de uma militante do PT, enfermeira de formação e casada com um cacique do MST, que parece mandar no Ministério da Defesa.
Nada disso vai melhorar ─ em três ou em trinta anos. É o fim da feira.






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"A guerra da praia",

 por Ruth de Aquino Epoca
Há furtos, roubos e assaltos em todas as grandes cidades do mundo. Mas só no Rio de Janeiro existe o arrastão de praia. Só na Cidade Maravilhosa um carioca, brasileiro ou estrangeiro é assaltado por uma turba violenta naquele momento em que se bronzeia na areia, brinca de baldinho com o filho, toma água de coco com amigos ou passeia no calçadão, extasiado com a vista do mar e das montanhas.
Nos metrôs de Paris, Londres e Barcelona, alto-falantes alertam para os pick-pockets nos trens e plataformas. São adolescentes, exímios ladrões de celulares e carteiras. Você só percebe o roubo tempos depois. Perdeu, otário. Você é turista e isso está escrito em sua testa. Os bandos de ladrões costumam ser de imigrantes, ou filhos e netos de imigrantes. Muitos árabes, negros ou mestiços. Têm benefícios do Estado social. Mas são pobres. Moram na periferia.
Quais as maiores diferenças? Na Europa, a maioria age com discrição e sem armas. No Rio, é o inverso: agem com ostentação e com canivetes, paus, pedras, porretes, armas de fogo. Uma turista inglesa, vítima dos arrastões no Rio 40 graus, disse aos prantos: “É o fim das minhas férias. Tinha fotos, filmes. Todas as nossas memórias foram roubadas. Eles bateram no meu irmão. Foi horrível. Nunca mais quero voltar”. Darling, meu celular com fotos e filmes já foi roubado em Londres. E continuo voltando. Mas eu compreendo você.
Porque o problema, no Rio, é a violência e a dimensão. Bateram no irmão da turista na frente dela. Aí é duro. É duro ver ao vivo, na praia, hordas de assaltantes, a maioria menores, perseguindo e espancando vítimas, como urubus atacando carniça, às gargalhadas, sem repressão. Você está desarmado duplamente, praticamente nu, de sunga ou biquíni, o espírito leve. Curte o lazer mais sagrado do Rio. E, de repente, é atacado. Protege os filhos com os braços. Não pode gritar ou reagir porque se arrisca a perder a vida.
A gurizada chega à praia tocando o terror, na linha de ônibus 474, apelidada de quatro-sete-crack. Não paga a passagem, pula a catraca, assalta pedestres nos pontos, constrange as moças, rouba de passageiros pobres como eles, fuma, vandaliza, debocha, grita, toca funk com apologia às drogas. Enfim. Eles zoam. Sem medo de nada. Estão protegidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente e por juízes que impedem revistas policiais em ônibus ou detenção de suspeitos fora de flagrante.
O Rio é talvez a cidade brasileira que mais mistura pobres e ricos, negros e brancos, geograficamente. É uma cidade em que a cultura negra é historicamente valorizada. Tinha tudo para não ser tão dividida, se o poder público cumprisse seu papel. O fracasso retumbante e histórico de governadores e prefeitos em relação à urbanização das favelas e à educação dos carentes contribui para o ódio social que hoje toma as ruas.
O prefeito Eduardo Paes diz que o problema é policial e não social: “Não pode chamar jovem que sobe em teto de ônibus de vulnerável. É delinquente”. O secretário de Segurança José Mariano Beltrame diz que o problema é social e jurídico e não policial. Os juízes dizem que o problema não é deles, porque só se pode deter alguém em flagrante. Como o problema não é de ninguém, surgiram os justiceiros, lutadores dispostos a “quebrar os marginais”.
As redes sociais destilaram todo tipo de preconceito. Racista e social. Preconceito contra negros. Contra brancos. Contra favelados. E contra moradores de Copacabana e Ipanema. Quem rouba iPhone não passa de um injustiçado? Quem tem iPhone é “playboy” e merece ser roubado?
O bancário Jerônimo Oliveira veio de Rio das Ostras para visitar a família no Rio. Foi cercado, agredido e roubado no calçadão. “Senti puxarem meu cordão. Virei para trás e fui derrubado. Eram mais de dez em cima de mim, me batendo e enfiando as mãos nos meus bolsos.” É esse o principal espaço democrático do Rio?
Para evitar uma “tragédia maior” ou um “linchamento”, Beltrame anunciou que praia agora será tratada como “grande evento” na Segurança. Homens dos Batalhões de Choque circularão na orla em trajes de praia. Assistentes sociais acompanharão policiais nas revistas a ônibus. A PM montará duas grandes tendas nas areias e torres de observação. Terá apoio de comandos móveis, quadriciclos, câmeras em helicópteros.
Para repelir os justiceiros, um coletivo convocou um “farofaço” na Praia de Ipanema. Em vez de paus, pedras e facas, todos devem levar “frango, farofa, refrigerante, douradores de pelo corporal, isopores, piscina pro pagodão no fim da tarde, e um radinho pro pancadão!!!”. A propaganda diz: “O bagulho é curtir uma praia bolada em um domingão”.
Não sei qual é seu bagulho, mas desejo feliz domingão a todos.
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"PSDB permanece sem rumo, assim como na era lulopetista",

 por Demétrio Magnoli Folha de São Paulo
Na madrugada, os oportunistas votaram. Dos 51 deputados federais do PSDB que participaram da sessão coruja da Câmara de quarta-feira consagrada à análise do veto presidencial à flexibilização do fator previdenciário, apenas um conservou-se fiel à regra instituída por FHC. Samuel Moreira (SP), o deputado coerente, explicou-se apelando ao óbvio: "Criar mais despesas para a Previdência não é prudente no momento em que o país está vivendo, com os cofres públicos dilapidados". Sob o encanto do impeachment, todos os demais revelam-se dispostos a queimar o navio para limpar um de seus porões. O principal partido de oposição, que não tinha rumo nos tempos áureos do lulopetismo, segue sem bússola na hora da mudança.
Meses atrás, José Serra disse que "impeachment não é programa de governo". O alerta não foi ouvido por um setor crucial do partido que abrange Aécio Neves e a bancada tucana na Câmara. Seduzidos pelo canto das ruas, os cavaleiros do impeachment reduziram a política à sua menor dimensão, substituindo o imperativo de derrotar uma narrativa sobre o Estado e a sociedade pela meta exclusiva de derrubar a presidente. No caminho, enfiados em armaduras medievais, atrelaram o PSDB ao jogo de conveniências do PMDB de Michel Temer, Renan Calheiros e Eduardo Cunha. De fato, em nome de um objetivo que depende de outros, renunciaram a fazer o que está a seu alcance.
O fator previdenciário não se confunde com o ajuste fiscal de Dilma Rousseff, essa desastrada tentativa de cobrir o rombo orçamentário pela via da tributação aleatória. Uma coisa é votar contra os remédios falsificados que se fabricam pela improvisação no laboratório recessivo de Joaquim Levy. Outra, bem diferente, é retroceder à época da irresponsabilidade fiscal crônica anterior ao Plano Real. Na madrugada do oportunismo, os deputados tucanos desperdiçaram a oportunidade de desmascarar a narrativa lulopetista, revezando-se ao microfone para explicar que o veto presidencial é a homenagem prestada compulsoriamente pelo vício à virtude. Mas, no lugar de confrontar o FHC do fator previdenciário à Dilma do colapso fiscal, escolheram perder duas vezes, nas esferas do voto e dos princípios. 
Os cavaleiros do impeachment não passam de moleques brincando de Idade Média.
Certo ou errado, justo ou inevitável, o impeachment situa-se fora do território controlado pelos tucanos. O impedimento presidencial depende de decisões prévias de instituições de Estado (TCU, TSE, STF) e, em seguida, de uma maioria qualificada no Congresso que só se formará pela ruptura do PMBD com o governo. Os cavaleiros do impeachment não têm poder para obter uma coisa nem a outra. Mas se desqualificam perante a opinião pública ao cortejar inutilmente os caciques peemedebistas envolvidos nos escândalos de corrupção.
A obsessão dos cavaleiros do impeachment envia a mensagem errada à sociedade brasileira. No fundo, eles estão dizendo que o problema chama-se Dilma, quando a presidente é apenas a manifestação terminal de um sonho retrógrado chamado lulopetismo. Dilma passará, cedo ou tarde, recolhendo-se ao lugar apropriado: 
uma nota de pé de página no livro da história, destinada a ilustrar a simbiose teratológica do anacronismo ideológico com a incompetência e a arrogância. O lulopetismo, porém, tem raízes profundas, fincadas no solo do patrimonialismo, do corporativismo e de um neonacionalismo de araque, salpicado do autoritarismo típico da esquerda latino-americana. Os cavaleiros do impeachment desviam-se do alvo certo, enquanto exibem às ruas suas espadas reluzentes.
"Programa de governo", disse Serra, em meio ao alvoroço da molecada. Na crise do lulopetismo, os tucanos têm a chance de desenhar na lousa vazia algumas ideias básicas sobre o futuro. Mas, pelo visto, seu futuro é mesmo uma lousa vazia. Viva Samuel Moreira!
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"Labirinto ministerial",

editorial da Folha de São Paulo
No dia 24 de agosto, a presidente Dilma Rousseff (PT) mandou anunciar que reduziria seu ministério de 39 para 29 pastas, sem indicar quais deixariam de existir. Na mesma data, ouviu do vice-presidente Michel Temer (PMDB) que ele estava deixando a articulação política.
No dia 24 de setembro, a presidente Dilma Rousseff embarcou para os EUA sem concluir a prometida reforma administrativa. Na mesma data, viu o vice-presidente Michel Temer anunciar na televisão que o Brasil era "uma sociedade angustiada à espera de soluções". Ele, infere-se, não quer ser visto como parte do problema.
Em resumo, um mês foi perdido sem que a presidente conseguisse desatar o nó que manieta seu governo. Nem mesmo a ponta mais ao alcance das mãos –a mudança do ministério– ela consegue apanhar. E, carente de opções, pede socorro a quem lhe aperta o garrote.
Na sombrio programa de TV levado ao ar pelo PMDB, um truque digital apresentou um mosaico de fotografias de correligionários que, numa espécie de fusão, dão lugar ao rosto de Temer, primeiro na linha sucessória de Dilma. A sugerida unidade do partido, porém, não é imune a desavenças internas.
Ao oferecer mais espaço na Esplanada a peemedebistas do baixo clero, a presidente obriga-se a lidar com uma miríade de desejos fisiológicos tão diversos quanto difíceis de saciar. Não chega a espantar, portanto, a delonga da reforma –que, segundo as metas proclamadas de início, deveria tornar mais eficiente a gestão federal.
Na tentativa de impedir a formação de uma maioria suficiente para acolher um pedido de impeachment, Dilma Rousseff pode se ver constrangida a ceder 6 de 29 ministérios à sigla (que hoje comanda 5 de 39). Sem garantia alguma de sucesso, sublinhe-se.
Tenta-se contornar Temer e estabelecer ligação direta com o PMDB da Câmara, o que subordina o comando futuro de pastas bilionárias às miudezas do varejo político. No caso de maior monta, a bancada do deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) almeja arrebatar do PT o Ministério da Saúde, que movimenta R$ 110 bilhões anuais.
"Mais ocupação de cargos ou menos ocupação de cargos jamais vai resolver as divergências de base que existiam", agourou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que conhece bem os corredores da Casa e do partido.
Dilma tem diante de si dois objetivos de difícil conciliação: de um lado, aglutinar apoios, dentro e fora do Congresso, para fazer o ajuste fiscal; de outro, concentrar tempo e energia em uma negociação labiríntica destinada a salvar seu mandato. E não pode se dar ao luxo de perder mais um mês.
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"Hora do intervalo",

por Igor Gielow Folha de São Paulo
Enquanto o ex-governo Dilma compra o jantar com o dinheiro do almoço, prometendo mundos e fundos inexistentes ao PMDB faminto por despojos e dotado de lealdades aferíveis em programas de TV, peças se movem no tabuleiro.
Quase de forma invisível, Marina Silva enfim criou seu partido. A famosa terceira via tem potencial de crescimento entre esquerdistas desiludidos com a implosão do PT.
Se irá ser bem-sucedida ou apenas atrair ávidos por cinco minutos de fama, é outra história. Nem tampouco é claro qual será a plataforma desse pessoal, como não era nas duas campanhas da ex-senadora –de resto, uma política absolutamente convencional na origem e nos apoios.
Outro oportunista contumaz, Ciro Gomes, filiou-se com um discurso articuladinho ao PDT. Faz sentido: o partido topou voltar à base às custas de um ministério, mas rachou na crucial votação dos vetos de Dilma.
A oposição segue esperando o desenrolar das coisas, visando reclamar para si uma eventual queda da presidente, alternando passividade e agressividade que refletem suas divisões e antecipam uma luta de foice sobre as ruínas do país.
No PMDB do por ora presidente-em-espera Michel Temer, o jogo também se arrasta, com atrações novidadeiras e antagônicas como a dupla Marta Suplicy (opositora) e Kátia Abreu (primeira-amiga de Dilma).
"Estamos prontos", diz o partido, que parece tentar montar um ministério Temer, com ou sem Dilma na cadeira. Como me perguntou um diplomata europeu nesta semana, "mas eles não são do governo?". Pois é, tudo lembra os personagens de uma música do U2 cantada pelo Johnny Cash: "Eles dizem querer o Reino, mas eles não querem Deus nele".
Entre sístoles e diástoles, há momentos de parada e niilismo como o atual, vitaminado pela ausência de Dilma e pela momentânea eficácia do BC e do Tesouro em aplacar o ataque especulativo. O jogo continua.
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"Ai, que preguiça!",

 por Ruy Fabiano Com Blog do Noblat - O Globo
Mário de Andrade, se vivo fosse, haveria de identificar no PMDB as qualidades (ou a ausência delas) que reuniu em seu personagem Macunaíma, o “herói sem nenhum caráter” – e que alguns enxergam como o arquétipo do próprio brasileiro.
Não é justo. Mais adequado é vê-lo como o arquétipo do político brasileiro. Senão vejamos. O país está economicamente arruinado, a presidente não consegue governar e a sociedade clama por mudanças cuja premissa é a saída do poder do partido hegemônico, o PT, que demonstrou não ter remédio contra a crise, posto que ele próprio é a crise, já que a produziu.
A população vai às ruas, aos milhões, em manifestações sucessivas, pedindo o impeachment. Treze propostas nesse sentido vão ao Congresso, enquanto, em Curitiba, o juiz Sérgio Moro e um grupo de procuradores expõem as vísceras de um esquema que o ministro Celso de Melo, do STF, chamou de “macrodelinquência governamental”. E o que faz o Congresso?
Depois de alguns meses de absoluta indiferença – período em que todos os índices econômicos pioraram, até o país perder o grau de investimento -, decide dar uma espiada de leve nos movimentos de rua e examinar a viabilidade do impeachment.
O PMDB resume a ambiguidade. Está nas mãos do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, a decisão de encaminhar o pedido de impeachment. Faltava uma assinatura graduada - e apareceram duas: as dos juristas Hélio Bicudo, fundador arrependido do PT, e de Miguel Reale Junior, ex-ministro de FHC.
Eis então que Cunha promete se debruçar sobre cada pedido, mesmo sabendo que o de Bicudo e Reale fala por todos, e promete lá para o final de outubro uma avaliação.
Quem anteontem assistiu ao programa do PMDB na televisão supõe que o partido já rompeu com o governo. Falou-se o tempo todo em mudança, em novos tempos, com ênfase na conjuntura crítica, sobretudo na economia, que reclama projeto, que não há. E o partido repetiu isso várias vezes.
Não obstante, paralela e simultaneamente, seus caciques, que fazem parte do governo desde o início da Era PT, negociam com a presidente uma maior fatia no bolo ministerial. A crise não é um desafio, mas oportuna moeda de troca.
Lula esteve com Cunha e pediu-lhe que segurasse os pedidos de impeachment. Não se sabe a contrapartida que lhe ofereceu, mas não é difícil deduzir, tendo em vista o que disse a Dilma: “É melhor perder ministérios que a presidência da República”. Esse é o projeto contra a crise, que passa ao largo do clamor das ruas.
Enquanto isso, governadores oposicionistas reuniram-se em São Paulo e, em síntese, disseram que é preciso repensar o impeachment, que a impopularidade da presidente não o justifica. FHC chegou a dizer, à Folha de S. Paulo, que “ainda falta uma narrativa convincente para desencadear o impeachment”.
Ora, nada menos que cinco delatores da Lava Jato já disseram, com todas as letras, que Dilma Rousseff foi eleita com dinheiro roubado da Petrobras: Paulo Roberto Costa, Pedro Barusco, Ricardo Pessoa, Fernando Baiano e Nestor Cerveró.
O ministro Gilmar Mendes, do STF, não hesita em afirmar que “nós estamos nesse caos por conta desse método de governança corrupta, um modelo cleptocrata”. Referia-se ao PT e ao governo Dilma, resumindo o que o juiz Sérgio Moro e o Ministério Público têm mostrado ao país, há meses.
Há ainda as pedaladas fiscais, que configuram crime contra a Lei de Responsabilidade Fiscal e respondem pela bagunça nas contas públicas, que findaram pelo envio ao Congresso de um orçamento deficitário, cujas consequências imediatas foram a perda do grau de investimento, a alta desenfreada do dólar e o aumento do desemprego, com todo o seu cortejo de danos sociais.
Mas FHC acha o enredo “insuficiente” para o impeachment e seus correligionários estão divididos. O PMDB, partido de profissionais, gente pragmática, opta pela ambiguidade, que, desde a redemocratização, tem sido sua característica.
O STF, por sua vez, decide enfraquecer as investigações, fatiando os processos da Lava Jato, que, mesmo conexos, serão agora examinados separadamente, para gáudio dos denunciados.
Macunaíma, aboletado nos três Poderes, não entende – e por isso teme e rejeita - gente como Sérgio Moro. Machado de Assis dizia haver dois brasis, sendo o real bom e promissor, e o oficial, burlesco, assemelhado a Lilipute, o país dos anões, das “Viagens de Gulliver”. É possível mudá-lo? “Ai, que preguiça!”, diria Macunaíma, num vasto bocejo.
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Governo Dilma tem mais de 100 mil cargos de confiança

Dyelle Menezes - Contas Abertas
Enquanto o governo federal fala em reforma administrativa, com o corte de mil cargos de confiança para diminuir gastos, os números mostram outra realidade. Em julho deste ano, a quantidade de cargos, funções de confiança e gratificações chegou a 100.313 funcionários. Esses cargos representam cerca de 16% dos 618.466 mil servidores do Poder Executivo.
Os dados divulgados pelo Contas Abertas foram fornecidos pelo Ministério do Planejamento por meio de Lei de Acesso à Informação. O pedido realizado pela instituição tem o objetivo de detalhar aonde estão alocados os cargos, informação disponível apenas de maneira generalizada nos relatórios de pessoal do governo federal.
A maior parcela dos cargos está concentrada no Ministério da Educação, que possui 45.106 cargos de confiança. Ao todo, a Pasta possui 110 unidades orçamentárias e gestoras que apresentam cargos dessa espécie.
Na ponta de lista está a Universidade Federal do Rio de Janeiro que possui 1.450 cargos em comissão. Logos atrás está a Universidade Federal de Minas Gerais (1.029) e a Universidade Federal de Pernambuco (984).
O Ministério da Educação possui 274.252 funcionários. Isto quer dizer que 16,4% dos servidores possuem algum tipo de cargos, função de confiança ou gratificação. A remuneração média desses servidores é de R$ 8,8 mil. No entanto, um cargo de direção em um instituto de Ensino Superior pode chegar ao salário de R$ 34,8 mil.
Na segunda colocação, como o Contas Abertas já divulgou, está a Presidência da República. Existem quase sete mil cargos, funções de confiança e gratificações. Esses cargos representam cerca de 40% dos 18 mil funcionários que estão lotados na Pasta.
O ministério da Previdência Social, por sua vez, conta com 5.796 cargos de confiança. O Instituto Nacional do Seguro Social contabiliza 5.041 dessas funções. Já a própria administração da Pasta e a Superintendência Nacional de Previdência Complementar ficam com 643 e 122 cargo, respectivamente.
Confira aqui a lista completa!
Funções Gratificadas vs DAS

A maior parte dos mais de 100 mil cargos, funções de confiança e gratificações está dividida entre “Funções Gratificadas” e cargos de “Direção e Assessoramento Superior”. A diferença é que esse podem ser ocupa por qualquer servidor ou pessoa externa ao serviço público, já aquela só podem ser ocupadas por servidores efetivos, desde que atendam às exigências contidas na Constituição Federal e leis específicas.
As 44.624 funções gratificadas estão alocadas de maneira significativa no Ministério da Educação: 26.861. O número é seguido pelos ministérios da Fazenda e da Previdência Social. Os cargos totalizam 3.635 e 2.552, respectivamente.
O Ministério da Educação só perde a liderança quando se trata dos cargos de Direção e Assessoramento Superior. Ao todo, são 22.619 funções deste tipo. A Presidência da República lidera esse quesito com 2.885 cargo de DAS. Os ministério da Fazenda (2.636) e da Saúde (1.889) estão logo atrás.
Reforma administrativa

A presidente Dilma Rousseff prepara-se para anunciar nos próximos dias a primeira reforma ministerial do seu segundo mandato, como primeiro passo do roteiro montado pelo governo para reagir ao aprofundamento da crise política. Além de cargos comissionados, a reforma administrativa anunciada pelo Executivo federal envolve a redução de ministérios, a integração de secretarias e órgãos públicos.
No final de agosto, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, afirmou que o governo federal deve economizar “algumas centenas de milhões de reais” com a reforma administrativa que pretende extinguir 10 dos 39 ministérios. O auxiliar da presidente Dilma Rousseff ponderou, no entanto, que o tamanho da economia dependerá do alcance da reforma.






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"Socialismo de porta de cadeia",

 por Guilherme Fiuza O Globo

Os tesoureiros do PT ordenharam todo tipo de empresa no caixa dois do mensalão e no caixa um do petrolão

O dólar e os termômetros andam apostando corrida para ver quem derrete o Brasil primeiro. Os dois vão perder, porque vilão aqui não tem vez. O país já está sendo desmilinguido pelos heróis do povo. Veja a cena: João Vaccari, o tesoureiro da revolução, é condenado a 15 anos de prisão na Operação Lava-Jato; ao mesmo tempo e no mesmo planeta, o PT vira líder da proibição de doações eleitorais por empresas — exatamente onde Vaccari fez a festa para abarrotar os cofres do partido. Enquanto você olhava para esta cena de moralização explícita, os companheiros no STF enfiavam a faca na Operação Lava-Jato — em mais uma ação heroica para salvar o Brasil da gangue de Sergio Moro.
O Supremo Tribunal companheiro só vai conseguir cozinhar a Lava-Jato se você continuar olhando para a cena errada. Caso contrário, a operação prosseguirá mais abrangente e infernal que um arrastão no Arpoador. Podem fatiar à vontade, podem mandar processo até para o quintal do Sarney, que a maior investigação da história da República haverá de varrer inexoravelmente tudo, como água morro abaixo e fogo morro acima. Mas se você zapear para o Discovery Channel, onde a reforma política do PT está salvando a democracia das garras do capitalismo selvagem, a Lava-Jato poderá virar um retrato na parede de um triplex no Guarujá.
Quem achava que tinha chegado ao fim a capacidade do brasileiro de ser ludibriado pela demagogia coitada, errou feio. Eis que surge o Partido dos Trabalhadores, todo melecado de pixulecos de variados calibres, no centro de uma orgia bilionária onde inventou a propina oficial com doações eleitorais de empresas, propondo o fim das... doações eleitorais de empresas. Você teve que ouvir: o PT quer purificar o processo eleitoral brasileiro, protegendo-o da influência do poder econômico. É o socialismo de porta de cadeia.
O Brasil cai em todas, e não deixaria de cair em mais essa. O companheiro monta em cima, rouba, estupra, enfia a mão na bolsa da vítima tentando arrancar mais uma CPMF, e ao ser pego em flagrante, grita: vamos discutir a relação! A vítima se senta, acende um cigarro, faz um ar inteligente e começa a debater o celibato das empresas no bordel eleitoral. Contando, ninguém acredita.
Boa parte das democracias no mundo permite a doação eleitoral de empresas. E também há várias que não permitem. Evidentemente, o problema não é esse. Os tesoureiros do PT ordenharam todo tipo de empresa no caixa dois do mensalão, no caixa um do petrolão, e saberão atualizar seu manual de extorsão de acordo com qualquer nova legislação vigente. Bandido é bandido — e não é para eles que se legisla. O problema é que o Brasil tem bandidos do bem, progressistas e humanitários. E quando eles gritam contra o poder econômico — mesmo já sendo podres de ricos — os brasileiros se comovem.
Com a missão cumprida, tendo colado o selo oficial de caloteiro na testa do Brasil após 12 anos de pilhagem, o governo popular voltou-se para seu hobby predileto — a “construção de narrativas”, como definiu o filósofo Gilberto Carvalho. Como a narrativa em curso é a de um governo prestes a ser posto na rua, fez-se necessário recorrer aos efeitos especiais. Os companheiros devem ter se perguntado se ainda havia algum otário capaz de embarcar nas suas fantasias de esquerda, e a resposta provavelmente foi: sempre há! Resposta certeira. Com um trabalho impecável da co-irmã OAB (apelidada injustamente de Ordem dos Aloprados do Brasil) e do companheiro Luis Roberto Barroso (o que decidiu que a quadrilha não era quadrilha) o disco voador da moralização eleitoral petista pousou no Supremo.
Como todo disco voador que se preze, ele trazia uma mensagem dos ETs — tornando sumariamente inconstitucionais as doações eleitorais de empresas. Perfeitamente sintonizado com o mundo da Lua (e da estrela), o STF do companheiro Lewandowski assinou embaixo. Spielberg talvez achasse um pouco forte, mas dane-se o Spielberg. Ele entende de ET, não de PT — ou seja: em termos de truques, é uma criança.
E foi assim que o Brasil inteiro se viu de repente coçando a cabeça, como num arrastão de piolhos, tentando entender o que vale e o que não vale nos mandatos vigentes e vindouros. Dá até para imaginar os heróis da luta contra o capitalismo fumando seus charutos diante da TV e fazendo o célebre top-top de Marco Aurélio Garcia: delícia de lambança. Do alto de sua narrativa surrealista, Dilma Rousseff, a presidenta mulher, confirma a manobra do STF e salva a democracia nacional do capitalismo selvagem.
Aí só fica faltando narrar um capítulo da história: os capitalistas selvagens foram assaltados pelos oprimidos e o produto do roubo elegeu Dilma Rousseff, conforme indica a Operação Lava-Jato. A não ser que queira se refundar como cleptocracia, o Brasil terá que mandar os oprimidos selvagens procurar seu final feliz na suíte do companheiro Vaccari.
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"Nuvens de suspeitas: STF fatia Lava Jato, Kakay festeja"

, por Vitor Hugo Soares Com Blog do Noblat - O Globo
"Meu mestre e amigo Mário de Andrade tem razão: Pior do que uma baioneta calada é uma baioneta falante", (Da coletânea das 100 melhores frases de Ulysses Guimarães, selecionadas por dona Mora Guimarães.
Publicada em "Rompendo o Cerco”, livro editado pouco antes do desastre de helicóptero, no qual Ulysses desapareceu e jamais foi encontrado no fundo do mar.)
A frase antológica do doutor Ulysses vem do período das batalhas políticas e sociais contra o regime militar (apoiado desde o começo, em 1964, por poderosos grupos civis no parlamento, no judiciário e na chamada grande imprensa). Ressurgiu na memória esta semana, durante a justificação dos votos na sessão plenária do Supremo Tribunal Federal, que fatiou o processo de investigação e julgamento na Operação Lava Jato, conduzido desde Curitiba, pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná.
A sentença produziu fato jornalístico relevante no Brasil, com repercussão internacional. Seguramente, afirmo - pela experiência acumulada em décadas de redação em tempos de crises brabas ou de maré mansa e céu de brigadeiro na política e na economia -  com apelo suficiente para ficar assinalado como um dos momentos mais estranhos, nebulosos e suspeitos da historia da corte suprema do País em décadas. Ou séculos, talvez, mesmo incluindo o tempo cavernoso da baioneta calada.
Para o jornalista, tudo se deu de repente, não mais que de repente. Ao simples clicar do controle remoto, que liga o aparelho de TV sintonizado no canal aberto da TV Justiça, no começo da tarde de quarta-feira, 23. No ar, em transmissão aberta para todas as regiões do território nacional, a sessão presidida em parte pelo visivelmente pressuroso ministro Ricardo Lewandowski (alegou outro compromisso no mesmo horário da crucial decisão), e encerrada, mais às carreiras ainda, pela ministra Carmen Lúcia.
“Honi-soit qui mal y pense” (amaldiçoado seja aquele que pensar mal dessas coisas), diriam os irônicos franceses.
O fato é que o STF, por maioria de votos dos membros da sua atual formação (com jeito e sotaque adquiridos nos 13 anos de mando federal dos governos petistas (de Luís Inácio Lula da Silva a Dilma Roussef ), decidiu pelo fatiamento (ou mutilação se preferirem) da maior investigação de corrupção não só da história do Brasil, mas em escala mundial atualmente.
Isso permite que parte dos inquéritos da Lava Jato seja retirado das mãos do juiz paranaense, atualmente saudado com júbilo e aclamado em todo lugar por onde passa ou fala. O episódio é de amplo conhecimento público, mas vale repetir aqui, para contextualizar um caso no qual as razões de fundo seguem nebulosas: Foi uma repentina decisão (que ocupou todo o tempo da plenária), a partir do caso ligado à senadora Gleisi Hoffmann, do PT do Paraná, ex-ministra do peito da presidente Dilma em seu primeiro mandato. Estrela petista no Senado.
A votação representa, de saída, uma derrota para os procuradores (a começar pelo Procurador-Geral, Rodrigo Janot) e para Moro, defensores da tese de que os crimes investigados em Curitiba são costela de um mesmo esqueleto, de um esquema que se ramifica em diversas frentes e órgãos do poder público, em conluio mal escondido ou escancarado com poderosas empresas (e seus donos) no setor privado.
O resultado da sessão de quarta-feira no STF, no entanto, foi saudada e vivamente comemorada (ainda nas dependências da Suprema Corte), pelos advogados dos acusados (vários deles já presos), que desde o começo da Lava Jato agridem o juiz Sérgio Moro e o acusam "por supostamente agir em sintonia com a Polícia Federal e o Mininistério Público e conduzir o processo com mão de ferro”, como registrou o jornal espanhol El Pais, em reportagem sobre a sessão do Supremo.
À frente dos festejos ruidosos, o notório Kakay, advogado de defesa de vários endinheirados acusados de atividades corruptas, corruptoras e criminosas no Petrolão (assim como antes, no Mensalão, diga-se).     
Voz praticamente solitária na sessão, o polêmico e explosivo ministro Gilmar Mendes foi direto ao ponto (ao emitir seu voto e em aparte contundente ao ministro Celso de Mello). Usou mira de precisão em seus disparos verbais: "No fundo, o que se espera (e corre na boca  e na mente da sociedade no Brasil e no exterior) é que os processos saiam de Curitiba, e não tenham a devida sequência em outros lugares. É bom que se diga, em português claro!”, arrematou Mendes.
E cai o pano, lentamente, sobre o palco do Supremo Tribunal Federal.
Em Salvador, a Cidade da Bahia, no dizer de Gregório de Matos e Jorge Amado, fui praticamente conduzido para dentro do insólito cenário da sessão em Brasília, através das imagens e do áudio da TV Justiça. O inesperado que, jornalisticamente falando, em geral escancara armações até então submersas nos desvãos das tramoias dos bastidores e dos intestinos de um governo, de uma nação e da sua justiça.
Quando o pano cai e os protagonistas deixam o palco, fica a amarga sensação de que muita coisa foi dita, ou simplesmente sugerida (os significativos diálogos e ares nas trocas de afagos e salamaleques entre os ministros Toffoli e Lewandowaki, por exemplo), mas faltou ainda muito por dizer e ser esclarecido. Esperemos então as próximas representações judiciais deste drama nacional. Ou, quem sabe, o despertar definitivo da imprensa para o desafio de cavar mais fundo na investigação de fatos e informações cruciais desta trama de interesses e cumplicidades mal disfarçadas. O tempo, senhor da razão, dirá.
A conferir.




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Fernando Gabeira: 'O impeachment é o caminho para a recuperação'

Thiago Prado - Veja

Jornalista fala que Dilma é uma irresponsável por oferecer o Ministério da Saúde a um grupo de oportunistas

do PMDB e afirma que sua continuidade no poder é a garantia de um não-futuro para o Brasil

 


Hélio Bicudo não é mais o único ex-petista histórico a defender abertamente o impeachment de Dilma Rousseff. Em entrevista ao site de VEJA, o ex-deputado federal Fernando Gabeira afirma o mesmo, apostando que este será o destino da presidente nos próximos meses. Gabeira ainda aborda os riscos que a Operação Lava-Jato corre no Supremo Tribunal Federal (STF) - ocupada, segundo ele, por ministros "medíocres" indicados pelo PT - e abre o jogo sobre o que pensa dos caciques do PMDB, protagonistas da atual luta política. Leia trechos da entrevista.
Como o senhor projeta o cenário político brasileiro para os próximos meses? Tenho uma dedução de que a Dilma não completa o mandato por falta de credibilidade e capacidade política. Sobre a campanha dela pesam acusações muito pesadas e graves vinculadas ao Petrolão. Não é possível que o maior escândalo do mundo moderno não tenha repercussão no partido e no governo. São bilhões desviados e isso precisa ser punido de alguma forma. O presidente da Volkswagen, por exemplo, renunciou imediatamente após a descoberta de um erro esta semana (a empresa instalou um software em automóveis para enganar agências reguladoras e usuários sobre a emissão de gases poluentes em veículos a diesel).
O senhor acha então que o melhor para o Brasil seria a saída de Dilma? Eu acho. É preciso raciocinar: o que é mais traumático para o país? Em uma visão mais imediata, o impeachment, de fato, traz alguns transtornos e solavancos. Mas a médio e longo prazo, ele é o caminho para a recuperação. A continuidade da Dilma é um não-futuro, uma falta geral de perspectivas. Dilma sabia de tudo, era presidente do conselho de administração da Petrobras na compra da refinaria de Pasadena e foi durante muito tempo ministra de Minas e Energia. Temos um tesoureiro do PT condenado a 15 anos de prisão (João Vaccari Neto, condenado esta semana por corrupção pelo juiz Sérgio Moro). Como assim? Ele colocou todo o dinheiro numa mochila e não usou para nada? É um absurdo. Neste processo ela e o país vão sangrar muito. Acho até que era melhor uma renúncia, mas não sou ingênuo politicamente para achar que o PT adotará este caminho. O impeachment dá a eles o discurso de vítima.
Em 2005, durante o escândalo do mensalão, o senhor deu uma entrevista para a VEJA dizendo que "o PT acabou". Se naquele tempo o senhor já dizia isso do partido, o que falar atualmente? Lá atrás eu disse isso porque o PT havia acabado como proposta de renovação. Hoje é pior ainda. Ele morreu e não quer ser enterrado. Existe uma rejeição ao mau cheio agora e desenvolveu na sociedade uma ira com o partido. Principalmente pela forma como o PT nega os feitos e tenta driblar a consciência das pessoas. Eles se recusam a assumir as consequências. O máximo que a Dilma consegue fazer é admitir que errou tentando fazer o bem.
Qual o tamanho da responsabilidade de Lula no que aconteceu com o PT? O poder o mudou ou ele sempre foi assim? Não sou um grande psicólogo do Lula porque ele desafia demais a minha capacidade de entende-lo. No documentário Entreatos, em um determinado ele disse que se incomodava porque o tratavam como operário e que, na verdade, ele era da classe média. Ou seja, a primeira grande ambição do Lula era ascender socialmente. Aquilo já me mostrava que a questão não era levar a classe operária ao poder, mas sim ao paraíso. Depois que ele deixa o governo, passa a ser um lobista das grandes empreiteiras. E pelos dados divulgados agora - onde mora, a maneira como se veste e se desloca -, podemos dizer que Lula se tornou um milionário. É ele o coordenador de tudo o que está aí. Lula escolheu Dilma para sucedê-lo porque tem pavor de pessoas que querem fazer sombra a ele. Ele escolheu um poste. O problema é que depois os cachorros acabam achando o poste para fazer xixi".
Qual a importância da operação Lava-Jato para o futuro do Brasil? É importante que se diga que as investigações nunca mais serão as mesmas no Brasil. Houve um avanço na modernização e evolução do trabalho de cooperação internacional. A questão é se o avanço acontecerá também nas punições dos investigados. Ou seja, se o avanço investigativo vai ser contido pelas instancias judiciais superiores. O Supremo tem muitos ministros medíocres que foram colocados pelo PT. A gratidão do cara medíocre por estar naquele lugar é imensa.
E a postura do PMDB esta semana? Parte recusou indicar ministérios e a outra começou a negociar cargos no governo federal... Neste pântano o PMDB é o único que parece saber o que quer. Ele está se afastando um pouco do governo e prevê uma convenção nacional em 15 de novembro, no dia de proclamação da República, onde deverá sair do governo e se unir à oposição. Há ao menos um calendário a cumprir. Mas o PMDB também tem um grupo de oportunistas. Então a Dilma sempre terá alguém para conversar, sempre vai ter alguém para aceitar um ministério. Ela resolveu fazer algo extremamente irresponsável. Ofereceu o Ministério da Saúde, o de maior orçamento da Esplanada e que envolve a vida das pessoas.
Passados oito anos da eleição que o senhor perdeu para Eduardo Paes, é possível dizer se foi melhor ou pior para o Rio de Janeiro a sua derrota? A experiência teria sido diferente. Mas acho que o Paes se comportou bem em alguns quesitos. A pessoa que ia ser a minha secretária de Fazenda foi a dele (Eduarda La Roque). Uma das coisas que eu pensava era colocar a prefeitura contribuindo mais com a segurança, usando inteligência, investindo em câmaras. A sensação que eu tenho que o governo do estado só não dá conta. O secretário José Mariano Beltrame parece isolado, o que está acontecendo é superior à capacidade da polícia. Tenho minhas dúvidas também se a Olimpíada é boa para o Brasil. Trouxemos o evento em um momento de euforia econômica e de ilusão de prosperidade. Hoje, a intenção de mostrar uma grandeza internacional pode trazer resultados opostos ao que esperávamos. Olha a fama que a Baía de Guanabara está trazendo para o país. A violência a mesma coisa. Estamos expondo as nossas fragilidades.
O senhor tem saudades da política e das últimas campanhas? Não. Naquela ocasião o governador era o Sérgio Cabral e havia todo um esquema criminoso que estava presente e que só agora aparece, embora o Cabral tenha sido inocentado na Lava-Jato. Disputei contra ele em 2010, contra milhões de reais, e posso te dizer que este dinheiro não foi colocado para fortalecer a democracia. Era um dinheiro destinado a corromper. E quem fez a campanha do Eduardo Paes dois anos antes foi a mesma máquina do Cabral e do (Jorge) Picciani.
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